Diário da Crise XCVI
Dia interessante. Além da nuvem de gafanhotos, sobre a qual
falei ontem, agora surge a nuvem de poeira chamada Godzila, que do Saara em
direção à América do Norte.
É uma grande nuvem que escurece o horizonte, suja as cidades
e, possivelmente, agrava as condições respiratórias num tempo de pandemia de
Covid19.
Dizem que as nuvens do Saara, viajando sobre o oceano trazem
componentes nutritivos para a Amazônia.
Mas nuvens de poeira e gafanhotos são tudo que a gente não
gostaria de receber nesse momento.
A Terceira Câmara Criminal do Rio considerou que Flavio
Bolsonaro tem foro privilegiado pois era deputado estadual no tempo da
rachadinha. Resultado: o processo sai das mãos do juiz Flávio Itabaiana.
É uma vitória para Flávio. Talvez de curta duração pois
quando o caso cair no Supremo a tendência é mantê-lo na primeira instância.
Em decisão de 2018, o Supremo considera que ao sair do
cargo, a pessoa perde o foro privilegiado e o processo corre em primeira
instância.
Outra dificuldade é a política. O bolsonarismo, quando
levantou a bandeira da anticorrupção, era contra o foro privilegiado. Agora
deverá ajustar seu discurso.
Na verdade, era também a favor da prisão em segunda
instância e vai ter de votar contra ela.
São essas contradições que acabam igualando as forças
políticas num mesmo nível. A única diferença que resta ao bolsonarismo é a de
defender as ideias mais retrógradas do período de redemocratização.
Temos um novo ministro da educação: Carlos Alberto
Decotelli. Ele se diz técnico, pretende manter boa relação com o Congresso,
estados e prefeituras.
No passado, isso era uma espécie de arroz com feijão no
discurso de um ministro.
Como entra no lugar de Weintraub, essas declarações de rotina são justamente festejadas.
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