Por Felipe Lima, Tribuna do Ceará
A cabeleireira Tatiana Maria, de 39 anos, não sente-se mais
segura de andar pelas ruas do bairro onde mora. Há oito meses ela perdeu o pai
em um homicídio no Canindezinho, bairro que compõe o “Território da Paz” e é
marcado pela violência. “A gente nunca acredita que algo assim [homicídio]
possa acontecer com a gente ou alguém próximo. Não consigo mais sair tranquila
e tenho medo até mesmo dentro de casa”, lamenta.
A sensação de insegurança e a marca deixada na vida de
Tatiana tem uma explicação. Com uma taxa de 79.42 homicídios por cada 100 mil
habitantes, Fortaleza é considerada a 7ª cidade mais violenta do mundo, segundo
relatório da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça
Penal. A lista da organização mostra que 14 cidades das 50 relacionadas são
brasileiras. No país, a capital cearense fica atrás somente de Maceió, em
Alagoas, que possui taxa de 79,76 assassinatos por 100 mil habitantes.
O estudo aponta que foram registrados 2.754 homicídios em
Fortaleza no ano passado. Além do 7º lugar na taxa de assassinatos, a capital
possui um número alarmante: é a 2º cidade entre as 50 que registraram maior
número de homicídios. A “Terra do Sol” fica atrás somente de Caracas, na
Venezuela, onde aconteceram 4.364 crimes deste tipo. O relatório da ONG
mexicana indica a cidade San Pedro Sula, em Honduras, como o município mais violento
do planeta. Lá, a taxa de homicídios em 2013 foi de 187,14.
O estudo utiliza índices de população e de homicídios de
estatísticas oficiais dos governos locais de cidades com mais de 300 mil
habitantes.
Por um ano melhor
O comandante do Policiamento da Capital, coronel João
Batista Bezerra, garante que 2014 vai ser um ano melhor na Segurança. “O
problema é que o 1º semestre do ano passado foi pesado, mas desde outubro que
os homicídios estão diminuindo. A população pode observar o comportamento e o
trabalho da polícia. Com as Áreas Integradas de Segurança esse ano vai ser
melhor. Eu acredito que vai ser melhor”, afirma.
De acordo ainda com o coronel Batista, um novo balanço será
divulgado a cada três meses com dados da Segurança Pública. “É um trabalho
trimestral. No 1º nós já verificamos uma queda. O próximo será em março e a
tendência é que os números sejam ainda menores.”, complementa.
O estudo utiliza índices de população e de homicídios de
estatísticas oficiais dos governos locais de cidades com mais de 300 mil
habitantes. A maioria das cidades fica na América Latina. Das 50 cidades, nove
estão no México, seis na Colômbia, cinco na Venezuela, quatro nos Estados
Unidos, três na África do Sul, dois em Honduras e um em El Salvador, na
Guatemala, Jamaica e Porto Rico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário