Do blog do Fernando Rodrigues
O governador de Pernambuco e pré-candidato a presidente da
República, Eduardo Campos (PSB), respondeu hoje (19.mar.2014) a Luiz Inácio
Lula da Silva, que num encontro reservado com empresários o comparou a Fernando
Collor de Mello.
A frase de Eduardo Campos, repassada por sua assessoria ao
Blog, é a seguinte: “Toda vez que o país pede mudanças, alguns políticos tentam
colocar o medo no coração do povo. Mas desta vez, como aconteceu em 2002, a
esperança vai vencer o medo”.
Na última semana, durante almoço com empresários no Paraná,
Lula disse: “A minha grande preocupação é repetir o que aconteceu em 1989: que
venha um desconhecido, que se apresente muito bem, jovem… e nós vimos o que
deu”. Vários dos presentes entenderam a frase como uma comparação entre
Fernando Collor de Mello e Eduardo Campos. Para ter um relato completo sobre o
discurso de Lula, leia aqui no Blog e na Folha.
Em 1989, Collor era pouco conhecido no Brasil. Governava o
Estado de Alagoas. Era jovem, com carreira construída no Nordeste e pregava a
renovação na política. Ganhou o Palácio do Planalto aos 40 anos de idade.
Depois, sofreu um processo de impeachment e o país passou por severa crise
econômica.
Eduardo Campos é um político nordestino relativamente
desconhecido, governa Pernambuco e se apresenta como o jovem (tem 48 anos) que
vai renovar a política.
A resposta de Campos à comparação de Lula contém algumas
referências históricas. Ao afirmar que “desta vez, como aconteceu em 2002, a
esperança vai vencer o medo”, o governador de Pernambuco usa uma ideia-força do
próprio PT durante a primeira campanha presidencial que levou Lula ao Planalto.
Em 2002, o PT foi alvo do discurso do medo. Durante a
campanha eleitoral daquele ano, o PSDB usou a atriz Regina Duarte para dizer na TV que tinha medo do que poderia acontecer se Lula fosse eleito presidente. Foi
quando o então marqueteiro lulista, Duda Mendonça, inventou o bordão “a
esperança vai vencer o medo”. Deu certo. O PT ganhou a eleição – o segundo
colocado foi o tucano José Serra.
Antes, Lula já havia sido vitimado pelo mesmo discurso em
1989, quando Mário Amato, o então presidente da Fiesp (Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo), declarou que 800 mil empresários deixariam o país se o
PT chegasse ao Planalto. Naquela vez, deu certo e Lula perdeu a eleição. Anos
depois, Mário Amato mudou de opinião.
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