Procura-se alguém do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais que prioriza a divulgação de dados negativos sobre as queimadas que
devastam a Amazônia e o Pantanal. Só nos últimos 14 dias, o número de focos de
incêndios na Amazônia superou o total de focos registrados nos 30 dias de
setembro do ano passado.
Que alguém é esse que tanto se procura? Vice-presidente da
República e comandante do Conselho da Amazônia, o general Hamilton Mourão não
faz ideia de quem seja. Ou se faz não quer dizer. Foi ele que falou do alguém
que prioriza a divulgação de dados negativos. Mas não apresentou provas de que
ele exista.
O provável é que o general tenha posto a circular mais uma
teoria conspiratória tão ao gosto do presidente Jair Bolsonaro e dos seus
filhos. Porque não é preciso que nenhum alguém divulgue dados negativos ou
positivos sobre o meio ambiente. Os dados do instituto, com base em imagens de
satélites, estão na internet.
Na semana passada, Mourão confessou que está em campanha
para continuar vice de Bolsonaro caso ele se reeleja. Mourão troca de pele como
as cobras. Na campanha de 2018, comportou-se como o general linha dura que foi.
Eleito, pôs a máscara de liberal e passou a fazer contraponto a Bolsonaro.
Carlos não gostou.
Então, aos poucos, Mourão foi mudando de postura. Trocou a
máscara de liberal pela de tradutor condescendente de Bolsonaro, atenuando suas
declarações mais explosivas. E, agora, vestiu a máscara de aliado incondicional
do seu chefe e ex-companheiro de armas. Ambos já foram punidos quando serviram
ao Exército.
O capitão acompanha a metamorfose do general. Por enquanto,
ela o satisfaz.
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