quarta-feira, 17 de maio de 2017

ENCONTROS AGENDADOS

A defesa de Léo Pinheiro, sócio da OAS, protocolou novos documentos que tentam comprovar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou, como vantagem indevida, um tríplex em Guarujá (SP) da empreiteira.
Em anexos juntados ao processo nesta segunda (15), os advogados acrescentaram agendas de Pinheiro em que constam marcações de encontros com Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, e o ex-presidente Lula.
As datas registradas no celular vão de 2009 a 2014. Na maioria das vezes, preveem encontros com Okamotto na sede do instituto, em São Paulo.
Os apontamentos reforçam outros documentos que já haviam sido juntados ao processo pela defesa de Pinheiro, como registros de ligações telefônicas para pessoas ligadas a Lula e agendas do petista em que aparecem a previsão de encontro com o empresário.
Ainda foram entregues registros de mensagens que estavam no celular de Pinheiro, apreendido em operação deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato. Em uma delas, de 22 de fevereiro de 2014, ele diz a um interlocutor que está "voltando de SBC [São Bernardo do Campo, onde Lula mora]. Trânsito horrível no Ibirapuera".
Nesse mês, Lula esteve no tríplex com Pinheiro. O empresário afirmou ao juiz Sergio Moro que o apartamento estava reservado para o ex-presidente. Já Lula disse que o empresário queria vender o imóvel a ele, mas o petista não gostou da unidade e "botou defeito".
No processo, Lula é réu sob acusação de ter recebido o tríplex e outros benefícios da empreiteira e, em troca, a OAS conseguia contratos com a Petrobras.
Pinheiro, que também é réu no processo, tem tentado celebrar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e afirma que o imóvel é de Lula.
O advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, sempre negou que ele tivesse cometido irregularidades e já disse que agendas de encontros não provam se eles realmente ocorreram "e, sobretudo, o que poderia ter sido discutido no suposto encontro".
Em nota sobre os novos documentos, disse que eles "nada provam contra o ex-presidente Lula" e são "unilaterais e sem origem". "Os papéis –mesmo sem qualquer relevância para a ação– fazem parte da tentativa de Léo Pinheiro de agradar os procuradores em troca do destravamento de sua delação, para que ele possa obter benefícios", afirmou.
No mesmo dia em que Pinheiro protocolou as agendas, os advogados de Lula juntaram ao processo documentos que mostram que a OAS usou o apartamento como garantia para receber empréstimo. Segundo os advogados, isso prova que o tríplex não é de Lula.
Lula e Léo Pinheiro já foram ouvidos pelo juiz Sergio Moro, na Justiça Federal de Curitiba, e aguardam sentença. A decisão sairá depois que os réus apresentarem suas manifestações finais, que devem ser enviadas até 20 de junho. 
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