quinta-feira, 27 de março de 2014

HORA DA VERDADE...

O coronel Paulo Malhães, que recentemente havia assumido tersido o responsável por desaparecer com o corpo de Rubens Paiva, afirmou nesta terça-feira (25) que tinha "verdadeiro pavor de interrogar mulheres e gays", em referência à sua atuação na Casa da Morte de Petrópolis, um dos centros clandestinos de tortura do regime militar, na serra fluminense.
A resposta foi dada no momento em que os representantes da Comissão Nacional da Verdade, em audiência pública realizada nesta tarde, no Rio de Janeiro, perguntaram se ele conhecia a militante da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) Heleny Ferreira Telles Guariba, desaparecida desde 1971.
"Quantas pessoas o senhor matou?", quis saber o ex-ministro José Carlos Dias. "Tantas quanto foram necessárias", respondeu o coronel. "Arrepende-se de alguma morte?" "Não." "Quantos torturou?" "Difícil dizer, mas foram muitos", devolveu.
Malhães disse ainda que, no começo do período da ditadura, chegou a torturar presos políticos, mas teria deixado de utilizar métodos violentos após "sofrer uma evolução". "Meus interrogatórios eram uma conversa normal. Havia, sim, tortura psicológica. É aquela que você não agride ninguém", declarou.
Malhães declarou que, na Casa de Petrópolis, matou "pouca gente", mas não quantificou o número de óbitos,  apesar da insistência dos membros da CNV. "Eu não tinha outra solução. Qual seria a outra solução? Me dê uma!", exclamou. "Me dê uma chance!"

Conteúdo do UOL
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