Presidente dos EUA e seu cúmplice J.D. Vance tentaram
humilhar presidente da Ucrânia no Salão Oval da Casa Branca
Em seu primeiro mês de mandato, Donald Trump demonstrou
sua "energia masculina" ameaçando invadir o Panamá e se rendendo
incondicionalmente à Rússia.
Na sexta-feira, Trump
e seu cúmplice J.D. Vance tentaram humilhar o presidente da Ucrânia no
Salão Oval da Casa Branca. Diante das câmeras, e como parte do acordo de
rendição americana, trataram Zelenski como se ele fosse um puxa-saco traidor de
sua pátria, um Pétain, um Quisling, um Jair Bolsonaro.
Zelenski fez bem em recusar o papel.
Trump ainda fez um desagravo a Putin, que
teria sofrido com ele acusações injustas de interferência russa nas eleições em
que Trump venceu.
Não acho que Trump seja um agente russo: ele e Putin só são
dois fascistas que pensam igual. Mas, Donald, se você quer provar que não é um
agente russo, começou mal.
Imagino os fantasmas de Kruschev e Brezhnev vendo a cena no
Salão Oval e dizendo: "Bozhe moi! Era só ter esperado eles elegerem alguém
suficientemente ladrão!".
Sim, ladrão. Afinal, Trump não se limitou a amarelar diante
de Putin. Ainda exige que a Ucrânia lhe entregue todas as suas riquezas
minerais como pagamento pela ajuda militar já prestada, que os Estados
Unidos prometeram aos ucranianos que seria gratuita.
Com a vitória na guerra, Putin dá um grande passo no
processo de palestinização da Ucrânia: a tomada de seu território de pedaço em
pedaço, de guerra em guerra, até que um dia alguém tenha coragem de propor
abertamente limpeza étnica e a construção de resorts na praia.
A partilha da Ucrânia entre os regimes de extrema direita
russo e americano promete ser um dos espetáculos mais horrendos dos próximos
anos.
Vai ter gente na esquerda dizendo que Zelenski era tão ruim
que mesmo Trump o abandonou. A minha suspeita, companheiro, é que você tenha
escolhido o lado errado da guerra. A menos que você pertença a um desses grupos
radicais de esquerda universitária que tenta compensar sua falta de apoio entre
as massas trabalhadoras brasileiras defendendo qualquer rival dos Estados
Unidos no Twitter.
Alguém pode dizer, mas o plano do Trump não é igual ao do
Lula?
Ainda não sabemos o quanto de território a Ucrânia vai
perder nem sabemos exatamente o quanto teria perdido nas negociações propostas
pelo Brasil ou pela China. Sabemos que nem Lula nem, suspeito eu, a China
tentaria roubar as riquezas minerais ucranianas.
E nas negociações propostas por Brasil e China, pelo menos,
a Ucrânia estaria na mesa, com apoio americano. Lula, aliás, criticou Trump
semana passada por não incluir a Ucrânia nas negociações.
O erro de Lula foi justamente admitir perdas territoriais
para a Ucrânia enquanto ela ainda tinha chance de conseguir um acordo melhor
com ajuda americana.
Tenho curiosidade sobre o que dirão os direitistas
brasileiros com bandeirinha da Ucrânia no perfil de rede social. Imagino que
mudarão de assunto como se nada tivesse acontecido.
O que fica claro é que, sob Trump, os Estados Unidos estão
deixando de ser um aliado confiável.
A visão de Trump para seu país, seu sonho para a América, é
torná-la um ladrão bêbado solto na vizinhança ocidental, prestes a colocar suas
armas à disposição de quem subornar mais seu presidente "investindo"
em sua memecoin.
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