A Procuradoria Regional Eleitoral do Paraná (PRE-PR) pediu à
Justiça Eleitoral, nesta quinta-feira (29), a cassação do diploma (que será
expedido no próximo dia 18) e a inelegibilidade por oito anos do deputado
federal Fernando
Francischini (PSL-PR). Um dos principais aliados de Jair Bolsonaro (PSL)
na Câmara, Francischini é alvo de uma ação de investigação judicial (aije) que
o acusa de ter impulsionado a própria candidatura com base em notícias falsas que
questionaram a lisura do processo eleitoral.
Membro da chamada "bancada da bala", Francischini
foi eleito deputado estadual no último mês de outubro. Ele foi o mais votado no
Paraná – teve apoio de 427.627 eleitores – e ajudou no desempenho do PSL no
estado.
"O uso abusivo dos meios de comunicação, no caso a
internet, para divulgação de notícias falsas e sabidamente inverídicas
relativas a “fraudes” em urnas eletrônicas, certamente foi capaz de prejudicar
a livre manifestação da vontade política popular, demonstrando a potencialidade
de as condutas ilegais beneficiarem candidato – o próprio Francischini, bem
como seu partido político – PSL", afirma um trecho do documento de 20
páginas, assinado pela procuradora Eloisa Helena Machado.
O Congresso em Foco procurou Francischini
para comentar o processo, mas não teve retorno até a última atualização desta
reportagem.
Fake news
Em uma live em seu Facebook oficial no dia 7 de outubro,
data do primeiro turno das eleições, Francischini fez uma live afirmando que
advogados do PSL teriam descoberto duas urnas "fraudadas ou
adulteradas" no Paraná.
O
vídeo continua disponível na rede social do parlamentar. Até esta
quinta (29), havia mais de 315 mil curtidas e mais de 410 mil compartilhamentos
do conteúdo.
"Nós estamos estourando isso aqui em primeira mão pro
Brasil inteiro para vocês. Urnas ou são adulteradas ou fraudadas. Com a ajuda
do juiz eleitoral e do promotor eleitoral. A gente tá trazendo essa denúncia
gravíssima antes do final", afirma no vídeo.
Segundo Francischini, os equipamentos não teriam permitido
que eleitores votassem em Bolsonaro ao apertarem o número 17, o que ele
classificou como um "cambalacho" para prejudicar o então candidato à
presidência da República.
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