Colonialismo mercantilista e ideologia iliberal guiam
movimentos de Trump em segundo mandato
Ao abandonar os aliados e se unir aos adversários, Trump
anula a confiabilidade dos EUA, trai seus interesses e a causa da liberdade
Os movimentos de Donald Trump não podem ser entendidos da
óptica convencional da geopolítica. As motivações comuns são o colonialismo
mercantilista, a ideologia iliberal e nativista.
Trump tentou impor a Volodmir Zelenski pagamento de US$ 500
bilhões e 50% de todas as receitas provenientes de minerais raros, gás,
petróleo, portos e o resto da infraestrutura da Ucrânia.
No Tratado de Versalhes, em 1919, os aliados impuseram à
Alemanha reparação de guerra equivalente a 200% do PIB alemão. Os US$ 500
bilhões representam 264% do PIB ucraniano. A Alemanha foi a agressora na 1.ª
Guerra. A Ucrânia é vítima da agressão russa.
A ajuda americana à Ucrânia somou US$ 175
bilhões, dos quais US$ 75 bilhões, destinados à compra de armas americanas.
Como fica claro no confisco de 50% por tempo ilimitado, não é reembolso, mas
exploração colonial de um país fragilizado.
Ao dividira Ucrânia entre EUA e Rússia, Trump repete o pacto
secreto de 1939 entre Adolf Hitler e Josef Stalin, que dividiu a Polônia. Dois
anos depois, Hitler ocupou o restante da Polônia e invadiu a URSS. Trump assume
postura colonialista também ante o Canadá, Groenlândia, Panamá e Gaza.
As sanções de Trump remetem à era mercantilista, quando
exportar era proveitoso e importar, danoso. Isso é incompatível coma economia
globalizada. Os produtos industriais dos EUA e dos outros países se aproveitam
das importações de partes e componentes da cadeia de valor.
Depois de eliminar taxa de US$ 9 sobre veículos na região
central de Nova York, Trump publicou em sua rede Truth Social: “Longa vida ao
rei”. A Casa Branca reproduziu a postagem no Twitter e Instagram, com imagem do
presidente usando coroa de rei. Ele cultiva uma autoimagem imperial.
A identificação de Trump com líderes autoritários também
explica seus movimentos. Ele tem elogiado Xi Jinping e Vladimir Putin, buscando
se aproximar de ambos, como fez em seu primeiro governo.
O vice, J.D. Vance, discursou em Munique que a ameaça não
são a China e a Rússia, mas o liberalismo europeu. Trump se recusa a defendera
Europa, mas promete manter 10 mil soldados americanos na Polônia, cujo
presidente, Andrzej Duda, é um nacionalista conservador.
Depois da 2.ª Guerra, os EUA firmaram alianças com Europa,
Japão e Coreia do Sul para não ter de enfrentar os inimigos em território
americano.
Ao abandonar aliados e se unira adversários, T rum panulaa
confiabilidade dos EUA, trai seus interesses e a causa da liberdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário