quinta-feira, 13 de junho de 2019

MINISTRO VAI À LONA

Do O GLOBO
BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quinta-feira o ministro Carlos Alberto dosSantos Cruz da Secretaria de Governo da Presidência da República. O ministro foi comunicado de sua saída em uma reunião com o presidente, da qual também participaram os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva , e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno .  Assume o cargo o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste. O ministro é o terceiro a deixar o governo em menos de seis meses de gestão.
A decisão foi atribuída a uma "falta de alinhamento político-ideológico" e embates com outros integrantes do próprio governo.
Santos Cruz vinha sofrendo um processo de fritura há pelo menos dois meses. Segundo o auxiliar do presidente, Bolsonaro já tinha decidido exonerar o general no início de maio, quando mencionou que haveria "um tsunami".  Entretanto, o presidente esperou para criar um consenso entre a equipe que a permanência do ministro era insustentável.
Militares que integram o governo, entretanto, teriam atuado para manter Santos Cruz no cargo. Internamente, no entanto, Bolsonaro estaria emitindo sinais de “irritação” com a reação em grupo dos militares às críticas de Olavo de Carvalho, que comandou os disparos contra Santos Cruz e o vice-presidente Hamilton Mourão.
De acordo com auxiliares do presidente, Bolsonaro teria aumentado seu descontentamento ao ver a imagem de uma conversa por Whatsapp, supostamente escrita por Santos Cruz, na qual o ministro o chamaria de “imbecil” e sinalizaria aprovar a “solução Mourão”.
Na época, o ministro Heleno, em uma tentativa de apaziguar, incentivou que Santos Cruz acompanhasse o presidente em uma viagem a Dallas, nos Estados Unidos, em meados de maio.
Há um mês, após passar o dia sob ataques nas redes sociais — a hashtag #ForaSantosCruz se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter —, Santos Cruz se reuniu com Bolsonaro. Na conversa no Palácio da Alvorada, o ministro teria argumentado que não se tratava de um ato espontâneo , mas que era alvo de uma ação coordenada, com a participação dos filhos do presidente, o chefe da Secretaria de Comunicação, Fábio Wajngarten, e assessores ligados a Olavo de Carvalho.
Mais cedo, ao  participar de audiência na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle do Senado nesta quinta-feira, Santos Cruz saiu em defesa do ministro da Justiça, Sergio Moro, ao comentar a troca de mensagens entre o colega e o procurador Deltan Dallagnol. Ele foi conviidado a dar explicações sobre a veiculação de um vídeo comemorativo do golpe de 1964, por meio de canal de mensagens do governo, a jornalistas, em 31 de março deste ano.
Oficialmente, o Planalto ainda não se manifestou.
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