Primeira trans a disputar vaga ao Senado, Duda Salabert
deixa PSOL e acusa partido de 'transfobia estrutural'
A primeira candidata
transexual a uma vaga ao Senado , a professora Duda
Salabert, de 37 anos, anunciou a desfiliação do PSOL — partido que
disputou as eleições em 2018, em Minas Gerais — e acusou o partido de
"transfobia estrutural". Ao GLOBO. Duda diz que a legenda a isolou
politicamente, não demonstrou interesse em sua permanência e que a desfiliação
teria servido como um "cala a boca" do partido.
— Desde o fim da eleição no ano passado tenho tentado uma
ponte com o partido, que me isolou politicamente. Não percebi nenhuma tentativa
do partido em me manter como quadro e nenhuma manifestação da Executiva
Nacional ou do estado. Me pareceu que minha desfiliação foium "cala a
boca" dentro da legenda — contou Duda, que disse ainda que a expulsão da
ativista Indianara Siqueira, suplente a veredadora no Rio, teria sido a ponta
do iceberg.
Segundo a ex-candidata ao Senado, além da expulsão, a luta
de Indianare teria sido crimininalizada pelo partido.
— Além dela ser expulsa, a luta dela foi exposta e
criminalizada. Criminalizaram a luta dela por moradia e impediram que ela
disputasse a eleição no ano passado. Se o partido divulgar a média dos valores
investidos em candidaturas trans e compararmos a média das candidaturas não
trans fica clara a transfobia. O valor é ínfimo.
Duda diz que o candidato derrotado pelo PDT à Presidência,
Ciro Gomes, a convidou a ingressar no partido, mas que no momento ainda analisa
as opções e que pretende focar em seus "projetos de luta social". Ela
no entanto não descartou uma candidura à Prefeitura de Belo Horizonte.
Nas redes sociais, Duda diz que o partido se apropria da
luta e da identidade trans para privilegiar figuras e candidaturas já
privilegiadas. Ambientalista e defensora dos animais, ela acusa o partido ainda
de colocar a causa animal em segundo plano.
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