quinta-feira, 30 de abril de 2015

REJEIÇÃO EM CASA

Levantamento realizado pelo instituto Paraná Pesquisas, revela que 80% dos gaúchos rejeitam a administração de Dilma Rousseff (PT) e cerca de 60% dos entrevistados acredita que a petista tinha conhecimento do esquema de corrupção instalado na Petrobras e agiu de forma negligente. O Rio Grande do Sul é o berço político da Presidente.
Dos 1.340 entrevistados, 82% afirmaram que a Operação Lava Jato revelou o maior escândalo de corrupção do país. O instituto simulou um “terceiro turno” das eleições gerais de 2014. A população gaúcha declarou que, caso o pleito ocorresse hoje, 53%  dos entrevistados não escolheriam Dilma. Esta média é praticamente igual ao percentual de votos obtidos por Aécio Neves (PSDB)  no Estado ano passado.
O desempenho de Dilma em seu segundo mandato, de acordo com 78% dos gaúchos, é pior do que eles esperavam. A faixa etária que mais rejeita a administração da presidente é a de adultos entre 25 e 34 anos. Quando se considera o nível de escolaridade, pessoas que possuem ensino médio ou superior são as mais contrárias à gestão da petista. A pesquisa tem margem de erro de aproximadamente 2,5%.
Os dados da pesquisa também revelam que os gaúchos cultivam uma boa imagem dos tucanos. Nos 80 municípios onde a pesquisa foi realizada, o instituto Paraná Pesquisas realizou novas simulações de uma eventual disputa eleitoral à Presidência da República.  Se o senador Aécio Neves (PSDB-MG); o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP); a ex-ministra Marina Silva (PSB-AC); o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disputassem hoje o Palácio do Planalto, o mineiro venceria com 44% das intenções de voto no Rio Grande do Sul.  O ex-presidente petista teve uma aceitação de 20% dos gaúchos diante desta perspectiva.
Se Aécio fosse substituído pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), neste mesmo cenário, os gaúchos ainda optariam pelo candidato do PSDB. O governador de São Paulo ficou com 30% das preferências, enquanto Lula continuou com 20%. Nas duas simulações Marina se mantém em terceiro lugar.
Bookmark and Share

OS GRITOS

Charge do Fernando Brum, via IstoÉ
Bookmark and Share

AÇÃO DE IMPROBIDADE


Agnelo Queiroz é o petista que detonou Brasília, a capital do país precisará de uns quinze anos para sair do buraco  em que o então governador Agnelo enfiou a cidade.
Com os bens bloqueados em duas decisões da Justiça, Agnelo Queiroz virou alvo de uma terceira ação de improbidade administrativa apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios este ano.
Desta vez, Agnelo é acusado de reintegrar indevidamente um ex-deputado distrital aos quadros da Polícia Militar do DF. A medida gerou um gasto aos cofres públicos de R$ 1 milhão, segundo a denúncia. Segundo reportagem do site Congresso em Foco.
Bookmark and Share

quarta-feira, 29 de abril de 2015

VEM PRA CAIXA...

Charge do Sinfrônio, via Diário do Nordeste
Bookmark and Share

terça-feira, 28 de abril de 2015

MARTA DESEMBARCA DO PT

Bookmark and Share

PANELAÇOFOBIA

Charge do Sponholz

É isso mesmo, produção? Temendo um 'panelaço', a presidente Dilma cancela o pronunciamento oficial que faria na próxima sexta-feira, 1º de Maio, Dia do Trabalho.
Bookmark and Share

domingo, 26 de abril de 2015

ASSUNTO DE CAPA

As quatro principais revistas semanais do país Época, Veja, IstoÉ e Carta Capital começaram a circular neste fim de semana, cada uma trouxe como assunto de capa um tema diferente.
A revista Época trouxe como tema de capa uma reportagem sobre possível mudança no Estatuto do Desarmamento como querem alguns parlamentares. Eles querem anular o Estatuto.
O ex-presidente Lula é a matéria de capa da revista Veja. Segundo reportagem da revista, o empreiteiro da OAS, Léo Pinheiro promete fazer delações e contar tudo o que sabe do petrolão, Lula seria o principal alvo.
IstoÉ mostra em reportagem de capa como os brasileiros estão desesperados com a crise financeira que o país está vivendo – uma das piores dos últimos vinte e cinco anos. As incertezas tem tirado o sono de muita gente.
A Carta Capital – única revista de esquerda declaradamente entre as quatro – tenta desviar o foco e injetar um pouco de ânimo nos brasileiros. Num esforço abissal, o assunto de capa da revista é tentar mostrar que a Petrobras não está assim; tão em crise como é divulgado na mídia.
Bookmark and Share

ESTUDANTE DO FIES

Charge do Amarildo
Bookmark and Share

CPI DOS BLOGS JÁ! QUEM NÃO DEVE, NÃO TEME...

Da coluna Rodrigo ConstantinoVeja
Após as últimas notícias sobre recursos investigados pela Operação Lava-Jato aportando na conta de blogueiros conhecidos por sua postura chapa-branca em defesa do governo, venho aqui endossar a campanha de Reinaldo Azevedo: precisamos investigar mais, precisamos de uma CPI dos Blogs! Vejam:
O Ministério Público identificou quatro pagamentos, de 30 000 reais cada um, das contas de uma empresa do lobista Milton Pascowitch para a editora 247, que mantém na internet o site Brasil 247. Os pagamentos foram feitos no segundo semestre do ano passado, em 15 de setembro, 10 de outubro, 11 de novembro e 10 de dezembro, e aparecem na quebra de sigilo da Jamp, empresa de Pascowitch investigada na Operação Lava Jato.
O documento da quebra de sigilo mostra que os valores saíram de uma conta da Jamp no banco Itaú (agência 4005, conta 02233-2) para a conta da editora 247, no Bradesco (agência 6621, conta 140400-8).
Um dos donos da editora 247, segundo documentos na Junta Comercial, é o jornalista Leonardo Attuch, cujo nome já apareceu em uma das anotações do doleiro Alberto Youssef, com beneficiário de seis pagamentos de 40 000 reais.
O Ministério Público investiga a Jamp, uma empresa de fachada criada com a finalidade de lavar dinheiro e que, suspeita-se, tenha servido para repassar dinheiro do esquema da Petrobras para os blogs de mercenários a soldo do governo e do PT.
Não há nada pior para o jornalismo do que mercenários disfarçados de jornalistas. O pior é que tem muita gente que cai no relativismo tosco e diz que todos são assim, que, afinal, alguém paga a conta e que é impossível ser imparcial. Pergunto: a quem interessa tal mistura do joio e do trigo? Sem dúvida não aos que fazem jornalismo sério.
O problema não é bem ter lado. Todos nós temos nossas convicções, nosso ponto de vista. O problema é mais quando esse lado não é fruto de tal convicção, mas sim dos recursos pagos. Nesse caso é prostituição mesmo. Outro problema é fingir imparcialidade quando se tem claramente um viés, e pior ainda quando tal viés é o resultado das verbas públicas.
A liberdade de imprensa é um dos pilares mais importantes da democracia. Sem ela há apenas autoritarismo. E a liberdade de imprensa pressupõe independência financeira. Veículos bancados pelo governo não podem ser chamados de imprensa, pois são apenas braços partidários, a extensão do departamento de marketing dos governantes.
Para limpar nossa imprensa e nossas redes sociais desses soldados petistas pagos com os nossos impostos, faz-se mister aprofundar as investigações sobre a grana desviada pelo governo para a blogsfera chapa-branca e suja. Alô, senador Ronaldo Caiado, eis aí uma importante missão que lhe caberia muito bem. Que tal pedir uma CPI dos Blogs? Quem não deve, não teme. E quem teme, deve muito.
PS: Abaixo, uma pequena lista de blogs que peguei no Facebook como sugestão para as investigações. Não é acusação, e sim uma singela contribuição para facilitar o trabalho de Sergio Moro e companhia, pois são blogs claramente suspeitos, e quem atua nessa área sabe bem do “comprometimento” deles com os fatos:
PS2: Pergunto-me quem ainda leva a sério esses blogs petistas, e concluo que é preciso estar muito desesperado para preservar a utopia, o esquerdismo, o próprio PT, a ponto de usar como fonte de dados e argumentos “jornalistas” que claramente trabalham não em prol da verdade, mas sim em prol do governo.
PS3: Eu entendo o ódio que esses “intelectuais” de esquerda sentem da Veja e seus blogueiros. Deve ser terrível saber que o outro lado pode falar realmente o que pensa, expor fatos e criticar os corruptos sem medo de perder uma boquinha.
Bookmark and Share

sábado, 25 de abril de 2015

BOLETIM MÉDICO

A deputada federal, Luiza Erundina (PSB-SP), de 80 anos está internada desde quinta-feira (23) no Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas de São Paulo.
O hospital divulgou no início da noite de ontem (24) um boletim médico dizendo que a ex-prefeita de São Paulo deu entrada no instituto às 22h desta quinta-feira, “com quadro de descompensação cardíaca, caracterizada por crise hipertensiva”.
O boletim disse ainda que a paciente tem quadro clínico estável e está internada na Unidade Clínica de Coronariopatia Aguda do hospital, “para monitoramento intensivo, sem previsão de alta hospitalar”.
Confira a íntegra do boletim médico:
A deputada federal pelo PSB Luiza Erundina de Souza (80 anos) deu entrada no Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP), às 22h desta quinta-feira, 23 de abril, com quadro de descompensação cardíaca, caracterizada por crise hipertensiva.
Com quadro clínico estável, a paciente segue internada na Unidade Clínica de Coronariopatia Aguda do hospital, para monitoramento intensivo, sem previsão de alta hospitalar.
Com informações da rádio Jovem Pan
Bookmark and Share

DEPOIS DO BALANÇO

Charge do Fernando Brum, via revista IstoÉ
Bookmark and Share

FALANDO FRANCAMENTE

Por Pedro Dias Leite, Páginas AmarelasVeja  
Marta Suplicy foi deputada, prefeita de São Paulo, ministra do Turismo, da Cultura e atualmente cumpre mandato de senadora. Sempre pelo PT, partido em que milita desde o início da década de 80. Trinta e cinco anos, de muitas vitórias e algumas derrotas, um mensalão e um petrolão depois, que descreve como uma "avalanche de corrupção", ela decidiu deixar a legenda a que dedicou metade de sua vida. Marta tem convite de quase todos os partidos políticos do Brasil, mas se inclina mais para o PSB de Eduardo Campos, o candidato morto em um desastre de avião na campanha presidencial do ano passado. Enquanto desenhava estrelinhas em uma folha de papel, Marta falou a VEJA de seus motivos para romper com o PT e de seu "projeto de nação".
A senhora saiu do PT ou o PT a deixou antes?
Tenho muito orgulho de ter ajudado a fundar o PT. Acreditei, me envolvi, trabalhei décadas, com dedicação total. Saio do PT porque, simplesmente, não é o partido que ajudei a criar. O PT se distanciou dos seus princípios éticos, das suas bases e de seus ideais. Dessa forma traiu milhões de eleitores e simpatizantes. Eu sou mais uma entre as pessoas que se decepcionaram com o PT e não enxergam a possibilidade de o partido retomar sua essência. Respondendo a sua pergunta, estou segura de que meus princípios nunca mudaram, são os mesmos da fundação do PT, os mesmos com os quais criei os meus três filhos. Agora tenho um desafio, o desafio do novo. Quero ter um projeto para o meu país. Um projeto em que acredite. É isso que eu vou buscar.
O que mais pesou na sua decisão?
O componente ético é muito forte. A decepção foi tremenda. Não foi fácil ver os integrantes da cúpula do partido na prisão. Discordo da maneira pública pela qual eles foram julgados e sentenciados. O processo judicial pode ter sido perfeito, mas a humilhação pública que eles sofreram não se justifica. Por essa razão eu não me manifestei durante o julgamento do mensalão. Mas senti que havia um profundo distanciamento do que nós, petistas, queríamos para o Brasil. Reconheço o muito que já se fez em termos de diminuição da pobreza e do aumento da mobilidade social. Mas eu percebo também que a cúpula se fechou e, cercada por interesses corporativistas de certos movimentos sociais e sindicalistas, trabalha apenas para se manter no poder. O PT não tem mais projeto para o Brasil. Se não recuperar seus princípios éticos, da fundação, não voltar às suas bases, se ficar só no corporativismo, o PT vai virar uma pequena agremiação. Teria chance se fosse no caminho oposto, mantendo sua base social, mas incorporando uma classe média que ele mesmo ajudou a criar. Mas, se você perguntar se o PT fará o que é preciso para se salvar, minha é resposta é não.
Houve uma gota d'água?
A escolha do Fernando Haddad para ser candidato à prefeitura de São Paulo, em 2012, foi muito difícil para mim. Mas respirei fundo e fiz campanha para ele. Sei que minha participação foi fundamental para a vitória do Haddad. Antes já tinha sido praticamente abandonada na minha eleição para o Senado. Ganhei com enorme dificuldade. O PT fez campanha muito mais forte para o candidato Netinho do que para mim. Então comecei a pensar no que estava fazendo no PT. Em 2014, meu nome nem foi cogitado para a corrida ao governo de São Paulo, embora eu tivesse 30% das intenções de voto. Aí vem essa avalanche de corrupção. Engoli muita coisa na política. Mas, quando vi que estava em um partido que não tem mais nada a ver comigo, que não luta pelas bandeiras pelas quais eu me bati e que ainda me tolhe as possibilidades - e eu sei que sou boa -, a decisão de sair ficou fácil.
A senhora não viu os sinais da "avalanche de corrupção" no PT?
Não, porque eu nunca participei disso. Não tinha a mais leve ideia. Como a maioria dos petistas não tinha também. Se você não estava ali naquela meia dúzia, você não sabia.
Quando ficou evidente sua saída, a máquina de destruição de reputações do partido começou a agir com a acusação de que a senhora, uma aristocrata, nunca foi realmente do PT. Isso magoa?
Essas pessoas nunca estiveram na minha pele. Dei ao PT uma cara de classe média palatável. Isso abriu outro horizonte, com a adesão de uma classe média que não se identificava com o sindicalismo. Se não posso dizer que a inventei, tenho certeza de que contribuí muito para a modernidade do PT. Esse tipo de crítica não me afeta.
A senhora teve um papel de destaque no "Volta, Lula", movimento para afastar Dilma e lançar como candidato o ex-presidente. Por quê?
Eu tinha certeza de que, se a Dilma vencesse, teria um segundo mandato muito difícil, como está sendo efetivamente. Achava que com o Lula teríamos condição de rever com clareza os erros cometidos e, assim, reunir força política para tirar o Brasil daquela situação. A maioria dos deputados e dos senadores preferia a candidatura do Lula pelas mesmas razões que as minhas. Eles só foram mais cuidadosos.
O rompimento com o PT significa seu afastamento do ex-presidente Lula?
É preciso saber separar o lado pessoal. Mesmo quando fui impedida de ser candidata, em 2006, não rompi com o Lula. Porque existe uma coisa muito pessoal, gosto muito dele, o admiro. Acredito que ele também tenha admiração por mim. Tive uma conversa muito franca com ele no segundo semestre do ano passado e explicitei o que iria acontecer se ele não fosse o candidato. Disse: “Presidente, estou buscando meu caminho”. Depois, não nos falamos mais. Não é uma questão de candidatura, é de não me sentir mais no ninho. Tenho um momento em que você diz basta.
Seu descontentamento já era grande. Por que demorou tanto a deixar o governo Dilma?
Primeiro, o Lula pediu que eu ficasse. Disse que minha saída atrapalharia o projeto. Entenda-se, o projeto de ele ser o candidato. Quando a vitória de Dilma nas eleições foi confirmada, liguei para a presidente, dei-lhe os parabéns e disse que estava saindo. Foi uma conversa longa e ríspida. Ela pediu que eu esperasse sua volta do descanso, na Bahia. Quando voltou, fui conversar com ela, que me pediu que esperasse de novo, até seu retorno da Austrália, em 18 de novembro. Concordei. Qual não foi minha surpresa quando, de volta ao ministério (da Cultura), minha chefe de gabinete avisou que haviam ligado da Casa Civil, por parte do ministro Aloizio Mercadante, pedindo a carta de demissão de todos os ministros. Obviamente ele estava querendo aguar minha saída, para que ela não fosse entendida como na realidade era, um gesto político. Imediatamente pedi à minha chefe de gabinete que protocolasse minha carta de demissão, que estava pronta, no Palácio do Planalto.
Como era despachar com a presidente Dilma?
Até eu começar o “Volta, Lula”, foi agradabilíssimo. Ela é uma pessoa muito culta. Tem uma vasta cultura, é muito agradável para conversar. Lê muito, entende muito de arte, de teatro, conhece profundamente vários museus. Depois do “Volta, Lula”, ela passou a implicar com tudo.
A senhora fala como se o governo Lula fosse completamente diferente, mas os dois grandes escândalos, o mensalão e o petrolão, floresceram nos mandatos dele. As máculas éticas do PT não pertencem tanto a ele quanto a ela?
É difícil apontar a responsabilidade de cada um, e não compete a mim fazer essa afirmação. Não posso afirmar se Dilma ou Lula sabiam da corrupção. Eles tanto poderiam quanto não poderiam saber, mas, repito, não compete a mim esse julgamento. No caso do governo Dilma ficam evidentes os gigantescos prejuízos ao Brasil provocados pela má gestão. E não só por ela. Mas pelo intervencionismo e pelo autoritarismo. Quem se sente dono da verdade não escuta. Não escutar é mortal. Você pode discordar, mas tem de ouvir.
É ruim também pelo fato de ter uma mulher na Presidência e que não deu certo?
Eu sou uma feminista desde o começo. Sempre achei que uma mulher na Presidência faria muito a diferença. Ainda acho. Mas a questão principal é que o temperamento deixou o gênero em segundo plano. A sensibilidade do gênero feminino faz a diferença na hora de governar. São séculos e séculos cuidando de crianças, dos velhos e dos doentes. A Dilma tem essa sensibilidade, mas o temperamento prevaleceu sobre ela.
Qual é a sua visão sobre o impeachment?
Sou contra, não vejo nenhum fato objetivo para buscar essa saída.
Para qual partido a senhora vai?
Quando estava amadurecendo a ideia de deixar o PT, fui procurada por uma frente formada por PSB, PP, PPS, PV e Solidariedade. Agora, também comecei conversas com o PDT. Vários outros partidos me procuraram. O martelo ainda não está batido, mas é com PSB que as conversas estão mais avançadas.
Mas esses outros partidos não têm, talvez, os mesmos problemas que a senhora vê no PT?
Não tenho mais 30 anos, tenho 70. Não vivo mais de ilusões. Sou uma pessoa bastante machucada por toda a experiência partidária, por um sonho destruído. Vou procurar um partido no qual possa realizar meu projeto de nação.
A procura começa como candidata à prefeitura de São Paulo em 2016?
Não estou saindo do PT porque quero ser candidata. Mas, para quem foi prefeito de São Paulo e ama sua cidade, é inescapável interessar-se de perto por todas as questões que dizem respeito ao cotidiano dos paulistanos. É inescapável não conseguir ficar calada vendo tanta coisa malfeita e prioridades erradas. Prefeito tem de energizar a cidade inteira, o que não vejo o atual prefeito fazer. Haddad é fraco. Eu tinha, em valores de hoje, 30 bilhões de reais de orçamento. Ele tem 51 bilhões. Qual a marca dele? Ciclovia? É muito obvio. Todo mundo é a favor de bicicleta, mas isso não é solução para uma megalópole.
A senhora julga que foi uma boa prefeita, de 2001 a 2004, em São Paulo?
Criei o Bilhete Único, os CEUs, escolas de periferia com piscinas e teatros de qualidade. Minhas amigas me diziam que suas empregadas me adoravam e elas mesmas não entendiam muito por quê. A resposta era porque eu me dediquei mesmo com mais afinco a melhorar a vida de quem mais precisava.
Mesmo assim a senhora não foi reeleita. Por quê?
Meu grande erro foi achar que ia conseguir fazer tudo em quatro anos. A cidade tem pressa e eu também. No final do mandato fiz obras urbanas que, reconheço, foram um martírio para muitos paulistanos. Isso atrapalhou minha reeleição. Deveria ter feito essas obras com mais calma, ocasionando menos transtorno.
Por que várias bandeiras históricas que a senhora, pioneiramente, empenhou – por exemplo, a legitimação do casamento gay – não são viáveis no Congresso?
Acho que as pessoas se chocam com coisas erradas. Veja o caso da novela Babilônia. No primeiro capítulo, teve o beijo das lésbicas, achei interessante. Em seguida, a vilã, Gloria Pires, deu um tiro a sangue-frio no motorista. Depois, uma outra começou a achacar alguém. Ninguém se chocou com a exibição desses crimes. O beijo das mulheres chocou. Que visão de mundo isso revela? Revela que achamos normal a corrupção e o assassinato, mas reagimos contra uma manifestação de amor.
Quanto sua separação de Eduardo Suplicy influiu na sua vida política?
Alguns me viram como uma pessoa má por ter separado do Eduardo. Em parte, fui responsável. Eu me sentia tão culpada que não tive condição de fazer minha defesa. Quando não se ama mais alguém, a separação é a saída natural. Eu me apaixonei por outra pessoa, não tive medo, paguei o preço, que foi enorme. Ainda por cima era um argentino. O Eduardo se colocou publicamente como vítima em uma situação em que não há vítimas nem algozes. Separei-me do argentino. Não o amava mais. Depois conheci o Márcio (Toledo), que é uma coisa muito boa na minha vida.
Pessoas públicas têm direito à privacidade?
Ter a privacidade devassada é inerente à política. Quem não quer pagar esse preço não deve entrar.
Bookmark and Share

EXCESSO NO MAKE

Charge do Genildo
Bookmark and Share

UM GOVERNO PARA ESQUECER

Artigo de Fernando Gabeira
Recebi dois livros interessantes: Submissão, de Michael Houellebecq, e Ordem Mundial, de Henry Kissinger. Aproveito uns dias de resfriado para lê-los, mas só vou comentá-los adiante. Não sei se o resfriado turvou minhas expectativas, mas vejo o mundo caindo ao redor: empresas fechando, gente perdendo emprego e, como se não bastasse, estúpidos feriados.
Mas será que estar envolvido numa situação tão pantanosa me obriga a fazer as mesmas perguntas, tratar dos mesmos personagens, dona Dilma e seus dois amigos, Joaquim e Temer?
Nas últimas semanas deixei de perguntar apenas sobre o ajuste econômico, que nos promete uma retomada do crescimento. Começou enriquecendo os partidos e apertando as pessoas. Disso já suspeitava. Cheguei a indagar se não era possível superar o voo da galinha, achar um caminho seguro e sustentável. Constatei que lá fora também se faz a mesma pergunta, não a respeito do Brasil, mas do próprio capitalismo. O sistema tem um futuro, deságua em outra via de expansão?
Quanto à minha expectativa de um crescimento equilibrado, encontrei respostas desconcertantes. Como a do economista australiano Steve Keen, para quem o equilíbrio é uma ilusão e a economia tende a viver num desequilíbrio constante, sem jamais afundar.
Existem muitas previsões sobre o que vai acontecer mais adiante. A de Jeremy Rifkin pelo menos me agrada mais porque é a que mais se aproxima das minhas toscas expectativas. E de uma ponta de otimismo que nunca me deixa, mesmo no resfriado. Rifkin fala da internet dos objetos, da produção descentralizada de energia alternativa, das impressoras 3D e dos cursos online. Tudo pode fazer de cada um de nós um proconsumidor. Da produção em massa haveria um trânsito para a produção das massas, descentralizada e cooperativa.
Aqui acompanhei, por exemplo, a prisão de Vaccari, o tesoureiro do PT. Cheguei à conclusão de que foi motivada pela decisão do partido de mantê-lo no cargo. Quando foi depor na CPI, todas as acusações já estavam postas, incluídas as que revelam nexo entre propinas e doações. O despacho do juiz Sergio Moro fala em quebrar a continuidade dos crimes, evitando que o acusado mantenha uma posição em que, desde o caso da cooperativa dos bancários (Bancoop), desvia dinheiro para os cofres do partido.
Bastava ao PT afastá-lo enquanto durassem as investigações. Falou mais alto a fraternidade partidária. Tanto que os intérpretes oficiais diziam com orgulho que o partido não abandonaria Vaccari na estrada.
Citado por Kissinger, o cardeal Richelieu, comparando a sorte da pessoa com a de uma entidade política secular, afirma que o homem é imortal, sua salvação está no outro mundo. Já o Estado não dispõe de imortalidade, sua salvação se dá aqui ou nunca.
A maior interrogação ao ver o mundo desabando é esta: como chegaremos a 2018, com um governo exaurido, crise aguda e um abismo entre as aspirações populares e o sistema político?
A primeira pergunta é esta: com ou sem Dilma? O ministro José Eduardo Cardozo diz que a oposição é obcecada pelo impeachment. Disse isso ao defendê-la das pedaladas fiscais. Com a maioria dos eleitores desejando que Dilma se afaste, sempre haverá um motivo. Hoje é pedalada, amanhã é pênalti e depois de amanhã, escanteio, lateral, impedimento – enfim, é uma constante no jogo.
Os 12 anos de governo do PT foram marcados por uma extensa ocupação partidária da máquina pública. O Estado foi visto não só como o grande empregador, mas também como o espaço onde os talentos individuais iriam florescer.
Ao lado disso se construiu também a expectativa de que grande parte dos problemas dependia da interferência estatal. Da Bolsa Família aos empréstimos do BNDES, do patrocínio às artes à salvação do Haiti, da construção de uma imprensa “alternativa” ao soerguimento econômico de Cuba – tudo conduzido pelo Estado.
Com a ruína desse modelo, a oposição popular ao governo tem a corrupção como alvo, mas revela também uma profunda desconfiança do papel econômico do Estado, a ponto de alguns analistas a verem como réplica do movimento Tea Party, uma ala radical do Partido Republicano nos EUA. Se olhamos um pouco mais longe, para o colapso do socialismo, vamos encontrar algo mais parecido com a realidade nacional. Foi muito bem expresso por um ministro húngaro na aurora da reconstrução pela via capitalista: no passado havia uns fanáticos que diziam que o Estado resolve tudo, agora aparecem outros dizendo que o mercado resolve tudo.
Além da corrupção, sobrevive ainda uma expectativa num Estado bálsamo, que cura todas as dores, resolve todos os problemas, traz de volta as pessoas amadas. É compreensível que surja uma resistência apontando para um Estado mínimo e que as esperanças se reagrupem em torno do mercado.
O que resultará disso tudo ainda é muito nebuloso. Tenho consciência de escrever sentado numa cadeira ejetável. Mas, e daí? Quando você mostra que a experiência do governo petista se esgotou, muitos protestam. Com que ideias vão dinamizar a nova fase? Com que grana vão inventar um novo ciclo de bondades balsâmicas?
Se Dilma sobrevive como um fósforo frio, isso é só um problema imediato. É hora de começar a desvendar o futuro. Não tenho dúvida de que todos os exageros, os erros patéticos, a arrogância, a desmesura, tudo será cobrado até que se restabeleça um certo equilíbrio.
Viveremos o teatro fúnebre de um governo que não é mais governo, de uma esquerda oficial petrificada, de jornalistas de estimação analisando minúsculos movimentos mentais de um poder lobotomizado. Como diz um personagem de Beckett, acabou, acabamos. Resta ao governo sonhar com um domingo ideal em que, finalmente, voltadas para suas atividades normais, as pessoas o esqueçam. Imagino a discreta festa palaciana: mais um domingo, ninguém se lembrou de nós, viva!
Artigo publicado no Estadão em 24 de abril de 2015
Bookmark and Share

sexta-feira, 24 de abril de 2015

O FANTASMA DO PLANALTO

Da revista The Economist
"DILMA Fora, PT fora", tocou os cantos furiosos cima e para baixo de São Paulo Avenida Paulista em uma tarde escaldante domingo em 12 de abril. Eles foram ecoados em cidades de todo o Brasil. No entanto, os manifestantes já ganharam mais do que imaginam. Menos de quatro meses depois de seu segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff permanece no cargo, mas para muitos efeitos práticos, não está mais no poder. E o esquerdista Partido dos Trabalhadores nominalmente governista (PT) já não chama a tiros em Brasília, a capital.
Mesmo tenancy de Rousseff no Palácio do Planalto não é totalmente certo. Graças à combinação inflamatória da deterioração da economia e de um enorme escândalo de corrupção na Petrobras, a companhia estatal de petróleo, ela agora é profundamente impopular. Os manifestantes querem que ela cassado, assim como 63% dos entrevistados para uma pesquisa recente. Esta semana, a oposição estava recebendo pareceres jurídicos para saber se ela pode ser acusado, sobre Petrobras ou por violar uma lei fiscal-responsabilidade que é suposto para impedir a ostentação gastos ela organizou para conseguir a reeleição.
É um revés extraordinário. Durante 12 anos o PT dominou a política do Brasil, graças às políticas sociais e de relacionamento com as pessoas comuns de Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente em 2003-10, bem como para o crescimento inesperados de um boom de commodities que agora terminou. Dilma carece de habilidade política de Lula, e suas relações são agora mal cordial. Mas, ainda assim, a elevação dos padrões de vida eram apenas o suficiente para conquistá-la um segundo mandato em outubro passado.
Duas coisas corroeram sua autoridade desde então. Em primeiro lugar, os erros de seu primeiro mandato ter levado o Brasil à beira de uma grave recessão. Enfrentando a perda de premiado investment-grade rating de crédito do país (o que elevaria o custo dos empréstimos para empresas e famílias), ela nomeou Joaquim Levy, um falcão fiscal Chicago treinada, como seu ministro das finanças. Ele está ocupado cancelamento de subsídios e corte apostilas-austeridade que é um anátema para o PT. Dilma Rousseff já não micromanages a economia.
Ela também não comandar a agenda política. Ela perdeu o controle do Congresso para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), uma aglomeração centrista de barões políticos regionais, que é o principal parceiro de coligação do PT. O PMDB muito se queixam de que o PT monopolizou os principais ministérios. Agora ele exigiu sua vingança. Eduardo Cunha, um congressista conservador astuto do Rio de Janeiro, esmagou o candidato do PT para ganhar para o PMDB o poderoso cargo de presidente da Câmara dos Deputados. O hiperativo Cunha exerce a sua própria agenda. Ele afirmou que os escalpos de quatro ministros em seus 10 semanas no cargo, e tem lançado em algumas das medidas fiscais do Sr. Levy. Seus acólitos chamá-lo de "primeiro-ministro".
Para facilitar este atrito, este mês Rousseff acionou o ministro da PT para a coordenação política, entregando o trabalho de Michel Temer, seu vice-presidente e líder do titular do PMDB, e com ela o poder valorizada para nomear funcionários de segunda linha.
O que torna esta hemorragia de poder presidencial tão dramático é que Dilma ainda tem quase mais quatro anos de mandato. Nesse tempo a economia vai certamente piorar antes de melhorar. Ela pode sobreviver? Nos últimos seis décadas, o Brasil tem visto quatro maneiras diferentes em que os presidentes não conseguiram concluir seus mandatos. Um presidente cometeu suicídio. Outra renunciou. Um terceiro foi deposto por um golpe militar, enquanto um quarto foi cassado.
Felizmente, é difícil imaginar o suicídio ou a um golpe de Estado. Também é difícil ver Rousseff, ex-guerrilheiro urbano duro, que sobreviveu a tortura, renunciando. E a lei brasileira afirma que um presidente pode ser cassado apenas para crimes políticos ou comuns cometidos durante seu mandato em curso, embora se essa regra seria necessariamente isentar qualquer conduta ilegal durante seu primeiro mandato não é clara. Até agora nada gravatas Rousseff à corrupção; alguns gostariam irresponsabilidade fiscal a ser passível de impeachment, mas provavelmente não é. É por Cunha para decidir se pretende iniciar impeachment, e ele é um dos 52 políticos sendo investigado por supostas doações ilegais da Petrobras.
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente que continua a ser líder intelectual da oposição, advertiu que impeachment seria "temeridade". Isso soa bem. Os movimentos sociais por trás dos protestos seria melhor passar os próximos três anos de promoção da reforma política, pressionando para que seja feita justiça no escândalo Petrobras e reinventando a oposição em grande parte moribunda. Quanto à quase sem amigos Rousseff, ela enfrenta um grind longo e desanimador para tentar recuperar o poder que ela perdeu. Será que ela tem a coragem para isso?
Tradução via Google tradudor
Bookmark and Share

NÃO DEIXARÁ SAUDADE...

Do Blog do Alpino
Bookmark and Share

A GUERRA DO PT

Editorial do O Estado de S.Paulo
O PT julga que está em guerra. É o que está escrito, com todas as letras, nas "teses" apresentadas pelas diversas facções que compõem o partido e que serão debatidas no 5.º Congresso Nacional petista, em junho.
De que guerra falam os petistas? Contra quem eles acreditam travar batalhas de vida ou morte, em plena democracia? Qual seria o terrível casus belli a invocar, posto que todos os direitos políticos estão em vigor e as instituições funcionam perfeitamente?
As respostas a essas perguntas vêm sendo dadas quase todos os dias por dirigentes do PT interessados, antes de tudo, em confundir uma opinião pública crescentemente hostil ao "jeito petista" de administrar o País. O que as "teses" belicosas do partido fazem é revelar, em termos cristalinos, o tamanho da disposição petista em não largar o osso.
"Precisamos de um partido para os tempos de guerra", conclama a Articulação de Esquerda em sua contribuição para o congresso do partido. Pode-se argumentar que essa facção está entre as mais radicais do PT, mas o mesmo tom, inclusive com terminologia própria dos campos de batalha, é usado em todas as outras "teses". Tida como "moderada", a chapa majoritária O Partido que Muda o Brasil avisa que "é chegado o momento de desencadear uma contraofensiva política e ideológica que nos permita retomar a iniciativa".
A tendência Diálogo e Ação Petista conclama os petistas a fazer a "defesa dos trabalhadores e da nação", como se o Brasil estivesse sob ameaça de invasão, e diz que as "trincheiras" estão definidas: de um lado, a "direita reacionária"; de outro, os "oprimidos". A chapa Mensagem ao Partido quer nada menos que "refundar o Estado brasileiro", por meio de uma "revolução democrática" - pois o "modelo formal de democracia", este que vigora hoje no Brasil, com plena liberdade política e de organização, "não enfrenta radicalmente as desigualdades de renda e de poder".
Da leitura das "teses" conclui-se que o principal inimigo dos petistas é o Congresso, pois é lá que, segundo eles dizem, se aglutinam as tais forças reacionárias. O problema - convenhamos - é que o Congresso representa a Nação, o povo. Se o Congresso resiste a aceitar a agenda do PT, então a solução é uma "Constituinte soberana e exclusiva", cuja tarefa é atropelar a vontade popular manifestada pelo voto e mudar as regras do jogo para consolidar o poder das "forças progressistas" - isto é, o próprio PT.
Uma vez tendo decidido que vivem um estado de guerra e estabelecidos quem são os inimigos, os petistas criam a justificativa para apelar a recursos de exceção - o chamado "vale-tudo". O principal armamento do arsenal petista, como já ficou claro, é o embuste. O partido que apenas nos últimos dez anos teve dois tesoureiros presos sob acusação de corrupção, que teve importantes dirigentes condenados em razão do escândalo da compra de apoio político no Congresso e que é apontado como um dos principais beneficiários da pilhagem da Petrobrás é o mesmo que diz ter dado ao País "instrumentos inéditos" para punir corruptos. Há alguns dias, o ex-presidente Lula chegou ao cúmulo de afirmar que os brasileiros deveriam "agradecer" ao PT por "ter tirado o tapete que escondia a corrupção".
É essa impostura que transforma criminosos em "guerreiros do povo brasileiro", como foram tratados os mensaleiros encarcerados. Foi essa inversão moral que levou o governador petista de Minas, Fernando Pimentel, a condecorar o líder do MST, João Pedro Stédile, um notório fora da lei, com a Medalha da Inconfidência, que celebra a saga libertária de Tiradentes. A ofensiva dos petistas é também contra a memória nacional.
Ao explorar a imagem da guerra para impor sua vontade aos adversários - inclusive o povo -, o PT reafirma seu espírito totalitário. A democracia, segundo essa visão, só é válida enquanto o partido não vê seu poder ameaçado. No momento em que forças de oposição conseguem um mínimo de organização e em que a maioria dos eleitores condena seu modo de governar, então é hora de "aperfeiçoar" a democracia - senha para a substituição do regime representativo, com alternância no poder, por um sistema de governo que possa ser totalmente controlado pelo PT, agora e sempre.
Bookmark and Share

O FRACASSO DA 'PÁTRIA EDUCADORA'

Artigo de Roberto Freire, via Blog do Noblat
O desmantelo que caracteriza o governo de Dilma Rousseff, refletido pela ampla rejeição à presidente verificada nas últimas pesquisas, atinge também a educação. Aquela que talvez seja a área mais importante para o futuro do país, contemplada pelo marqueteiro oficial com o slogan “pátria educadora” como palavra de ordem, é uma das que mais sofrem com o descaso, o abandono e a incompetência de quem não tem nenhum compromisso com o Brasil, apenas com seus próprios interesses.
O resultado de tamanha desfaçatez não demorou a aparecer, e a peça de ficção construída pela propaganda enganosa do PT ruiu mais uma vez. Segundo um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o país cumpriu apenas duas das seis metas fixadas em 2000 pelo Marco de Ação Educação Para Todos (EPT), compromisso firmado por 164 nações, para o período até 2015.
Os únicos objetivos alcançados pelo Brasil, na esteira de avanços que já haviam sido conquistados durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, foram a educação primária universal (primeiro ciclo do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano) e a paridade de gênero (mesma proporção entre meninas e meninos) nas escolas.
O estudo ainda aponta que o Bolsa Família – cantado em prosa e verso pelo lulopetismo como a solução de todos os problemas – “não enfrenta os desafios” dos mais pobres na área educacional, embora melhore suas condições de vida de forma imediata e temporária. Também não se alcançou um nível razoável de expansão da educação infantil (creche e pré-escola), especialmente para as crianças mais vulneráveis, nem se ofereceram condições para que os jovens concluam o ensino médio no tempo adequado.
Outro drama agravado nos últimos anos é o analfabetismo. De acordo com a Unesco, o país não alcançou a meta de redução de 50% e concentra 38,5% dos analfabetos na América Latina. Dos 36 milhões de adultos latino-americanos que não sabem ler nem escrever, 14 milhões são brasileiros. Vale lembrar que também o IBGE já havia registrado, entre 2011 e 2012, um vergonhoso aumento no índice de analfabetismo do país, após 15 anos de quedas consecutivas, com um acréscimo de cerca de 300 mil pessoas ao grupo daqueles que são incapazes de se comunicar pela escrita.
A opção profundamente equivocada dos governos Lula/Dilma de apenas transferir recursos e bolsas para a área educacional, ao invés de criar programas consistentes e de qualificação, fez com que o Brasil regredisse e atrasasse o desenvolvimento de milhões de crianças e adolescentes. Para o PT, e isso ficou claro nos últimos 12 anos, o que importa é a quantidade de novos cursos, faculdades e universidades país afora, e não a qualidade do ensino oferecido aos jovens brasileiros. Infelizmente, pagaremos durante algumas décadas por tanta irresponsabilidade.
A “pátria educadora” anunciada pela presidente da República não se sustenta para além da propaganda nem se ampara nos fatos, que insistem em desconstruir essa realidade edulcorada. Trata-se de um lema que não diz nada, de um mero deboche contra os brasileiros, de um engodo falacioso criado sob medida para tentar ludibriar os cidadãos. Mas a esmagadora maioria do povo brasileiro, que tem ido às ruas contra o atual governo e o PT, não se deixa mais enganar.
Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS
Bookmark and Share

quinta-feira, 23 de abril de 2015

O LEÃO TE ESPERA...

Charge do Izânio
Bookmark and Share

INVESTIGADO CRIMINALMENTE

Do O Povo
As negociações para a construção do Acquario Ceará, empreendimento do governo do Estado, serão investigadas criminalmente pelo Ministério Público do Ceará. A decisão foi tomada no início da tarde desta quarta, 22, após reunião do Órgão Especial do Colégio de Procuradores do Ministério Público Estadual.
 Por 11 votos a dois, os procuradores foram favoráveis ao início de uma investigação criminal por enxergar indícios de irregularidades na contratação da empresa International Concept Management (INC). A construtora norteamericana foi escolhida sem licitação na gestão do então governador Cid Gomes. Com a decisão do Colégio de Procuradores, gestores públicos e membros da Fundação 17 de Setembro, que participou da legitimação do contrato, passam a ser investigados pelo Ministério Público. Entre os gestores, o ex-secretário de Turismo do Estado, Bismarck Maia, que já responde, na área cível, por improbidade administrativa no mesmo empreendimento.
 Os procuradores votaram contra uma decisão do procurador geral da Justiça, Ricardo Machado que, em outubro de 2014, resolveu arquivar a possibilidade de uma investigação na área do crime no que se refere ao projeto e construção do Acquario Ceará. A promotora Jacqueline Faustino, da 2ª Promotoria Cível de Fortaleza e responsável pela ação de improbidade do mesmo caso, entrou com um recurso pedindo ao colegiado de procuradores que reconsiderasse a decisão. Na sessão anterior do Colégio de Procuradores, o procurador Francisco Gadelha, hoje de férias, já havia declarado seu voto a favor do desarquivamento da investigação. 
Resultado final – Dos 17 procuradores presentes à sessão do Órgão Especial do Colégio de Procuradores da Procuradoria da Justiça do Ceará, 11 votos favoráveis ao desarquivamento e início da investigação criminal. Dois contra. Duas abstenções e três não votaram. O procurador Francisco Gadelha, de férias, já havia declarado voto, a favor do desarquivamento.
Bookmark and Share

PALAVRAS CHULAS

Um projeto de lei do deputado estadual Wanderley Dallas (PMDB) causou constrangimento entre as comissões de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) e de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM). O incômodo é tanto que o deputado Orlando Cidade (PTN) apresentou, na quinta-feira, 16, um projeto para que a CCJR tenha o poder de vetar a tramitação de matérias que, na avaliação dele, ridicularizam o parlamento.
No projeto (nº 341/2012), Dallas quer reconhecer como patrimônio cultural de natureza imaterial para o Amazonas palavras, segundo ele, comuns no vocabulário regional local, como: “cabaçuda”, “cabaço”, “dedada”, “gala”, “pimba”, “pinguelo”, “piroca”, “pomba”, “xibiu”, entre outras (Veja mais palavras na lista abaixo).
Inspiração
Na justificativa da matéria, o parlamentar afirma que se inspirou na obra “Amazonês – Termos Usados no Amazonas”, do escritor Sérgio Freire, doutor em linguística pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Para o professor e escritor amazonense Tenório Teles, o projeto de lei proposto por Dallas é incoerente e equivocado. “Esse é um projeto de lei sem muito sentido, porque querer estabelecer como algo permanente aquilo (a linguagem) que é impermanente, acredito que seja uma incongruência”, observou Tenório.
O escritor afirmou que considera digno de se tornar patrimônio cultural e imaterial de uma sociedade, não o instrumento, no caso a língua, mas as grandes obras que foram produzidas aqui.
“Penso que o deputado Dallas prestaria uma contribuição relevante se ao invés de querer dar a essas expressões uma importância tão significativa, consultar especialistas e listar as obras dos grandes autores do Amazonas, como os livros de Luiz Bacellar, Álvaro Maia, Violeta Dantas, entre outras obras importantes. Isso, sim, representaria uma contribuição cultural importante que mereceria ser reconhecido como patrimônio cultural do povo do Amazonas”, sugeriu o professor.
Segundo a doutora em Ciências Sociais na área de Antropologia da Educação, Valéria Veiga, faltou bom senso ao legislador. “Sou contra a inclusão dessas palavras de baixo calão no projeto de lei. Dá para estudar a variedade da língua sem constranger as pessoas. E dá para essa proposta tramitar, sim, mas retirando essas expressões constrangedoras, deixando as outras que são tradicionais da região do Amazonas”, declarou Veiga.
De acordo com o deputado Orlando Cidade, presidente da CCJ, na ALE-AM, há colegas preocupados mais com estatística do que com eficácia, importância e pertinência dos projetos. O presidente da Comissão de Educação, deputado Dr. Gomes (PSD), disse que fará o que é melhor para a sociedade.
“Vou me pautar nos conceitos de família, nos conceitos estritamente da ética. E toda e qualquer proposta que venha a ferir a ordem, que venha a constranger o parlamento, eu irei dar parecer contrário”, garantiu Gomes.
Em nota, Dallas disse que só irá se pronunciar a respeito da proposta hoje, no plenário da Assembleia. O projeto tramita na Casa desde 2012. Na ocasião, informou a assessoria, o deputado pretende levar o professor Sérgio Freire para explicar a matéria aos colegas.
Parlamentar lidera ranking
Com 25 propostas, Wanderley Dallas é o campeão entre os deputados da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) em quantidade de projetos de leis apresentados no primeiro trimestre de 2015.
Além de ser o deputado que mais apresentou projetos, há tempo Dallas vem chamando a atenção pelos temas curiosos que aborda nas propostas, como as que também buscam transformar em patrimônio imaterial as festas da Cerâmica; da Laranja; do Repolho; do Pirarucu; dos Botos; da Soltura dos Quelônios; e do Peão Boiadeiro.
O deputado do PMDB, que compõe a bancada evangélica, é autor ainda do projeto de lei que institui o Dia do Levita (aquele que domina a arte do louvor) no Estado do Amazonas. Outra proposta do parlamentar em tramitação na Casa Legislativa institui na rede pública de Saúde do Estado a “Semana da Boa Respiração”.
Em outro projeto, Dallas quer estabelecer o “Dia e a Semana de Conscientização da Reciclagem do Óleo Vegetal Comestível no Estado.
Outra proposta do deputado quer obrigar as empresas projetistas e de construção civil a prover os empreendimentos que especifica de dispositivos para dispensa dos óleos vegetal ou animal e gorduras de uso culinário no Amazonas.
Também é de Dallas a autoria de um projeto sobre a obrigatoriedade de instalação de dispositivo para interromper o processo de sucção em piscinas privativas no Estado.
Dallas é deputado de quinto mandato. No ano de 1982 cursou Teologia no Instituto Bíblico da Assembleia de Deus no Amazonas (Ibadam). O parlamentar foi reeleito em 2014 com 28.297 votos, o equivalente a 1,7% dos votos válidos, que garantiu a Dallas a 6ª maior votação entre os 24 eleitos no pleito.
Bookmark and Share

O BRASIL SEM PT

Charge do Sponholz
Bookmark and Share

AS PROMESSAS DE DILMA

Editorial do O Estado de S.Paulo
As últimas pesquisas de opinião já deixaram claro que a maioria dos brasileiros finalmente se deu conta do tamanho do embuste que lhe venderam os magos da marquetagem petista - aqueles que prometeram uma gerentona capaz de fazer o País saltar de dois em dois os degraus do desenvolvimento e chegar, sobranceiro, ao cobiçado Primeiro Mundo. A decepção fica ainda mais acentuada quando se compara a situação atual com as bravatas da presidente Dilma Rousseff nos idos tempos do início de seu primeiro mandato. Os exemplos são muitos, mas há um, lembrado recentemente pelo Estado, que serve para ilustrar bem o nível da impostura ora desmascarada. Trata-se do prometido investimento da Foxconn no Brasil.
Em abril de 2011, com apenas quatro meses de Presidência, Dilma fez em Pequim o anúncio do primeiro grande investimento internacional no Brasil em seu governo. A empresa taiwanesa Foxconn, gigante da área de tecnologia da informação, levaria adiante um projeto de incríveis US$ 12 bilhões, ao longo de seis anos, para fazer produtos da Apple no País. Essa cifra equivalia a quase todo o investimento da China no Brasil no ano anterior.
Não era apenas o volume de dinheiro que chamava a atenção. O então ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que acompanhara Dilma em sua viagem à China, informou aos jornalistas que o empreendimento criaria nada menos que 100 mil novos empregos, dos quais 20 mil apenas para engenheiros. Previa-se ainda a construção de uma "cidade do futuro" para abrigar 400 mil pessoas envolvidas direta e indiretamente com o projeto. Coisa de ficção científica.
Ademais, o governo festejava o fato de que, pela primeira vez, o investimento chinês no Brasil seria voltado não apenas para a exploração de commodities, e sim para a produção na área tecnológica, com maior valor agregado. O Brasil ingressaria em um seleto clube de países fabricantes de telas para tablets e celulares - seria o primeiro no Ocidente a ter plantas voltadas para esse fim. Com isso, o preço de um iPad, o tablet da Apple, cairia cerca de 30%, segundo calculava Mercadante.
Passados quatro anos, nada disso aconteceu - salvo o fato de que a Foxconn realmente se instalou no Brasil, aproveitando as inúmeras vantagens fiscais que lhe foram oferecidas pelo governo, mas produzindo resultados muito mais modestos do que fazia supor a fanfarra da dupla Dilma-Mercadante.
Sua linha de montagem no País, instalada em Jundiaí (SP), não emprega nem um décimo do que foi anunciado, tampouco envolve empregos de qualidade - os funcionários que lá trabalham se queixam das condições que lhes são oferecidas e da falta de perspectivas, já que desempenham tarefas meramente repetitivas e que exigem formação simples.
Em lugar da prometida revolução, que deveria incluir transferência de tecnologia "sem condições" e nacionalização de peças, segundo informou Mercadante na época, a Foxconn dedicou-se a fabricar produtos mais baratos, explorando tecnologia ultrapassada para economizar custos, em vez de usar o que havia de mais avançado.
Além disso, a empresa - sempre em linha com a prática do governo de criar expectativas grandiosas que mais tarde não se confirmam - comprometeu-se em 2012 a levantar uma fábrica em Itu (SP), com um investimento de R$ 1 bilhão. Até agora, no terreno da tal indústria não há nada - e a prefeitura local se queixa das "promessas vazias".
A principal dificuldade alegada pela Foxconn para ampliar seus investimentos, assim como ocorre na indústria brasileira em geral, é a baixa produtividade no País, dado que teria sido subestimado pela empresa quando se comprometeu com Dilma. Ademais, o governo esperava arranjar um parceiro brasileiro para a Foxconn - Eike Batista era um dos cotados -, mas não apareceram interessados, restando apenas o BNDES como sócio. Como o BNDES não pode ter mais de 30% de participação acionária, o grandioso projeto da empresa taiwanesa - festejado por Dilma como a prova da confiança dos investidores no Brasil e na competência dos petistas para desenvolver o País - acabou engavetado.
Bookmark and Share

FUNDO PARTIDÁRIO

Charge do Sinfrônio, via Diário do Nordeste
Bookmark and Share

quarta-feira, 22 de abril de 2015

BLOGUEIRO CHAPA-TUCANO

Assim como o PT tem um exército de blogs e sites que recebem verbas do governo federal para defender, espalhar mentiras, calúnias e difamação, os tucanos também contam com os serviços do militante Implicante, nas redes sociais, com mais de meio milhão de seguidores.
Segundo informa reportagem da Folha de S.Paulo, o governo paulista, que é comandado pelo tucano Geraldo Alckmin, paga há dois anos por serviços de comunicação do governo, o blogueiro do Implicante que é antipestista.
O advogado Fernando Gouveia é o blogueiro da página Implicante que usa o pseudônimo de Gravataí Merengue, distribuindo propaganda antipetista a milhares de seguidores na internet.
Além de Gravataí Merengue, Fernando se presenta também como "CEO", ou executivo principal, do site Implicante, que publica e ajuda a difundir notícias, artigos, vídeos e memes contra o PT e a presidente Dilma Rousseff. 
Bookmark and Share

GOVERNO CONTRA A PAREDE

Editorial do O Estado de S.Paulo - "TCU põe governo contra a parede"
A chamada “contabilidade criativa”, inventada pelos petistas para maquiar as contas públicas e disfarçar a desídia do governo no controle fiscal, foi colocada a nu pelo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que, com todas as letras, definiu como crime o flagrante desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) representado pelas “pedaladas fiscais” praticadas em 2013 e 2014.
A LRF, aprovada pelo Congresso em maio de 2000 contra o voto do PT, “estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal” (art. 1.º), inclusive a proibição de que bancos públicos financiem seus controladores, os governos. Essa restrição objetiva impedir, por exemplo, a quebradeira de bancos estaduais que até os anos 90 financiavam os governos que os controlavam e não recebiam o dinheiro de volta. No plano federal, a prática desse calote resultou frequentemente na necessidade de forte capitalização do Banco do Brasil e da Caixa Econômica. A LRF baniu esse tipo de irresponsabilidade.
Mas, coerente com a postura adotada quando era oposição, uma vez no governo o PT se manteve fiel à irresponsabilidade fiscal, como demonstra o minucioso relatório de quase 100 páginas do ministro do TCU José Múcio Monteiro. Um exemplo: o repasse dos recursos do Tesouro para os beneficiários do Bolsa Família é feito por intermédio da Caixa. O Tesouro deposita o dinheiro no banco e o banco o transfere para os beneficiados pelo programa. No biênio 2013/2014, o Tesouro chegou a atrasar em 15 meses o repasse de verbas do Bolsa Família para a Caixa, que obviamente foi forçada a desembolsar recursos próprios para pagar em dia os beneficiários. Em outras palavras, para maquiar suas contas, o governo usou os bancos públicos para cobrir despesas que deveriam ser pagas pelo Tesouro.
“Operações” como essa, que se tornaram rotina da “contabilidade criativa” e foram batizadas de “pedalada”, eram um recurso usado pelo governo para reduzir as despesas contabilizadas, empurrando-as para a frente e, assim, equilibrar suas contas naquele período. Um truque que, no exemplo citado, implicava a Caixa financiar seu controlador, a União. O que, mais uma vez, é claramente proibido pela LRF. Estima-se que a soma das “pedaladas” financiadas pelos três bancos oficiais entre 2013 e 2014 – a Caixa, o Banco do Brasil e o BNDES – supera a casa dos R$ 40 bilhões.
O ministro Joaquim Levy, a quem a presidente da República delegou a responsabilidade de colocar em ordem as contas públicas, já deixou claro que a era das “pedaladas” terminou. Quando mais não seja, o governo estará deixando de infringir a lei.
Mas não é exatamente essa a opinião do advogado-geral da União, ministro Luis Inácio Adams, que informou que vai entrar com um embargo de declaração para que seja revista a decisão do TCU. Em termos que demonstram claramente a intenção de confundir mais do que de revelar a verdade, “explicou” Adams: “O que houve no caso de 2014 é que vivemos situação de estresse fiscal maior, que também estressou essas dinâmicas de sistemática de pagamentos”. E tentou ainda, como recomenda o manual de comunicação petista, lançar a culpa sobre ombros alheios: “É muito estranho. Afinal, desde 2001 (sic), quando foi criada a LRF, essa sistemática de pagamento acontece. Por que só agora estão questionando isso?”.
São compreensíveis a preocupação do ministro Adams, notório e fiel militante petista, e sua tentativa de levantar a suspeita de que existe uma conspiração contra a presidente Dilma e o PT. O relatório do TCU, aprovado por unanimidade – todos os ministros daquela Corte seriam conspiradores -, ao evidenciar o descumprimento da lei pelo governo, oferece argumentos para eventualmente embasar um pedido de impeachment da presidente da República.
Tanto assim que o senador Aécio Neves, presidente nacional do maior partido de oposição, o PSDB, já se prepara para ir às últimas consequências da decisão do TCU: “Precisamos averiguar quais foram os responsáveis por essa fraude. Temos que ver se esse crime se limita à equipe econômica ou vai além dela”. Está certíssimo o senador. Afinal, é esse o papel da oposição.
Bookmark and Share

terça-feira, 21 de abril de 2015

BRASÍLIA, 55 ANOS

Brasília completa hoje, 55 anos. Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, Brasília é a terceira capital do Brasil, após Salvador e Rio de Janeiro.

A transferência dos principais órgãos da administração federal para a nova capital foi progressiva, com a mudança das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais.
O plano urbanístico da capital, conhecido como "Plano Piloto", foi elaborado pelo urbanista Lúcio Costa, que, aproveitando o relevo da região, o adequou ao projeto do lago Paranoá. O lago armazena 600 milhões de metros cúbicos de água.
Sob as linhas retas e curvas do arquiteto Oscar Niemeyer, nasce Brasília. Um grande desafio; a cidade foi construída na velocidade de um mandato, e Niemeyer teve de planejar uma série de edifícios em poucos meses para configurá-la.
O Sou Chocolate e Não Desisto indica dois livros biográficos sobre Juscelino Kubitschek: JK – O artista do impossível, do jornalista Cláudio Bojunga e Juscelino Kubitschek – O presidente bossa-nova da jornalista Marleine Cohen com prefácio de Maria Adelaide Amaral.
Além dessas biografias, uma ótima opção é o filme Bela NoitePara Voar, de Zelito Viana, lançado em 2005, baseado no livro de Pedro Rogério Moreira que tem como pano de fundo duas conspirações contra o governo "50 anos em 5", de Juscelino Kubitschek.
Se preferir uma obra mais extensa, a minissérie JK, de Maria Adelaide Amaral e Alcides Nogueira com cinco discos (DVD), aproximadamente 230 minutos em 47 episódios; é uma excelente opção para quem gosta de história e política.
Bookmark and Share

30 ANOS SEM TANCREDO NEVES

Tancredo de Almeida Neves, nasceu em 4 de março de 1910, em São João Del Rei, Minas Gerais. Advogado, empresário e político foi casado com Risoleta Guimarães Tolentino, com quem teve três filhos.
Em 1985 foi realizada a primeira eleição (indireta, via Colégio eleitoral) para presidente desde o golpe militar de 1964.
Tancredo Neves foi indicado por uma coligação de partidos, com apoio de Ulysses Guimarães (a figura mais importante no período de redemocratização do país).
Tendo como candidato a vice na mesma chapa José Sarney, venceu o pleito em 15 de janeiro de 1985, por 480 votos contra 180 de Paulo Maluf.
A articulação que elegeu a dupla Tancredo e Sarney é tida ainda hoje como uma das mais complexas e bem-sucedidas na história política do país.
Tancredo temia que os militares mais rigorosos se recusassem a passar o poder ao vice-presidente. Porém não resistiu, e na véspera da posse (14 de março de 1985), foi internado em Brasília com dores abdominais.
José Sarney assumiu a presidência aguardando o restabelecimento de Tancredo, que a partir de então, já em São Paulo, sofreu sete cirurgias. No entanto, em 21 de abril (mesma data da morte do mártir nacional Tiradentes), Tancredo faleceu vítima de infecção generalizada, aos 75 anos.
Vinte anos após, o corpo médico revelou que não divulgou o laudo correto da doença, que não teria sido diverticulite, porém um tumor. Embora benigno o anúncio de um tumor poderia ser interpretado como câncer, causando efeitos imprevisíveis no andamento político no momento.
Em seu lugar, assumiu a presidência da República o vice José Sarney, encerrando o período de governos militares chamado de Anos de chumbo iniciado com o Golpe de 1964.
Vale a pena -  O Sou Chocolate e Não Desisto recomenda duas obras sobre a trajetória de Tancredo Neves: o livro Tancredo Neves - Atravessia midiática; uma organização de textos de vários autores sobre a vida desse político feita por Nair Prata e Wanir Campelo e o documentário Tancredo – a travessia; de Silvio Tendler.
Bookmark and Share

TIRADENTES, 223 ANOS

Em 21 de abril de 1792, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes era enforcado. Lutou pela Independência do Brasil. Foi traído e não traiu jamais. A Inconfidência de Minas Gerais
Os versos do samba enredo da escola de samba Império Serrano, campeã de 1949, fez um enorme sucesso em todo o Brasil e, desde então, vem servindo para ajudar a contar um dos capítulos mais importantes da nossa história.
A Inconfidência Mineira foi um movimento político que tinha como objetivo conquistar a independência do Brasil em relação a Portugal, alimentado pelos altos impostos cobrados da mineração em Minas Gerais e também pelos ideais propostos pela Revolução Francesa.
Ao longo do tempo a execução de Tiradentes, um dos participantes desse movimento foi transformada em seu símbolo, mesmo sendo objeto de muitas controvérsias em relação ao seu papel e mesmo sobre a imagem que foi criada e divulgada para retratar os acontecimentos.
Controvérsias a parte, a possibilidade de contarmos essa história através de sambas e de feriados mostra que essa é uma história importante e consolidada na cultura brasileira.
Bookmark and Share

segunda-feira, 20 de abril de 2015

DILMA, VOCÊ VOTARIA EM VOCÊ ?

A presidente Dilma Rousseff lutou contra o governo militar. Tem orgulho disso, porque é um tema que gosta de frisar. Foi presa e cumpriu uma longa pena. Conheci três mulheres que cumpriram pena com Dilma – no mesmo período, cadeia, e por acusações semelhantes. Há muito não temos contato. Mas duas delas foram amigas próximas, na juventude e na maturidade. Com Márcia, a mais próxima, montei um grupo de teatro popular que se apresentava na periferia de São Paulo. Nunca participei da esquerda radical, como Dilma. Boa parte de meus amigos, porém, foi presa e torturada. Outros desapareceram nas mãos dos militares. Quando descobriram o cemitério secreto de Perus, onde vários corpos foram encontrados, lembrei-me de um amigo desaparecido há décadas. Estaria lá? Ainda continuamos sem saber o que realmente houve com ele. Até hoje, muitos corpos da Guerrilha do Araguaia permanecem sem identificação. Mães ainda choram os filhos desaparecidos. Ao menos, queriam saber seus destinos.
Não fui um radical de esquerda, só estive próximo. Entre meus amigos está Flávio Tavares, este sim, um dos mentores dos primeiros movimentos guerrilheiros e jornalista preso não só no Brasil, como, mais tarde, no Uruguai, por militares. Moramos juntos no México e nossa amizade será para sempre. Também tive a honra de conhecer de perto, ser vizinho e filar almoços e jantares na casa de Francisco Julião, já falecido, líder do movimento camponês. Acompanhei o modo de ser de minha geração, onde, quem não era de direita, pró-militares, inevitavelmente tornava-se esquerda. Compareci à missa da morte de Vladimir Herzog, aos primeiros discursos de Lula no ABC, às movimentações populares que levaram ao Diretas Já. No dia da eleição de Collor, o presidente  “colorido”, me vesti de preto. O motorista de um carro me agrediu. Collor ganhou e deu no que deu. Mas foi parte de um processo político, que amadureceu a democracia.
Acompanhei a vida de uma geração que se voltou para a política. Contribuiu para a queda do governo militar e mudou o Brasil. Nunca um país será melhor com uma ditadura do que com a democracia. Pior se os jornais não puderem noticiar escândalos, corrupções. Era muito pior quando a sanha de perseguição dos militares obrigou até mesmo Dias Gomes a escrever uma novela com o pseudônimo de Stella Calderón – caso contrário não iria ao ar.
A presidente fez parte dessa geração de militantes. Deixou a cadeia, entrou para o PDT e mantém o discurso de distribuição de renda. Mas, na campanha eleitoral, prometeu uma coisa e depois fez outra. Aliás, corretamente, porque o ajuste fiscal é necessário. Só que ela sabia disso, não? Conheci gente que me garantiu:
– Se o Aécio ganhar, acaba o Bolsa Família.
Invenção de campanha, que ninguém sabe de onde saiu. Mas sabemos. Também se disse que a eleição era uma batalha entre elites e pobres deste país. Mentira. Explodem escândalos. Um, que não deve ser minimizado, é o dos médicos cubanos. Seu salário é pago diretamente ao governo cubano, que repassa muito menos. Dilma disse que se tratava de uma “bolsa”, quando chegaram. Mas se fosse uma “bolsa” seriam estudantes. Os brasileiros são o que, suas cobaias? São médicos, sim. Agora o governo cubano ordena a repatriação de seus familiares, para não se fixarem no país. Como alguém vive no Brasil às margens das leis trabalhistas e submete-se, a si mesmo e à família, diretamente ao governo cubano?
A trajetória de alguém como Dilma teria sido mais lógica se ela se tornasse oposição. Cobrasse promessas de campanha. Talvez entrasse até para o PSOL, mais radical. Na primeira campanha, ela falou até em descriminalização do aborto. Mais tarde, calou-se a respeito. É um tema controverso, concordo. Mas Dilma, pessoalmente, pensa o quê? No primeiro mandato, proibiu a distribuição de um kit gay nas escolas, para não desagradar aos evangélicos. Respeito os evangélicos, todo mundo tem direito a ter sua crença e seus valores. Mas quais são os da presidente? Faz tudo tão diferente do que acredita ou acreditou. Hoje, com mais de 60% de imagem negativa, ela se mantém isolada, fazendo acordos, distribuindo cargos, silenciando sobre a corrupção, com um PT acusando a elite, que só protegeria seus próprios interesses. Diga lá: 60% no país é elite?
Eu penso: Dilma, esse é o futuro lógico de alguém com seu passado? Falando francamente: Dilma, você votaria em você?
Bookmark and Share

QUE BICHO É ESSE ?

Artigo de Fernando Gabeira
Na fronteira do Piauí com o Ceará, onde está o cânion do Rio Poti, as pedras são a grande atração. Suas formas nos desafiam, as composições derrotam nosso desejo de classificá-las. A exceção são as pedras que lembram bichos. Nesse caso ganham um nome: Pedra da Baleia, da Tartaruga. Na última viagem a Brasília, examinando a configuração que o governo tomou ao longo da crise, senti-me desafiado a descrevê-lo: que bicho é esse? Como muitas pedras no cânion do Rio Poti, não é nada parecido com imagens familiares.
Acuado pela pressão das ruas, o PT lançou mão de Joaquim Levy para tocar a economia e do PMDB para tocar a política. Na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha reina, às vezes, com um enfoque autoritário. Proibiu que presos fossem à CPI, mas blindando o intermediário do PMDB, Fernando Baiano. Como o PMDB se dispõe a fazer avançar a agenda do capitalismo e suas metamorfoses e promete garantir a liberdade de imprensa, abriu um crédito, senão de simpatia, pelo menos de tolerância.
Outro dia, uma emissora de TV, extremamente crítica ao governo, ressaltava a habilidade de Temer em bloquear a CPI do BNDES. A locutora não queria entrar no mérito, apesar de destacar essa qualidade. Acontece que é impossível dissociar a habilidade do objetivo de sua ação: desvendar a atuação do banco é algo importante para o momento, e fundamental quando se escrever a história desses anos de governo petista.
Numa conferência, Fernando Henrique Cardoso afirmou que a sociedade não pode viver em guerra e que, em algum momento, haveria um acordo. Fernando Henrique está equivocado sobre a necessidade de seu partido manter distância do movimento das ruas. E está equivocado quando diz que impeachment é uma bomba atômica. O impeachment pedido pelas multidões não é uma bomba atômica. É uma batata quente nas mãos de um grupo que não gosta de combater, que sonha em cruzar as estradas enlameadas sem sujar o guarda-pó.
Se houver algum tipo de acordo, sem consulta às ruas, será apenas uma tentativa de esvaziar o movimento. E confirmar, como dizem tantos jornalistas próximos ao governo, que as multidões não têm foco e vão se dispersar.
Como fazer um acordo com Joaquim Levy sobre o ajuste fiscal? Ou com Temer sobre a paz política? Um influencia a economia, outro, a política, mas o PT continuará dominando a máquina.
Que sentido tem um esforço fiscal com a máquina dominada pelo PT? Eles não aceitam cortes nem admitem a corrupção em todos os níveis do governo. Vamos poupar para que a máquina continue sendo assaltada? Estamos falando com intermediários do PT, Levy e Temer.
Que tipo de horizonte político o PMDB pode garantir? Renan Calheiros e Eduardo Cunha estão sendo investigados pela PF. Mas não deixam o cargo enquanto o processo se desdobra. Uma demanda desse tipo pode ser quixotesca agora. Mas não no futuro, quando o país amadurecer. O máximo que o PMDB pode fazer é segurar uma das alças do caixão da Nova República. Isto é participar de uma fase de transição que leve a 2018.
A configuração que se criou em Brasília, com o PMDB ocupando espaços do PT e Joaquim Levy negociando o ajuste, libera Dilma para uma atuação simbólica, de rainha da Inglaterra.
Enquanto Levy trabalha e o PMDB tranquiliza, o PT apenas hibernará. Se o ajuste econômico for um fracasso, será um fracasso da política dos adversários.
Nunca vi uma situação como essa, ou mesmo um partido tão rejeitado nas ruas. Ao perder a iniciativa na economia e na política, só lhe resta se apegar aos cargos no governo. E esperar um momento para levantar a cabeça. Este momento para mim é muito remoto. Milhões de brasileiros acompanham os escândalos. É uma ilusão pensar que esquecem. O ano que vem vai mostrar aos candidatos municipais do PT o tamanho da conta a pagar.
Não adianta construir um esconderijo perfeito. Pouco se avançará sem a punicão dos assaltantes da Petrobras e outras empresas do governo. E nada se avançará sem que os partidos assumam sua responsabilidade nos escândalos de corrupção.
Fernando Henrique tem razão: a sociedade não pode viver em guerra permanente. Mas também não pode ser vítima de um assalto permanente.
Esse é o grande nó a ser desatado. Alguns conhecidos de esquerda acham que a corrupção é secundária, angústia de pequenos burgueses. Outros me chamam de velho conservador e dizem que se viver mais dez anos vou defender a monarquia absolutista. Eles esperam que viva mais. Fico agradecido. Teremos tempo para cuidar de nossas divergências.
Mesmo porque agora o poder, de uma certa maneira, se deslocou. Vamos cuidar do PMDB, do ajuste fiscal e esperar que a esquerda oficial saia da toca. Muitos dos seus quadros não andam nas ruas, não sabem o que os espera.
Artigo publicado no Segundo Caderno do Globo em 19/04/2014
Bookmark and Share