Morreu nesta quarta-feira (24.03) o cearense nascido em Fortaleza, Aécio de Borba Vasconcelos. Ele se foi aos 89 anos, vítima de problemas renais.
Advogado, jornalista, professor, empresário, político, industrial, agropecuarista, dirigente esportivo, Aécio foi um sujeito que marcou por ser múltiplo.
A CARREIRA
Formado em direito na turma de 1954 da Universidade federal do Ceará, Aécio era um jovem militante e de forte oratória. Em 1958 começou na política.
E entrou entrando, como vice-prefeito de Fortaleza, na chapa vitoriosa encabeçada por Cordeiro Neto. Em 1962 foi eleito deputado estadual.
Deixou o mandato para ser secretário do Planejamento, e depois da Agricultura, durante o primeiro governo de Virgílio Távora, e se destacou em outras áreas.
Bicampeão brasileiro de seleções em 1967 e 1969, dirigindo a seleção cearense, Aécio de Borba ajudou no fortalecimento do futebol de quadra.
Foi um dos criadores da Confederação Brasileira de Futebol de Salão, em 1979, e comandou a Seleção Brasileira de Futsal na conquista do primeiro título internacional, o sul-americano de 1969.
Na época, exercendo sua influência, Aécio trouxe a sede da confederação para Fortaleza. Em paralelo,foi dirigente do América Futebol Clube.
Em homenagem a ele, a Prefeitura de Fortaleza construiu um ginásio destinado exclusivamente ao futsal, em 1982, e batizou com seu nome.
Com a ditadura e o fim da UDN, filiou-se a extinta ARENA, por onde se elegeu para o primeiro dos três mandatos de deputado federal.
Com a redemocratização ingressou no PDS, e por esta sigla foram mais dois mandatos em Brasília. Ficou no Congresso de 1983 a 1998, e participou da Assembleia Nacional Constituinte (1988).
Um sonho não realizado por Aécio de Borba foi a indicação para governador do Ceará, cargo que sempre acalentou e pelo qual trabalhou.
Quando a chance parecia ter chegado, seu líder político, Virgílio Távora surpreendeu a todos e preferiu lançar Gonzaga Mota, em 1982.
ÚLTIMOS ANOS
Depois que deixou a política, Aécio de Borba se dedicou à família, aos negócios, e manteve bons vínculos com o esporte e o jornalismo, atividade que também exerceu durante décadas.
Fica para a história a grande influência que ele soube exercer no tempo dos coronéis, César Cals, Virgílio Távora, e Adauto Bezerra.
O livro, “Aécio de Borba – A história política, social e empresarial”, obra póstuma do jornalista e escritor J. Ciro Saraiva, lançado em 2016 é um bom guia para mostrar quem foi Aécio e seu tempo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário