Faleceu nesta quinta-feira (6) o deputado federal Sérgio
Guerra, presidente estadual do PSDB e do Instituto Teotônio Vilela, em
decorrência de complicações provocadas por um câncer nos pulmões. Ele estava
internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, há mais de 20 dias. O
velório deve ser realizado na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
A família ainda aguarda a liberação do corpo do deputado em
São Paulo. Só depois disso, serão discutidos o traslado do corpo e os detalhes
do velório e do sepultamento.
Sérgio Guerra descobriu o tumor no pulmão em setembro de
2012 e vinha se tratando da doença com medicamentos de última geração e o
deixou praticamente curado da doença. No entanto, o deputado sofreu com uma
infecção decorrente, provavelmente, de efeito colateral da medicação, segundo o
ex-presidente do PSDB no estado Evandro Avelar. Guerra estava internado há 21
dias em São Paulo para tratar desse problema. "Nos últimos dias, as
informações médicas eram de que a infecção estava sendo debelada, mas, nas
últimas 48 horas, o quadro regrediu", disse Avelar. O deputado também
tinha diabetes e problemas renais.
A assessoria nacional do PSDB deve divulgar uma nota ainda
nesta manhã com informações sobre o motivo do falecimento e local onde o
enterro será realizado.
A deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) comentou sobre o
falecimento do líder tucano no Twitter. "Um grande líder do PSDB que
dirigiu o partido e o conduziu de forma exemplar".
Ao lamentar a morte do aliado, o deputado estadual Daniel
Coelho (PSDB) lembrou que uma das principais características de Sérgio Guerra
era a capacidade de articulação. "Era inesgotável. Quando dentro do
partido existiam ideias divergentes, eram rapidamente estudadas e resolvidas
pelo deputado da melhor forma", disse em entrevista ao Diario por
telefone. Ele citou o exemplo recente da condução do senador Aécio Neves,
pré-candidato do partido ao Palácio do Planalto, à presidência nacional do
PSDB. "Ele fez isso articulando e ouvindo todos que fazem o partido",
comentou.
Biografia
Sergio Guerra nasceu em 9 de novembro de 1947 no Recife.
Formado em economia pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), foi
presidente nacional do PSDB de 2007 a 2013, quando foi substituido pelo senador
Aécio Neves. Era deputado federal e presidente da sigla em Pernambuco, últimos
cargos na vida pública. Foi também deputado estadual com três mandatos
consecutivos que foram de 1983 a 1991 e eleito senador na chapa do governador
reeleito Jarbas Vasconcelos (PMDB), exercido do 1º de fevereiro de 2003 a 31 de
janeiro de 2011. Cumpria atualmente o quarto mandato como deputado federal
desde 2011.
Filiou-se ao PMDB em 1981 e, no ano seguinte, foi eleito
deputado estadual. Em 1986, já pelo PDT, foi reeleito ao cargo. Em 1989,
filiou-se ao PSB e ocupou os cargos de secretário estadual de Indústria,
Comércio e Turismo e de Ciência e Tecnologia no governo Miguel Arraes. Em 1990,
foi eleito para um mandato na Assembleia Legislativa, reelegendo-se em 1994 e
1998. Assumiu novamente a Secretaria de Indústria e Comércio entre 1997 e 1998,
no último mandato de Miguel Arraes.
Em 1999, deixou o PSB e filiou-se ao PSDB, onde se manteve
desde então. Participou do primeiro governo Jarbas Vasconcelos (PMDB) em
Pernambuco, ocupando a Secretaria Extraordinária. Guerra disputou em 2002 o
cargo de senador. Foi o segundo colocado naquela disputa, eleito com 1.675.779
votos (26,9% dos válidos) – eleito juntamente com Marco Maciel (PFL), o
primeiro colocado. Nas eleições de 2006, foi o coordenador nacional da campanha
presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB). Em 2010, foi o sexto candidato a
deputado federal mais votado em Pernambuco. Elegeu-se com 167.117 votos (3,79%
dos válidos).
Além de implantar um processo de modernização no PSDB,
Sérgio Guerra foi o principal articulador dos tucanos na decisão do partido de
se aliar ao governo do PSB, presidido pelo governador e presidenciável Eduardo
Campos, no estado. O acordo foi selado em dezembro do ano passado,
potencializando as alianças para a disputa das eleições deste ano. O partido
assumiu os cargos deixados pelo PTB do senador Armando Monteiro, possível
adversário dos socialistas na sucessão estadual.
Sérgio Guerra deixa dois filhos e duas filhas.
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