Por Caio Rocha, professor de História, via Facebook
São completamente errôneos os discursos ultrapassados das
esquerdas brasileiras neobolcheviques quando imputam aos agentes econômicos
(industriais, comerciantes e banqueiros) a baixa qualidade de vida de nosso
povo, instigando uma ideológica "luta de classes" que tem como único
propósito o de polarizar a nação em mocinhos (pobres) e vilões (ricos).
A ação política dos que constitucionalmente detém o poder
não deve se basear em maniqueísmos que remontam à metade do século XIX e
verdade inequívoca é que necessitamos um empresariado forte, moderno e que leve
a marca dos produtos brasileiros ao mundo, já que vivemos em tempos de
globalização e no atual momento são eles quem contribuíram e contribuem para o
registro de certo progresso material na última década, principalmente das
classes mais baixas, que foram beneficiadas com o aumento das oportunidades
laborais e maior distribuição de capital, através dos salários.
Porém avançamos menos do que o nosso potencial e o grau de
satisfação social não acompanhou esse crescimento da renda. Não nos cabe fazer
agora um inventário de nossas qualidades, pois sabemos de có e salteado quais
são elas, porém há de se reconhecer a seguinte premissa: quanto maior é o
desenvolvimento industrial e financeiro de uma nação, quanto mais transparentes
são as suas instituições políticas, menor será o grau de insatisfação do povo
em relação aos seus governantes.
Todos os problemas que vivemos na atualidade são resultantes
da falta de planejamento e do pensamento medíocre de enriquecimento fácil
através da corrupção no serviço público e que contamina também setor privado,
já que é mais lucrativo ser "amigo do rei e dele obter vantagens" que
inovar.
Vejamos o exemplo da Noruega CAPITALISTA. Possui um Estado
transparente, que aplica corretamente os impostos que arrecada, investindo-os
em saúde, educação e obras de infra-estrutura. E olha que possui uma carga
tributária de mais 42%! Esta política fiscal aparentemente expropriadora não
cria propriamente um efeito inibidor da livre-iniciativa já que os
empresariados noruegueses contam com mão-de-obra qualificada e eficientes
sistemas de transporte, que facilitam a livre circulação de mercadorias e
maximização dos lucros. Aqui, no "paraíso tupiniquim", há sérios
problemas logísticos que também não nos cabe relatar porque são inúmeros.
Outro ponto a ser considerado é o argumento de homogeneização
de uma suposta "exploração" das classes trabalhadoras. Tanto no
passado como no presente. Não se deve dar crédito a isso. Hoje, um trabalhador
de qualquer país democrático e que segue as convenções internacionais
chanceladas pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) possui
infinitamente mais vantagens que seus precedentes históricos. E os
trabalhadores dos países ricos estão em posição de enorme vantagem em relação
aos países pobres devido a mobilidade no mercado de trabalho. Quanto mais
qualificados são, maiores serão os seus rendimentos, havendo assim uma cultura
de estudo e profissionalização. Coisa que ainda caminha timidamente em países
pobres ou em desenvolvimento como o Brasil. A solução para a pobreza no mundo e no Brasil
passa pela efetivação dos valores democráticos e de controle social das
instituições políticas.
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