segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

EMPRÉSTIMOS SUSPEITOS

Da revista ISTOÉ
Como todos no Ceará sabem, o governador Cid Gomes (PROS) sofre de enxaqueca. Ela é tão terrível que, nos momentos de crise, é recorrente o recolhimento dele no Palácio da Abolição, sede do poder cearense. Nos últimos dias, as dores lancinantes voltaram a lhe incomodar. Porém, a causa é política. Cid está sendo cobrado por representantes de seu próprio governo e da oposição para demitir o secretário da Casa Civil, Arialdo de Mello Pinho. O secretário da Casa Civil de Cid é acusado pelo Ministério Público do Ceará por supostas irregularidades que envolvem ele próprio e sua família na concessão de empréstimos consignados a servidores estaduais.
Na segunda-feira 14, a juíza Nádia Pereira, da 13ª Vara da Fazenda Pública de Fortaleza, determinou a quebra dos sigilos bancários e fiscal de Arialdo Pinho, do genro dele, Luís Antônio Valadares, dono da Promus Promotora de Crédito e Cobrança Extrajudicial, e do sócio deste, Bruno Barbosa Borges, proprietário da ABC Administradora de Cartões de Crédito, além de mais quatro pessoas. No Ceará, o esquema é conhecido como “escândalo dos consignados”.
De acordo com os promotores Ricardo Rocha e Luiz Alcântara, há fortes indícios de favorecimento ilícito e possivelmente tráfico de influência. As irregularidades nos consignados foram denunciadas pelo deputado estadual Heitor Férrer (PDT), que apontou que a Promus operava com exclusividade com empréstimos para servidores estaduais. Além disso, a empresa é acusada de oferecer taxas de juros cerca de 70% acima do valor praticado no mercado. Heitor classificou o esquema como “engenharia para enriquecer aliados”, já que a empresa gerencia os empréstimos consignados e recebe 19% dos valores dos empréstimos, em torno de R$ 10 milhões mensais. Homem de extrema confiança do governador, Pinho coordenou as duas campanhas eleitorais de Cid Gomes e chegou a ser cotado para disputar a sucessão.
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