Da revista ISTOÉ
Como todos no Ceará sabem, o governador Cid Gomes (PROS)
sofre de enxaqueca. Ela é tão terrível que, nos momentos de crise, é recorrente
o recolhimento dele no Palácio da Abolição, sede do poder cearense. Nos últimos
dias, as dores lancinantes voltaram a lhe incomodar. Porém, a causa é política.
Cid está sendo cobrado por representantes de seu próprio governo e da oposição
para demitir o secretário da Casa Civil, Arialdo de Mello Pinho. O secretário
da Casa Civil de Cid é acusado pelo Ministério Público do Ceará por supostas
irregularidades que envolvem ele próprio e sua família na concessão de
empréstimos consignados a servidores estaduais.
Na segunda-feira 14, a juíza Nádia Pereira, da 13ª Vara da
Fazenda Pública de Fortaleza, determinou a quebra dos sigilos bancários e
fiscal de Arialdo Pinho, do genro dele, Luís Antônio Valadares, dono da Promus
Promotora de Crédito e Cobrança Extrajudicial, e do sócio deste, Bruno Barbosa
Borges, proprietário da ABC Administradora de Cartões de Crédito, além de mais
quatro pessoas. No Ceará, o esquema é conhecido como “escândalo dos
consignados”.
De acordo com os promotores Ricardo Rocha e Luiz Alcântara,
há fortes indícios de favorecimento ilícito e possivelmente tráfico de
influência. As irregularidades nos consignados foram denunciadas pelo deputado
estadual Heitor Férrer (PDT), que apontou que a Promus operava com
exclusividade com empréstimos para servidores estaduais. Além disso, a empresa
é acusada de oferecer taxas de juros cerca de 70% acima do valor praticado no
mercado. Heitor classificou o esquema como “engenharia para enriquecer
aliados”, já que a empresa gerencia os empréstimos consignados e recebe 19% dos
valores dos empréstimos, em torno de R$ 10 milhões mensais. Homem de extrema confiança
do governador, Pinho coordenou as duas campanhas eleitorais de Cid Gomes e
chegou a ser cotado para disputar a sucessão.
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