O coronel Paulo Malhães, que recentemente havia assumido tersido o responsável por desaparecer com o corpo de Rubens Paiva, afirmou nesta
terça-feira (25) que tinha "verdadeiro pavor de interrogar mulheres e
gays", em referência à sua atuação na Casa da Morte de Petrópolis, um dos
centros clandestinos de tortura do regime militar, na serra fluminense.
A resposta foi dada no momento em que os representantes da
Comissão Nacional da Verdade, em audiência pública realizada nesta tarde, no
Rio de Janeiro, perguntaram se ele conhecia a militante da VPR (Vanguarda
Popular Revolucionária) Heleny Ferreira Telles Guariba, desaparecida desde
1971.
"Quantas pessoas o senhor matou?", quis saber o
ex-ministro José Carlos Dias. "Tantas quanto foram necessárias",
respondeu o coronel. "Arrepende-se de alguma morte?" "Não."
"Quantos torturou?" "Difícil dizer, mas foram muitos",
devolveu.
Malhães disse ainda que, no começo do período da ditadura,
chegou a torturar presos políticos, mas teria deixado de utilizar métodos
violentos após "sofrer uma evolução". "Meus interrogatórios eram
uma conversa normal. Havia, sim, tortura psicológica. É aquela que você não
agride ninguém", declarou.
Malhães declarou que, na Casa de Petrópolis, matou
"pouca gente", mas não quantificou o número de óbitos, apesar da insistência dos membros da CNV.
"Eu não tinha outra solução. Qual seria a outra solução? Me dê uma!",
exclamou. "Me dê uma chance!"
Conteúdo do UOL
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