Luciano Huck, Luiz Henrique Mandetta, João Amoêdo, Alessandro Vieira, Eduardo Leite, Rodrigo Pacheco, Sergio Moro e João Doria.
Todos esses nomes integram o rol de caídos na tentativa, pessoal ou por procuração, de criar condições para viabilizar uma candidatura presidencial alternativa ao duopólio Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) neste ano.
O ex-governador de São Paulo, que desistiu da postulação na segunda (23) após ter sido minado pelo próprio partido, é a vítima mais recente do processo.
Foi dos que mais durou no páreo: desde que irrompeu na política ao tirar o PT da prefeitura paulistana no primeiro turno de 2016, o tucano Doria se comportou como presidenciável. A vez na fila agora é da senadora Simone Tebet (MDB-MS).
A emedebista é o que marqueteiros chamam de folha em branco, em termos de imagem, com algumas vantagens apontadas por seus apoiadores para compensar a experiência executiva algo exígua.
Aos 52 anos, é pouco conhecida, portanto enfrenta baixa rejeição, vem de família política tradicional numa região importante para a economia e, acima de tudo, é mulher. Este atributo é lembrado quando se analisa a repulsa a Bolsonaro no público feminino.
Tebet terá uma árdua tarefa pela frente. Primeiro, convencer o PSDB e seu parceiro de federação, o Cidadania, a ser apoiada como candidata. Grupos tucanos resistem à iniciativa do presidente da sigla, Bruno Araújo, de priorizar a senadora sul-mato-grossense.
Ele conta com um aliado poderoso —o sucessor de Doria no governo paulista, o ainda desconhecido Rodrigo Garcia, para quem um projeto nacional anódino tende a favorecer a construção de sua própria figura numa eleição dura.
Tebet também terá de lidar com seu partido, que historicamente evita lançar candidaturas presidenciais e, quando o faz, não despende muita energia com elas. Hoje, boa parte do MDB está com Lula.
Caso ultrapasse esses obstáculos, Tebet não deverá contar com um integrante original da terceira via, o União Brasil, que desembarcou do projeto com suas grandes verba eleitoral e capilaridade. Um acerto com Ciro Gomes (PDT), que sobrou na pista da esquerda dominada pelo PT, parece improvável.
Enquanto isso, ela busca elaborar um discurso de consenso e, na economia, cerca-se de nomes outrora associados ao PSDB, de orientação liberal. Mais importante, Simone Tebet terá de provar ao eleitor sua viabilidade na disputa: a senadora patina em 1% de intenção de voto, segundo o Datafolha.
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