Incapaz, governo desconsidera retomada de territórios
Com espetacularização, é mais fácil e barato conseguir
votos
Ele não é apenas "El Matador". Sob a gestão Cláudio
Castro, o Rio de
Janeiro afundou na pindaíba. Mas a responsabilidade, segundo o próprio
governador, não é dele —deve ser de Deus ou do Diabo. A exemplo dos territórios
ocupados por milicianos e traficantes, o culpado é sempre o governo federal, a
quem Castro continua a estender o pires, pedindo mais e mais dinheiro.
Na Alerj, discute-se um projeto que autoriza o governador a
alienar 62 imóveis, entre os quais o estádio do Maracanã, para quitar parte da
dívida com a União —R$ 12,3 bilhões a pagar em 2026.
A concessão da Cedae à iniciativa privada,
em 2021, tinha o mesmo objetivo. Quando pegou o dinheiro arrecadado no leilão
—R$ 18,2 bilhões—, Castro esqueceu a urgência. A diminuir o rombo orçamentário
preferiu investir o grosso da grana em obras estruturais. Estas, no entanto,
são um mistério, ninguém sabe, ninguém viu.
O que o governador fez, segundo denúncia do Ministério
Público, foi aparelhar a Ceperj, firmando convênios com o órgão público para
desenvolver projetos sociais que nunca saíram do papel. A picaretagem ancorou a
reeleição de Castro em 2022. A folha secreta com funcionários fantasmas —que na
verdade atuavam como cabos eleitorais— custou R$ 248 milhões.
Julgando o abuso de poder político e econômico no pleito, a
ministra Isabel Gallotti, do TSE, votou na terça (4) pela cassação de Castro. O
ministro Antonio Carlos Ferreira pediu vista, e a análise só deve ser retomada
no início de 2026. Enquanto isso, o governador não tem tempo a perder. Já
agendou dez operações em favelas, semelhantes a que deixou mais de 120 mortos
nos complexos do Alemão e da Penha.
"Não acredito em ocupação", disse Cláudio "El
Matador" Castro, revelando seu desprezo por um plano consistente de
retomada dos territórios e uma política de segurança mais duradoura, que
garanta o bem-estar e não imponha riscos à população. Como os recursos parecem
desaparecer, matar é mais barato e pega bem na fita do candidato ao Senado.


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