Da ISTOÉ
Nas últimas semanas, o petismo disseminou uma nova narrativa
– mais uma. Segundo ela, o Brasil encontra-se em “convulsão social” decorrente
de um “malfadado processo de impeachment” perpetrado contra a presidente Dilma
Rousseff. Ou seja, o caos, a baderna e o quebra-quebra nas ruas protagonizados
nos últimos dias seriam, de acordo com essa tese, conseqüência direta da
“insatisfação popular” gerada pelo afastamento da petista pelo Congresso por
crime de responsabilidade, como se entidades ligadas ao PT nada tivessem a ver
com o vandalismo e assistissem a tudo como um mero espectador. Uma falácia,
obviamente. Para dourar essa narrativa, petistas e congêneres, como sindicatos
e organizações bancadas com dinheiro público, dedicam-se – eles sim – a
incendiar as ruas. Literalmente, como ocorreu na última semana pela segunda vez
em menos de um mês.
A estratégia é sempre a mesma. Longe de querer se viabilizar
como uma oposição programática, fundada em propostas, os baderneiros almejam
mesmo é o tumulto e a arruaça com um único e claro objetivo: o de manter o País
em permanente instabilidade e provocar a volta ao poder de seus líderes. Como
os mesmos estão enrolados com a Lava Jato, outra versão bem conveniente foi
difundida sem o menor pudor na esteira dos vazamentos da delação da Odebrecht:
a de que todos os políticos são iguais em matéria de corrupção. O que o PT fez
foi dançar conforme a música. É o velho e surrado “a culpa é do sistema”
destinado a encobrir uma prática encravada no DNA petista. Qual seja, o
saqueamento do Estado e o aparelhamento da maior estatal do País não apenas
para fins políticos, mas também paraenriquecimento pessoal. Não há duvidas de
que todos os crimes são crimes e quem os comete merece ser julgado e, se for o
caso, condenado, à luz das leis vigentes e do estado democrático de direito.
Ocorre que os que querem colocar todos no mesmo barco não estão em sintonia com
os brasileiros que vão às ruas, estes de modo pacífico, para pedir a
continuidade da Lava Jato e a punição aos corruptos. Os interessados em igualar
a todos, como se caixa dois, propina em benefício pessoal e um esquema urdido
por um governo e comandado por um presidente, no caso Lula segundo a
força-tarefa da Lava Jato, na Petrobras fossem faces da mesma moeda, não querem
a punição de políticos sem distinção. Desejam na verdade, com esse argumento,
um salvo conduto para voltar ao poder e repetir as práticas nada republicanas
que colocaram em marcha nos últimos 13 anos sem sequer corar o rosto.
Petistas fracassam
Durante a votação em segundo turno da PEC 55, a chamada PEC
dos Gastos, novamente o discurso do “fracasso do impeachment” foi entoado por
três senadores petistas: Fátima Bezerra (RN), Humberto Costa (PE) e José
Pimentel (CE). Este último de forma mais agressiva. “Neste momento, nós vivemos
a maior crise política que é resultado do golpe parlamentar que nós fizemos
nesta casa. É verdade também que já tivemos outras crises econômicas, políticas
e sociais, e o caminho que você escolhe para superar essa crise é que é
exatamente o definidor do que você pretende da nossa nação, do nosso País, do
nosso Brasil. Aqueles que defendiam o impeachment da Dilma Rousseff faliram,
falharam e faltaram com a verdade para com a sociedade brasileira”, vociferou.
No mesmo dia, Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Vanessa Grazziotin (PCdoB) foram ao STF
contra a proposta que, em sua essência, quer evitar que o Estado gaste muito acima
de sua arrecadação, preservando receitas e evitando que o populismo
irresponsável de governantes de ocasião avance na renda futura das próximas
gerações e termine de arruinar com o que resta de expectativa de recuperação da
economia do País.
Ataque à fiesp
Para tentar ganhar o apoio das ruas, movimentos ligados ao
PT financiaram caravanas de manifestantes que desembarcaram na Esplanada dos
Ministérios na última terça-feira 13. Mais uma vez, o que se viu foi depredação
de bens públicos e particulares, carros incendiados, além de agressão a
policiais que tentavam garantir a manutenção da ordem pública. Segundo balanço
da Secretaria de Segurança do Distrito Federal, 88 pessoas foram detidas, sendo
42 de Goiás, Santa Catarina, Paraíba, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. Elas
vão responder por dano, desacato, resistência e lesão corporal. Mas, ao longo
das investigações, também podem ser punidas com base no artigo 20 da Lei de
Segurança Nacional, que prevê pena de até dez anos de prisão. Em São Paulo, no
mesmo dia, um grupo de manifestantes ligado ao Movimento dos Trabalhadores
Sem-Teto, liderados por Guilherme Boulos, atacou a Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp), munidos de fogos de artifício, pedras e paus.
Segundo policiais militares que estavam no Departamento de Polícia
Especializada, para onde foram levados os detidos, os manifestantes receberam
apoio irrestrito da deputada federal Erika Kokay (PT-DF). Ela se queixava das
condições dos cárceres do complexo para onde foram levados os vândalos que
estiveram na linha de frente da baderna.


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