Ex-presidente quer jogar o país na fogueira, que já
começou a queimar com o corpo em frente ao STF
Da frustração e ódio curtidos e expostos nas mídias ao
terrorismo trapalhão (mas não menos perigoso) é um pulo. O segurança do Supremo
Tribunal Federal testemunhou o momento em que, próximo à estátua da
Justiça, o homem se deitou, colocou o artefato na cabeça e esperou a explosão.
A vítima foi identificada como Francisco
Wanderley Luiz, dono do carro que também explodiu no estacionamento da
praça dos Três Poderes. Era mais um brasileiro confuso, enganado e teleguiado,
cujo corpo ficou horas no chão.
Conhecido como Tiu França, trabalhava como chaveiro em Rio
do Sul, Santa Catarina. Nas eleições municipais de 2020, candidatou-se pelo PL, campeão de verbas no fundo de
campanha, e não conseguiu se eleger; gastou do próprio bolso R$ 500 e teve 98
votos.
Em agosto ele publicou uma foto dentro do
prédio do STF,
acompanhada de uma frase de estímulo: "Deixaram a raposa entrar no
galinheiro (chiqueiro)". Desejava ser um mártir da ignorância e do
ressentimento e conseguiu com a autoimolação.
Desde o resultado da eleição nos Estados
Unidos uma crise de histeria e delírio tomou conta das redes
bolsonaristas, organizadas e manipuladas, sobretudo no X de Elon Musk.
Uma coluna de opinião que ousasse apontar o autoritarismo de Trump era
logo rebatida com milhares de ofensas e ameaças. Muitas mensagens mostravam um
enunciado padrão e copiado, uma espécie de mantra opressor metido a engraçado:
"Se chorar, manda áudio".
Inelegível, sem deter o controle das forças da direita, no
gozo de uma sobrevida com a demora na conclusão do inquérito sobre o desvio de
joias da Presidência, a tentativa de golpe de Estado e a revelação das provas
que vão cimentar a denúncia ao Supremo, Bolsonaro usa Trump como tábua de
salvação, inflamando a seita de seus seguidores radicais. Um resultado
inequívoco da fogueira em que ele quer lançar o país já foi alcançado: o corpo
queimado ao lado da mulher de venda nos olhos segurando a espada.
O título do artigo de Bolsonaro publicado
na Folha é "Aceitem a democracia". Se ele tivesse alguma dignidade
e não fosse tão covarde na hora de assumir o que fez, seria: "Aceitem a
prisão".
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