sábado, 13 de maio de 2017

UMA COPIA TÃO RUIM QUANTO A ORIGINAL

Com a mesma roupa de gari que virou espécie de item obrigatório da indumentária de representantes da prefeitura, o prefeito em exercício de São Paulo, Milton Leite (DEM), seguiu à risca o prefeito João Doria (PSDB) e saiu cortando grama numa praça da zona sul da cidade, seu reduto eleitoral.
Espécie de comandante da base aliada de Doria (PSDB) no Legislativo, o presidente da Câmara assumiu o posto porque o tucano e o vice-prefeito, Bruno Covas (PSDB), estão em viagem oficial, respectivamente para Nova York e Londres.
Leite estreou como prefeito onde costuma ter fartura de votos, na região de Parelheiros, e participou das ações de zeladoria da operação Cidade Linda, criada por Doria.
Seu périplo neste fim de semana –em agenda cheia como costuma ser a de Doria – inclui a festa de aniversário da escola de samba Estrela do Novo Milênio, no Grajaú, da qual Leite é patrono, na noite deste sábado.
Durante a operação, ele foi seguido por um pequeno grupo de eleitores que gritava seu nome enquanto ele caminhava em frente ao terminal de ônibus Varginha.
Ele usou uma roupa de gari laranja. Tinha a opção de usar uma verde, porém, por ser corintiano pediu a outra cor. "Pelo menos a luva é branca e preta", disse.
Começou o trabalho manejando uma máquina para cortar o mato numa praça ao lado do terminal de ônibus. Depois, testou a nova iluminação da praça, que está sendo recuperada. "Essa praça estava abandonada na gestão anterior", disse Leite.
Em seguida, entrou num ônibus com ar-condicionado, parte da nova frota da empresa Transwolff, que opera na região. Leite tem forte ligação com o setor e se declara defensor dos antigos perueiros, que atuam dentro dos bairros da cidade.
"Estou dando continuidade ao trabalho do prefeito, que não pode parar. Mostrar que mesmo na ausência dele a cidade tem continuidade, tem vida", disse ele, que ainda participou de reunião com lideranças de moradores da região.
Mais cedo, acompanhando do secretário de Transportes, Sérgio Avelleda, visitou obras viárias numa área rural na mesma região, onde as vias precárias passam por readequação.
"É uma via que tem 15 km em estrada de terra. É uma demanda não feita na gestão anterior. Ônibus atolavam ali com mulheres grávidas dentro, agora podem circular", disse. E falou que neste ano ainda deve ser entregue o hospital de Parelheiros, obra iniciada pela gestão do antecessor Fernando Haddad (PT) e que emperrou no ano passado.
Neste domingo, ele irá para a região do M'Boi Mirim, seu mais significativo reduto. Foi lá que ele esteve com Doria no ano passado, levando centenas de eleitores junto.
Leite foi o terceiro vereador mais votado e teve uma campanha eleitoral digna de prefeito, com gastos da ordem de R$ 2,2 milhões. Foi eleito presidente da Câmara desbancando o tucano Mario Covas Neto, que reclamou da falta de apoio do próprio partido.
O prefeito em exercício negou que a agenda em seu reduto tenha sido planejada.
"Segunda-feira estarei na região de Perus-Pirituba, a agenda é pré-determinada", disse.
PRIVATIZAÇÕES
Em seu curto período à frente da prefeitura (apenas 5 dias) Leite pode se tornar o autor de uma lei que é parte do pacote de desestatizações de Doria, aprovado na Câmara, presidida por Leite.
O projeto estabelece um grupo de conselheiros (todos secretários municipais) que definirão os processo de privatizações, concessões e parcerias-público privadas, além do fundo para onde a receita obtida com elas será colocado.
"Faremos uma análise da parte técnica, da redação final da lei. De posse dela, deveremos fazer a sanção, sim", afirmou.
O projeto é criticado pela oposição, que o chama de "cheque em branco" para vender 55 equipamentos públicos da cidade, sem participação da sociedade na discussão.
O texto aprovado obriga a prefeitura a usar a verba apenas em investimentos em áreas sociais. 
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