Da Folha de S.Paulo
Depoimento de um empresário de Mato Grosso cita o envolvimento do governador Pedro Taques (PSDB) em um suposto esquema de corrupção na Secretaria da Educação do Estado, que cobraria propina para quitar dívidas "não declaradas" da campanha de 2014.
Depoimento de um empresário de Mato Grosso cita o envolvimento do governador Pedro Taques (PSDB) em um suposto esquema de corrupção na Secretaria da Educação do Estado, que cobraria propina para quitar dívidas "não declaradas" da campanha de 2014.
As declarações foram prestadas pelo empresário Alan Malouf
ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) do Ministério
Público Estadual na sexta (16).
De acordo com Malouf, o governador o teria procurado para
que ajudasse em sua campanha de 2014 e que "teria perguntado se ele tinha
interesse em assumir algum cargo no Executivo".
Ainda no depoimento, o empresário disse não ter interesse em
participar do governo. Diante da resposta, "o governador eleito teria
solicitado a sua ajuda novamente para pagar débito de campanha eleitoral não
declarado".
Malouf também diz que quando o esquema foi descoberto, se
reuniu duas ocasiões com o governador na sede do governo, juntamente com o
chefe da Casa Civil, Paulo Taques. O empresário teria dito a eles que o esquema
estaria sendo descoberto e que o tucano respondeu que "daria um jeito de
resolver".
As denúncias vieram a tona após a prisão do empresário
Giovani Guizardi, suspeito de integrar o esquema de propina na pasta para
quitar dívidas de campanha. Ele foi preso em maio deste ano durante a Operação
Rêmora.
O empresário firmou acordo de delação premiada com o
Ministério Público, após ficar sete meses preso. Em sua delação, Guizardi disse
que Malouf teria colocado R$ 10 milhões na campanha de Taques, e que, após a
eleição, teria montado o esquema de corrupção dentro do governo para recuperar
o que chamou de "investimento".
"No final do ano de 2014, Alan Malouf mencionou que
investiu a quantia de R$ 10 milhões na campanha do atual governador Pedro Taques,
valor este não declarado, tendo dito também que teria de recuperar esse valor
investido junto ao Estado", diz trecho de sua delação.
OUTRO LADO
O governador Pedro Taques chamou as afirmações de Alan
Malouf de levianas e absurdas e disse que as movimentações financeiras de
campanha foram regulares.
"Todas as movimentações financeiras do referido pleito
eleitoral encontram-se devidamente registradas na prestação de contas do PDT,
partido pelo qual o governador Pedro Taques disputou aquelas eleições –inclusive
as despesas ainda não pagas– sendo que a prestação de contas da campanha foi
aprovada sem ressalvas pela Justiça Eleitoral", diz a nota.
Ele afirma que Malouf jamais "exerceu qualquer cargo ou
delegação na arrecadação de fundos eleitorais". Taques diz ainda que,
apesar de conhecer o empresário, suas empresas jamais venceram qualquer
licitação ou contrato na administração.


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