Do UOL
A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber
deferiu nesta terça-feira (13) a reclamação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP),
na qual ele questionava o rito de impeachment definido pelo presidente da
Câmara, Eduardo Cunha. A resposta à reclamação soma-se às outras decisões
anunciadas mais cedo por Rosa e pelo ministro Teori Zavascki, que deram
liminares a partir de mandados de segurança apresentados, respectivamente,
pelos deputados Wadih Damous (PT-RJ) e Rubens Pereira Junior (PCdoB) que também
questionavam o rito adotado por Cunha.
Na prática, as decisões impedem que a oposição entre com
recurso para levar a questão a plenário caso Cunha rejeite um pedido de
afastamento da presidente, como o peemedebista já sinalizou que faria.
A ministra não quis comentar as declarações de Cunha de que
a decisão do STF não mudava seu poder constitucional de deliberar sobre o
início do processo de impeachment. "Está muita claro (decisão). Ele
(Cunha) que leia e interprete", afirmou.
Ao Broadcast Político, o coordenador jurídico da campanha à
reeleição da presidente Dilma, Flávio Caetano, afirmou que as liminares
concedidas pelo STF impedem temporariamente que o presidente da Câmara tome
qualquer decisão sobre todos os pedidos de impeachment da petista já
apresentados até o momento. Caetano tem ajudado o governo na montagem da
estratégia para barrar a abertura do processo de impedimento de Dilma.
Sem prazo
Cunha não deu um prazo para despachar o requerimento
apresentado pelos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior. Os
oposicionistas apostam que ele vai deferir o pedido de afastamento de Dilma,
mas só na próxima semana.
Mais cedo, Cunha disse que a decisão do STF não mudava seu
poder constitucional de deliberar sobre o início do processo de impeachment, ou
seja, interfere apenas no rito anunciado em setembro sobre os procedimentos de
um eventual processo de impedimento de Dilma. "Meu papel é deferir ou
indeferir (o impeachment), essa é minha prerrogativa constitucional e isso não
está em questão", afirmou hoje.
No mês passado, Cunha respondeu a uma questão de ordem feita
pelos partidos de oposição e deixou em aberto a possibilidade de os
oposicionistas terem um eventual recurso apreciado pelo plenário. Com a
manifestação dos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber suspendendo o rito
interno da Câmara sobre o processo de impeachment, a oposição acredita que o
STF colocou nas mãos de Cunha a palavra final sobre o futuro de Dilma.
O peemedebista explicou que seguiu apenas o mesmo modelo
adotado pelo então presidente da Casa, Michel Temer, sobre pedidos de
impeachment apresentados no governo Fernando Henrique Cardoso.
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