Dizem que a história se repete em outros tempos, com novos
atores, mas com planos de fundo muito similares. Desta vez, o epicentro das
tensões entre ocidente e oriente é a península da Criméia, parte do Estado
Ucraniano, que almeja separar-se do restante do país e juntar-se à Federação
Russa.
Esta animosidade foi acirrada após o presidente ucraniano
Viktor Yanukovitch ter rejeitado um acordo de adesão à União Européia. Em Kiev,
manifestantes o destituíram por este ser pró-russo e também por ter reprimido com
força as manifestações, que resultaram na morte de dezenas de protestantes.
Consideram que a aproximação com a Europa será benéfica
comercialmente, além de fortalecer a democracia interna, além de distanciá-los
da zona de influência da Rússia. Moscou não aceita este estreitamento de
relações da Ucrânia com a UE e não reconheceu Arseni Yatseniuk como
Primeiro-Ministro do país, que fora nomeado pela RADA (Assembléia Nacional).
Os acordos firmados no passado são reclamados no presente.
Com o desmantelamento da URSS em 1991, as repúblicas que dela faziam parte
conquistaram suas independências e a Ucrânia assinou um tratado com os europeus
e norte-americanos renunciando à armas nucleares. EUA e Europa se comprometeram
à proteger a integridade e a soberania de todo o território do país. Isso é o
que está sendo exigido pelos ucranianos.
Etnicamente o país é dividido em leste (maioria fala idioma
russo) e oeste (maioria fala ucraniano). Os russos enviaram tropas para a
península da Criméia, depreciando consideravelmente as relações entre Kremlim e
Washington e, ao que tudo indica pelas movimentações militares russas, outras
partes do país poderão ser ocupadas à ordem do presidente da Rússia.
A diplomacia européia e norte-americana discute sanções
diplomáticas mais austeras contra os russos que, se não surtirem o resultado
esperado, poderão evoluir para sanções econômicas mais profundas, como o
congelamento de bens de cidadãos russos e fechamento do mercado financeiro
ocidental àquele país.
Vale salientar que a Rússia é um país que detém armamento
nuclear, herança da antiga URSS. Por enquanto, o cenário é incerto.
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