O caso do adolescente espancado e acorrentado em um posto no
Flamengo, acusado de ter roubado bicicleta, repercutiu na Câmara de Deputados,
em Brasília, e provocou uma troca de farpas entre os deputados Benedita da
Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PP), terça-feira (4).
Benedita protestou contra o espancamento e criticou o grupo
chamado de "Justiceiros":
"Sabemos que quem comete delito deve ser punido, mas
não podemos deixar que justiceiros, meninos da classe média, façam o julgamento
de um menino pobre. Ele realmente praticava pequenos furtos, mas cabe ao estado
dar segurança aos cidadãos e cidadãs e não deixar serem criados grupos de
justiceiros. Mais uma vez, como mulher negra, olhei e vi a casa grande e a
senzala. Já vimos esse filme no Estado do Rio de Janeiro. Ele é estarrecedor, é
triste, é perverso", disse, na tribuna.
Depois, Bolsonaro reagiu com ironia e sugeriu que Benedita
adotasse o garoto, a quem chamou de vagabundo e ladrão:
"Caso ela não faça isso, eu me comprometo aqui a mandar
um assessor meu à Fundação Casa para dar o endereço da deputada Benedita da Silva
para esse vagabundo, para que ele vá praticar furtos lá na rua do bairro onde
ela mora, e não na Avenida Rui Barbosa, no bairro do Flamengo. No meu entender,
praticou um ato corajoso quem deu uma surra nesse vagabundo, porque os
moradores estão cansados de serem roubados e assaltados por essa
gentalha", disse Bolsonaro.
O adolescente, de 15 anos, é acusado de praticar furtos no
Flamengo, no Rio. Ele foi encontrado nu, preso pelo pescoço num poste, com uma
trava para bicicleta. A ação aconteceu na noite de sexta-feira (31).
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