quinta-feira, 6 de março de 2014

A REEDIÇÃO DA GUERRA FRIA

Artigo de Caio Rocha, professor de História, via Facebook 
Dizem que a história se repete em outros tempos, com novos atores, mas com planos de fundo muito similares. Desta vez, o epicentro das tensões entre ocidente e oriente é a península da Criméia, parte do Estado Ucraniano, que almeja separar-se do restante do país e juntar-se à Federação Russa.
Esta animosidade foi acirrada após o presidente ucraniano Viktor Yanukovitch ter rejeitado um acordo de adesão à União Européia. Em Kiev, manifestantes o destituíram por este ser pró-russo e também por ter reprimido com força as manifestações, que resultaram na morte de dezenas de protestantes.
Consideram que a aproximação com a Europa será benéfica comercialmente, além de fortalecer a democracia interna, além de distanciá-los da zona de influência da Rússia. Moscou não aceita este estreitamento de relações da Ucrânia com a UE e não reconheceu Arseni Yatseniuk como Primeiro-Ministro do país, que fora nomeado pela RADA (Assembléia Nacional).
Os acordos firmados no passado são reclamados no presente. Com o desmantelamento da URSS em 1991, as repúblicas que dela faziam parte conquistaram suas independências e a Ucrânia assinou um tratado com os europeus e norte-americanos renunciando à armas nucleares. EUA e Europa se comprometeram à proteger a integridade e a soberania de todo o território do país. Isso é o que está sendo exigido pelos ucranianos.
Etnicamente o país é dividido em leste (maioria fala idioma russo) e oeste (maioria fala ucraniano). Os russos enviaram tropas para a península da Criméia, depreciando consideravelmente as relações entre Kremlim e Washington e, ao que tudo indica pelas movimentações militares russas, outras partes do país poderão ser ocupadas à ordem do presidente da Rússia.
A diplomacia européia e norte-americana discute sanções diplomáticas mais austeras contra os russos que, se não surtirem o resultado esperado, poderão evoluir para sanções econômicas mais profundas, como o congelamento de bens de cidadãos russos e fechamento do mercado financeiro ocidental àquele país.
Vale salientar que a Rússia é um país que detém armamento nuclear, herança da antiga URSS. Por enquanto, o cenário é incerto.
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