No ano em que terá como prioridade reeleger a presidente
Dilma Rousseff, o PT enfrenta dificuldades para manter o poder em três dos
quatro Estados que governa.
Os governadores de Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito
Federal têm pela frente desafios como problemas de popularidade e rivais
fortes. A exceção é Tião Viana, aprovado por 70% no Acre.
A expectativa do PT é ter ao menos 11 candidatos a
governador nas eleições deste ano. Mas o foco principal do partido estará
centrado na tentativa de conquistar os três principais redutos tucanos –São
Paulo, Minas e Paraná.
Também por isso, a missão de governadores como Tarso Genro
(RS) e Jaques Wagner (BA) tende a ser ainda mais complicada. Com governos de
avaliação mediana, eles vivem cenários semelhantes de popularidade em declínio
e oposição em ascensão.
No berço político de Dilma, onde nunca um governador foi
reeleito, a falta de celeridade na entrega de obras estruturantes, além de
greves em setores-chave da administração, como professores, desgastaram o
petista.
Hoje, os principais adversários de Tarso estão na própria
base aliada da presidente. A senadora Ana Amélia (PP), por exemplo, lidera as
pesquisas de intenção de voto, enquanto PDT e PMDB ensaiam as candidaturas de
Vieira da Cunha e José Ivo Sartori, respectivamente.
O governador impôs como condição para tentar um novo mandato
a garantia de que Dilma suba exclusivamente em seu palanque. Mas o PT não
trabalha com a hipótese de Tarso ficar fora da disputa.
Na Bahia, Jaques Wagner encerra um ciclo de oito anos com
altos índices de violência, obras atrasadas e a economia impactada pela seca. E
vê o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), com popularidade em alta para
impulsionar o nome de seu grupo -o ex-governador Paulo Souto (DEM) ou o
ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB).
O desafio do PT será renovar o discurso de 2012, quando o
partido defendeu que o candidato deveria ser do "time de Lula e
Dilma", mas acabou perdendo na capital. Para outubro, o mote será
"continuidade com inovação", com a provável candidatura do secretário
Rui Costa.
Agnelo Queiroz (DF) tem situação ainda mais difícil. Eleito
em 2010 sob expectativa de renovação após a cassação do ex-governador José
Roberto Arruda (ex-DEM, hoje PR), ele tem o governo com a segunda pior
avaliação do país (9% de aprovação, de acordo com o Ibope).
"Não cumpriu compromissos nem conseguiu manter Brasília
livre de escândalos. É um governo cuja cara é um estádio de R$ 1 bilhão",
diz o senador Cristovam Buarque (PDT), sobre a reforma do Mané Garrincha, arena
da Copa.
Para o presidente do PT local, deputado Roberto Policarpo, o
governo "se comunicou mal" com o eleitor. Exceção, Tião Viana é o
terceiro mais bem avaliado do país com uma gestão pautada em programas de
impacto social. Seu grupo político comanda o Acre há 16 anos. A oposição
promete dois palanques neste ano para tentar forçar um segundo turno.
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