O Ministério Público do Estado pediu a condenação --em ação
de improbidade administrativa-- do prefeito Fernando Haddad (PT), do maestro
John Neschling e mais de dez investigados no escândalo de desvio de verbas do
Teatro Municipal de São Paulo. A Promotoria requereu a condenação do petista e
dos demais citados à suspensão dos direitos políticos e, solidariamente, à
devolução de R$ 128,7 milhões por "danos causados" a partir de
pagamentos efetuados para o Instituto Brasileiro de Gestão Cultural (IBGC) e de
R$ 468 mil decorrentes da contratação de Neschling.
Além de Haddad e do maestro são citados Willian Nacked, John
Luciano Neschiling, Rogério Ceron de Oliveira, Nunzio Briguglio Filho, João
Luiz Silva Ferreira, Aline Sultani, Ana Flávia Cabral Souza Leite, Ana Paula
Teston, Valentin Proczynski e José Roberto Mazetto.
A ação, submetida ao Fórum da Fazenda Pública da Capital, é
subscrita pelos promotores de Justiça Marcelo Camargo Miani e Nelson Luís
Sampaio de Andrade --ambos da Promotoria do Patrimônio Público e Social, braço
do Ministério Público que investiga corrupção e improbidade.
Um dos acusados, José Luiz Herencia é ex-diretor da Fundação
Theatro Municipal de São Paulo. Investigado por supostamente superfaturar
contratos da entidade com artistas e causar prejuízo de pelo menos R$ 18
milhões aos cofres públicos, Herencia fechou acordo de delação premiada com o
Ministério Público Estadual.
Ele confessou os crimes e delatou outros supostos
participantes do esquema de corrupção --o maestro Neschling, que foi diretor
artístico durante a gestão de Herencia, e William Nacked, diretor do Instituto
Brasileiro de Gestão Cultural.
A Promotoria pede ainda que a Justiça declare a nulidade do
contrato de gestão 001/2013, firmado entre a Fundação Theatro e o IBGC, e a
nulidade dos seus 20 aditamentos.
"O demandado Fernando Haddad, como prefeito, deve ser
responsabilizado, posto que dentre suas atribuições estão as de natureza
administrativa, aquelas que visam a concretização das atividades executivas do
Município, por meio especialmente de atos administrativos sempre controláveis
pelo Poder Judiciário", assinalam os promotores.
"Para satisfazer capricho pessoal, Fernando Haddad
resolveu contratar de maneira totalmente ilegal e contando com fraudes e
ilegalidades dos outros demandados. É certo que, ao agir desta forma, os
demandados violaram vários princípios. Atentaram contra o princípio do
interesse público."
Segundo a Promotoria apurou no Inquérito Civil
14.0695.0000153/2016-0, ao assumir o cargo, em 1º de janeiro de 2013,
'imediatamente entrou em contato com John Luciano Neschling para que o mesmo
ocupasse o posto de diretor artístico do Teatro Municipal'.
Defesa
A assessoria do prefeito Fernando Haddad informou que o
prefeito "já representou contra este promotor perante a Corregedoria do
Ministério Público, que está investigando sua conduta".
Segunda a assessoria, na semana passada, na ação promovida
pelo mesmo promotor sobre aplicação de recursos de multas, "não apenas o
prefeito foi inocentado, como a sentença recém-proferida deixou claro o grau de
irresponsabilidade deste membro do MP". E ratificou que, "este
terceiro episódio também será alvo de uma possível representação, uma vez que a
Prefeitura recebeu denúncia de que o promotor Marcelo Milani é parente de um
integrante do Theatro Municipal, que encontra-se sob investigação e não se
declarou impedido".
Estadão Conteúdo, via UOL


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