Depois de 11 dias de confrontos e hostilidades envolvendo israelenses e palestinos, ambas as partes acordaram um cessar-fogo a partir desta sexta (21), interrompendo, ao menos por ora, a mais grave crise na região desde 2014.
Nesse período, a espiral de violência infligiu sofrimentos enormes a civis de ambos os lados, em especial aos que vivem na Faixa de Gaza.
Naquela área palestina controlada pelo Hamas, morreram ao menos 232 pessoas, incluindo 65 crianças.
Estima-se que ali os bombardeios de Israel também arrasaram ou danificaram seriamente cerca de 450 construções —dentre eles um edifício de 13 andares que abrigava veículos de imprensa internacionais, como a Associated Press e a TV Al Jazeera.
A destruição afetou hospitais e agravou a escassez de alimentos, água potável e medicamentos, além de ter forçado mais de 50 mil palestinos a deixarem suas casas.
Com uma força de ataque e defesa incomparavelmente mais poderosa que a do Hamas, Israel conseguiu não somente produzir danos colossais em Gaza como minimizar os ataques do inimigo. Mesmo assim, 12 pessoas, entre elas 2 crianças, morreram do lado israelense.
Nos últimos dias, os confrontos já haviam ultrapassado os limites de Gaza. Grandes protestos explodiram em vários pontos da Cisjordânia, a outra parte do território palestino, controlada pelo Fatah e ocupada por Israel, gerando enfrentamentos e mortes. Além disso, uma greve geral cerrou comércios e escolas em Ramallah e outras cidades da região.
Outra frente da crise —esta uma novidade particularmente preocupante— foi a eclosão da violência sectária entre cidadãos israelenses judeus e árabes, grupo que perfaz 20% dessa população.
Diversas cidades registraram confrontos, com ataques a sinagogas e a empresas de propriedade árabe, assim como linchamentos de parte a parte.
Com a escalada do conflito, intensificaram-se também as gestões com vistas a um cessar-fogo. Os Estados Unidos, que vinham agindo com discrição, passaram a pressionar Israel abertamente por uma redução significativa e imediata dos combates. Nesta quinta-feira (20), a Assembleia Geral das Nações Unidas se reuniu pela primeira vez para tratar do assunto.
Esses e outros esforços, ao que tudo indica, foram os principais responsáveis pela suspensão dos ataques. Mas, se a pausa na violência é um sinal auspicioso, a verdadeira paz, na qual ambos os povos possam coexistir de forma pacífica, ainda permanece distante.
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