O desembargador Paulo Fontes, do Tribunal Regional Federal
da 3ª Região (TRF-3), concedeu nesta quarta-feira um habeas corpus, em caráter
liminar, para soltar o ex-governador de Mato Grosso do Sul André Puccinelli
(PMDB) e o filho dele, o advogado André Puccinelli Júnior. Eles foram presos
preventivamente na manhã desta terça-feira pela Polícia Federal, na Operação
Papiro de Lama, quinta fase da Operação Lama Asfáltica, que investiga
escândalos de corrupção no estado.
Com a decisão do TRF-3, o ex-governador e o filho deixaram o
Complexo Penitenciário de Campo Grande ainda nesta quarta. Os dois terão que
devolver cerca de 22 milhões de reais aos cofres públicos.
Segundo as investigações, André Puccinelli, que comandou o
estado entre 2006 e 2014, e o filho chefiaram por quase dez anos um esquema de
corrupção responsável por um prejuízo de mais de 235 milhões de reais aos
cofres públicos. Além das prisões, a PF cumpriu 26 ordens judiciais, sendo duas
de prisão temporária e 24 de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos em
quatro cidades.
O nome da operação deflagrada nesta terça-feira, a Papiro de
Lama, decorre de uma das formas usadas pela organização criminosa para desviar
recursos públicos, que consistia na compra fraudulenta de livros jurídicos, sem
justificativa plausível, por uma concessionária de serviços públicos, de acordo
com as investigações.
Essa teria sido apenas uma das formas de atuação do grupo
criminoso. Segundo a PF, a Controladoria-Geral da União (CGU) em MS e a Receita
Federal, órgãos que atuam de forma conjunta nas investigações, o grupo
criminoso agia de diversas maneiras para desviar recursos públicos, entre elas
a fraude em obras públicas, como a construção e reforma de estradas.
Da Agência Brasil
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