
Dias depois, a novela voltou a usar a política como referência, quando o personagem Macieira (José Wilker) relembra num rápido pensamento que, naquele lugar, centro do Rio de Janeiro, ele, Macieira estivera ali, em 1968, conhecido como os Anos de Chumbo, quando a classe artística era uma das mais perseguidas pela ditadura militar. O autor se referiu a ele mesmo, um dos perseguidos pelo regime, Aguinaldo abordou o tema na ultima novela dele Senhora do Destino e agora dar umas pinceladas na história política contemporânea também. O autor de Duas Caras foi um dos mais perseguidos porque nunca escondeu sua identidade esquerdista e foi o criador do jornal alternativo O Lampião, que defendia os homossexuais. Mas não deixa de ter seu mérito, afinal, nos Anos de Chumbo e até início da década de 90, a liberdade de expressão era restrita em novelas. O autor so precisa dosar certo pra que na fique maçante.
Essa postagem fugiu um pouco da proposta do blog que é sobre política? Acho que não! Tenho observado a linha política que a novela das 21h estar seguindo. A esquerda mostra a cara nesta novela, bandeira a qual Aguinaldo Silva nunca deixou de militar. Nem sempre surge como algo positivo, isso pode deixar um ator estigmatizado. Quem não lembra da frase célebre da atriz Regina Duarte que disse num horário político “eu tenho medo do PT !” sem falar em Cláudia Raia (campanha do Collor 1989), Samanta Monteiro (campanha a governador de SP, Paulo Maluf em 1998) Falar de política tem um peso grande e quando artistas renomados tomam essa decisão devem ter noção o quanto isso pode influenciar na profissão. É um preço alto que pagam, o tiro às vezes pode sair pela culatra. Este mesmo risco corre Aguinaldo Silva se insistir nos diálogos dos próximos capítulos. Na visão da maioria dos telespectadores, novela não é lugar de usar a política ( a política social passa despercebida) como referencia, porque para isso, o Jornal Nacional que antecede a novela, já ‘mastigou’ o assunto.
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