segunda-feira, 18 de junho de 2018

MORRE ELIEZER BATISTA

Da Folha de S.Paulo
Morreu nesta segunda (18) no Rio o ex-ministro e ex-presidente da Vale Eliezer Batista, 94. Ele estava internado no Hospital Samaritano, mas a causa da morte ainda não foi confirmada.
Eliezer era engenheiro e ocupou o ministério de Minas e Energia durante o governo João Goulart. No governo Fernando Collor de Mello, foi secretário de Assuntos Estratégicos.
Ele começou a trabalhar na Vale em 1949. Em 1961, foi nomeado presidente da mineradora pela primeira vez, sendo afastado com a deposição do presidente em 1946.
Após experiência na iniciativa privada, retornou à presidência da Vale em 1979. Sob seu comando, a companhia desenvolveu o Projeto Ferro Carajás, hoje o principal polo produtor de minério de ferro do Brasil.
Eliezer era viúvo de  Jutta Fuhrken, com quem teve sete filhos entre eles, o empresário Eike Batista. Ele se casou pela segunda vez em 2009, com Inguelore Sheunemann Batista.
OITO IDIOMAS
Àqueles que, em dúvida, perguntavam se a pronúncia correta de seu nome era "Eliézer" ou "Eliezér", o engenheiro Eliezer Batista da Silva costumava responder: "At your option" (em tradução livre, "como você preferir").
Em uma só frase mostrava duas de suas muitas características marcantes: as citações frequentes em um dos oito idiomas que dominava e a capacidade de adaptação.
No Brasil, era Eliezér, oxítono, mas acostumou-se a ser Eliézer em suas andanças pelo mundo para fechar milionários contratos de venda de minérios para a Vale.
Podia, dependendo da situação, assumir outros nomes. Nos anos 70, no auge de mais uma das muitas crises entre árabes e israelenses, fazia check in em um hotel na Árabia Saudita quando ouviu de um desconfiado funcionário: “Eliezer é um nome judeu”.
Respondeu de imediato: “No meu país se escreve assim, mas se lê Ahmad”. Desconcertou o interlocutor e conseguiu o quarto.
Nasceu em 1924, na minúscula Nova Era (MG), no vale do rio Doce. Lá conheceu aquela que, nas palavras da alemã Jutta Fuhrken Batista (1931-2000), sua mulher por 50 anos e mãe de seus sete filhos, seria sua amante por toda vida: a Companhia Vale do Rio Doce, onde trabalhou, com alguns breves intervalos,  entre 1949 e 1997, ano da privatização, e que presidiu por dois períodos.
Com Eliezer, a Vale se transformou de uma pequena mineradora que extraía ferro das montanhas de Minas Gerais —mas deixava nas mãos de terceiros todos os passos seguintes, como venda, beneficiamento, transporte— em uma das maiores do mundo ainda na década de 1980.
De suas ideias, vistas muitas vezes como megalomaníacas, surgiram marcos do desenvolvimento nacional, como o porto e a siderúrgica de Tubarão, no Espírito Santo, e o projeto Carajás, no Pará.
O segredo para a ascensão da empresa, dizia o engenheiro, era o “planejamento sistêmico-holístico”. “O que adiantava ter ferrovias se havia um gargalo no porto? Tive um estalo. Era tudo questão de logística”.
“Logística” vem do grego logistikos, aquele que sabe calcular racionalmente. E isso Eliezer fazia muito bem.
Ao assumir a presidência da Vale pela primeira vez, em 1961, aos 36 anos, tinha como meta tornar a empresa responsável por todas as fases, da extração do minério à entrega a compradores do outro lado do mundo.
Queria também aumentar a exportação de minério de ferro, à época na faixa de 1,5 milhão de toneladas/ano e, quem sabe, vender o produto já beneficiado, com preço mais alto.
“Nenhum país fica rico exportando apenas matéria-prima”, dizia.
Encontrou nos japoneses os parceiros ideais. O país precisava da matéria-prima para reconstruir seu parque industrial, destruído na Segunda Guerra Mundial.
Neste ano, Eliezer Batista fez a primeira de suas 178 viagens oficiais ao Japão. Firmou contratos de venda de longo prazo e capitalizou a Vale. Mas precisava de um porto que recebesse navios de grande porte para tornar o negócio rentável.
Em sua imaginação, os navios sairiam do Brasil abarrotados de minério de ferro e voltariam com petróleo árabe. Se não fechasse a equação, a operação seria economicamente inviável.
Com o apoio do então ministro da Fazenda, San Tiago Dantas, conseguiu tirar do papel a construção do porto de Tubarão, no Espírito Santo.
Orçado em US$ 100 milhões, o projeto não encontrava financiadores. Convencido da importância do novo porto, San Tiago Dantas, mandou, nas palavras de Eliezer, “rodar a guitarra”: imprimir mais dinheiro para bancar as obras.
“Hoje levaríamos um tiro na fronte desses fundamentalistas da moeda”, disse em depoimento aos jornalistas Luiz Cesar Faro, Claudio Fernandes e Carlos Pousa, para o livro “Conversas com Eliezer”, publicado em 2005.
Faltavam os navios. Nos cálculos do engenheiro, seriam necessárias embarcações com capacidade para transportar 120 mil toneladas de carga. No início dos anos 60, os maiores navios brasileiros levavam 10 mil toneladas; o maior do mundo levava 35 mil toneladas.
“Armadores europeus disseram que aquela ideia era a mais louca desde que Vasco da Gama contornara o Cabo da Boa Esperança”, contou.
Premidos pela necessidade do minério, estaleiros japoneses embarcaram na aventura e ajudaram Eliezer.
Deram-lhe, ainda, a condecoração da Ordem do Sol Nascente, a mais alta honraria do país e que lhe foi entregue pelo imperador Hiroito.
A grandiloquência do projeto lembra o que, cinco décadas depois, o empresário Eike Batista, um de seus sete filhos, tentou fazer no Porto do Açu, no norte-fluminense, reunindo em um só lugar porto, siderúrgica, estaleiros e uma série de empreendimentos diversos.
A ousadia de Eliezer aumentou a exportação anual da Vale de 1,5 milhão de toneladas por ano para 5 milhões de toneladas/ano. O empreendimento de Eike patina em um emaranhado de desistências de empresas e em processos na Justiça que buscam recuperar financeiramente e saldar dívidas de partes do grupo EBX, como o estaleiro OSX e a petroleira OGX.
BARÃO DE CURITIBA
Um dos seis filhos do seleiro José Batista da Silva, que fabricava arreios para cavalos e burros, e da dona de casa Maria Natividade Pereira, Eliezer deixou Nova Era no início dos anos 1940 para estudar em um colégio de religiosos holandeses em São João Del Rei. Durou pouco tempo. Foi expulso em um ano, considerado pelos frades má influência para os outros alunos.
Não voltou para a cidade natal, que chamava de “a selvagem New Was”, em referência à pobreza e falta de perspectivas na região. Foi para Curitiba, onde se formou em engenharia na Universidade do Paraná em 1948.
Lá descobriu o mundo. “Dizem que é uma cidade chata, sem graça, mas foram os melhores anos da minha vida”, contou em entrevista. Usava roupas extravagantes, como uma gravata borboleta vermelha que fez com que os amigos o apelidassem de barão de Nova Era.
Nadava, praticava saltos ornamentais e pólo aquático, o que lhe rendeu porte atlético, apesar da baixa estatura, e sucesso com o público feminino.
“Não diria que eu era um galã, mas dava muita sorte com as mulheres.”
Decidiu aprender a tocar piano, mas foi desestimulado por um professor alemão que lhe disse que tinha “mãos de moça” —pequenas, o que torna difícil a prática do instrumento. Recomendou que procurasse um grupo de canto gregoriano, onde sua voz de barítono, quase baixo, faria sucesso.
Como grande parte das obras para canto gregoriano foram compostas em russo, a sugestão o levou a aprender o primeiro dos muitos idiomas que falava —mais tarde passou a dominar o inglês, francês, alemão, italiano, espanhol e “arranhar” grego e japonês.
Manteve o hábito de cantar no idioma ao longo da vida. “Não há nada melhor para o espírito do que um bom canto gregoriano pela manhã”, contou à Folha em conversa em outubro de 2012.
Sua história com a mineradora começou em 1949. Recém-formado, passara um ano estudando nos Estados Unidos e voltara para visitar a família. Encontrou Nova Era mudada. A cidade estava tomada por americanos, empregados da Morrison-Knudsen, que reformava a ferrovia Vitória-Minas, da Vale.
Arrumou emprego ali mesmo. Dez anos e alguns cursos no exterior depois já era o superintendente da ferrovia; em mais dois anos, presidente da Vale. Em 1962, a convite de João Goulart, passou a acumular a presidência da estatal com o cargo de ministro de Minas e Energia, o que manteve até junho do ano seguinte.
O prazer que o conhecimento do idioma russo lhe trouxe também aborrecimentos. Logo após o golpe de 1964, foi exonerado da presidência da Vale e quase foi preso. Aqueles que pediam sua cabeça apresentavam três justificativas: defendia os direitos de seus empregados, para quem construía casas, escolas e hospitais; tinha sido ministro de João Goulart; e falava russo.
Teria sido, inclusive, grampeado em uma ligação telefônica com o ditador iugoslavo Joseph Broz Tito. No telefonema, Eliezer explicou anos depois, convencia o marechal a construir um porto em Balkar, que abriu caminhos para que a estatal entrasse nos mercados europeus.
“Aos olhos do novo regime, a participação no governo João Goulart e o fato de ser fluente em russo eram suficientes para me tingir de vermelho da cabeça aos pés”, disse, em entrevista para o livro “Conversas com Eliezer”.
Foi salvo pelo empresário Augusto Trajano Azevedo Antunes, fundador do grupo Caemi. Amigo do general Castello Branco, Azevedo Antunes o convenceu a retirar Eliezer da lista de cassados.
Mas não evitou sua demissão da Vale. Levou-o então para trabalhar em uma das empresas de seu grupo, a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR). De comunista, passou a ser tachado de entreguista —a MBR tinha como sócia a norte-americana Hanna Mining.
A birra dos militares com o executivo não durou muito. Em 1968, foi designado presidente da recém-criada Rio Doce Internacional S/A, subsidiária da Vale com sede em Bruxelas.
Foram onze anos na Europa. Em março de 1979, foi chamado para uma conversa com o novo presidente da República, general João Figueiredo. “Esqueça o passado, o Brasil precisa de você”, ouviu do general ao ser convidado para reassumir a presidência da estatal.
Figueiredo queria que Eliezer fizesse avançar a exploração das reservas de Carajás, estimadas em 18 bilhões de toneladas de ferro de alto teor e mais uma infinidade de metais, como bauxita, ouro, manganês, cobre, cassiterita, caulim, fosfato.
A reserva, no sul do Pará,  tinha sido descoberta em 1967 pela US Steel, que detinha 49,1% dos direitos de lavra —os 50,9% restantes eram da Vale.
“Estamos com esse projeto Carajás enguiçado. Vê se dá um jeito nisso”, disse o presidente.
O “enguiço” era uma divergência entre os sócios. Os americanos pretendiam construir um porto para navios de pequeno porte, que seriam usados para levar o minério para os Estados Unidos.
Brasileiros, empolgados com a bem-sucedida empreitada de Tubarão, queriam um porto capaz de receber grandes navios que escoariam a produção para o sudeste asiático.
Depois de negociações tensas, a US Steel vendeu sua participação para a Vale, mas ainda havia o problema de como financiar as obras.
Em suas memórias, Eliezer conta que pediu a Figueiredo orientação sobre o que fazer. “Não tem orientação nenhuma, isso é problema seu”, respondeu o presidente.
Mais uma vez, Eliezer recorreu a seus amigos japoneses que, em troca de novos contratos de fornecimento de longo prazo, fizeram surgir dinheiro para o Projeto Carajás.
JUDAS
A expansão da Vale incomodava alguns. Eliezer era criticado por afastar a empresa do que, no mundo dos negócios, se chama “core business” —seu objetivo principal.
A estatal criada para ser uma mineradora já tinha uma siderúrgica (a Companhia Siderúrgica de Tubarão), uma empresa de frete de navios (Docenave), outras de reflorestamento e de produção de celulose, ferrovias e continuava a se espalhar.
Pouco após a posse de Figueiredo, seu ministro de Minas e Energia, Cesar Cals, declarara que devido à importância da exportação de minérios na balança comercial, a Vale concentraria suas atividades na extração.
“Apanhei feito Judas, amarrado no poste da ignorância”, disse no livro “Conversas com Eliezer”.
Mas dedicou-se ao Projeto Ferro Carajás. E paralelamente, desenvolveu dois outros, Alumínio do Brasil (Albrás) e Alunorte (Alumina), em sociedade com o consórcio japonês Nalco.
Sua avaliação era a de que o Brasil se encontrava em uma sinuca no comércio exterior. “Terá que decidir entre se tornar uma potência exportadora, capaz de singrar as longas distâncias marítimas ao menor custo, ou se perpetuar como um vendedor de urucum, penas de arara e castanha de caju”.
Carajás se tornou um de seus grandes orgulhos, apesar das críticas pesadas de ambientalistas que o acusavam de destruir a floresta e a quem, em revide, acusava de “ecolatria” —ecologia sem conhecimento científico.
Aos amigos, contava que foi depois de uma visita ao projeto, em 1991, que o suíço Stephan Schmidheiny criou o conceito de desenvolvimento sustentável. “Foi a prática que criou a teoria”, gabava-se.
A preocupação com o desenvolvimento econômico sem descuidar da questão ambiental era antiga. Em 1958, quando cuidados com o meio ambiente não faziam parte da agenda das grandes empresas, usou um subterfúgio para convencer o conselho da Vale a comprar uma área de floresta de 23 mil hectares em Linhares, norte do Espírito Santo.
Disse que a madeira seria usada para fazer dormentes para as estradas de ferro da mineradora. Hoje a Reserva de Linhares é uma das poucas áreas de mata atlântica preservadas no Estado.
Deixou a presidência da estatal pela segunda vez em 1986, no início do governo Sarney, e voltou para a direção da subsidiária internacional, na Europa.
Em 1990, recusou um convite de Fernando Collor para assumir o Ministério da Infraestrutura. Alegou questões de saúde, mas aos mais próximos dizia que “do poder, me basta o acesso a quem o tem”.
Já ameaçado de impeachment, Collor voltou à carga em 1992 e convenceu Eliezer a assumir a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos). “Decidiu-se, em um gesto híbrido de desespero e bom senso, cercar-se de nomes como Célio Borja e Adib Jatene. Não foi um convite, foi uma convocação para a guerra”, afirmou anos depois. Saiu quando a Câmara aprovou a abertura do processo para o afastamento do presidente.
Na SAE, voltou suas preocupações para a matriz energética do país, excessivamente dependente de hidrelétricas. Há 20 anos previu que, sem mudanças, haveria o risco de blecautes e de falta d’água nos grandes centros.
Insistiu na implantação de usinas térmicas para que as hidrelétricas pudessem recompor seus níveis de água em períodos de menor consumo; esforçou-se para que fossem firmados contratos para compra de gás boliviano e para a construção do gasoduto que agora liga os dois países.
Alguns anos depois, já no governo Fernando Henrique Cardoso, envolveu-se nos debates sobre a privatização da Vale, mas se afastou por discordar do modelo adotado. Defendia o desmembramento da empresa para a venda em blocos, o que impediria a formação de monopólios e aumentaria seu valor.
RISO, SONO E MÚSICA
Quando Jutta dizia que a Vale era a amante de seu marido, Eliezer respondia, bem-humorado, que a amante tinha sido a responsável por tê-la encontrado. Os dois se conheceram em Hannover, quando o executivo fazia um curso de especialização.
Casaram-se em 1954 e tiveram sete filhos: Helmut, artista e coreógrafo; Werner, empresário que mora em Boca Ratton, na Flórida; Harald trabalha em uma empresa de criação de ferramentas high tech para finanças em Palo Alto, na Califórnia; Lars, envolvido com a indústria de videogames, e Monika, arquiteta, vivem em São Francisco; Dietrich, que se formou em medicina na Alemanha, voltou para o Brasil e montou uma empresa de informática; e Eike, aquele que, segundo o pai, herdou seu espírito empreendedor.
Dos dez netos, só os três filhos de Eike —Thor e Olin, de seu casamento com Luma de Oliveira, e Balder, com Flavia Sampaio— vivem no Brasil. Nas férias, filhos e netos se reuniam com o patriarca no sítio Pedra Azul, pedaço de terra comprado por Eliezer e Jutta no Espírito Santo na década de 1950.
As intermináveis viagens do marido pelo mundo deixaram com Jutta a responsabilidade de criar os sete filhos. “Poderia ter aproveitado mais as crianças, mas, se fizesse isso, não teria condições de lhes dar a educação que dei”, disse.
Em entrevista para o cineasta Victor Lopes, que dirigiu o documentário “Eliezer Batista, o Engenheiro do Brasil”, Eike contou que voltou a se conectar com o pai aos 30 anos, quando já tinha seus próprios negócios. Executivos que passaram pelo grupo EBX contam que o empresário sempre se preocupou com as opiniões do pai sobre seu trabalho.
Eliezer foi acusado de ter entregue a Eike um mapa com as minas que a Vale descartara, para que o filho as explorasse. Especulação que nunca seria provada. Eike sempre rejeitou veementemente qualquer insinuação a esse respeito, argumentando que, em toda a sua carreira, o pai nunca permitira que ele se aproximasse da Vale.
“Quando Deus resolveu dar dons ao meu pai, deu tudo para ele. É um homem da renascença. Mas Deus deixou um talento para mim, o de ganhar dinheiro. Todos os outros ele deu para meu pai”, disse ao documentarista em 2009.
Quando o império montado pelo filho começou a se desfazer, Eliezer partiu em sua defesa e disse que ele era mal compreendido no país. “É uma das pessoas mais generosas que conheço. Não tem nada de avarento”, disse.
Meses depois, pediu demissão do Conselho de Administração da OSX, o estaleiro do grupo agora em recuperação judicial.
Eliezer passou os últimos anos de sua vida dividindo seu tempo entre a casa no alto do Jardim Botânico, mesmo bairro da zona sul onde mora Eike, e o escritório no prédio da Firjan, no centro do Rio, onde atuava como consultor.
No escritório, um CD player tocava sempre peças de Wagner e de Bach, seus compositores favoritos.
Na casa, de uma “simplicidade escandinava”, como costumava dizer, tinha a companhia da mulher, a ex-reitora da Universidade de Pelotas Inguelore Scheunemann, com quem se casou discretamente em um cartório carioca em setembro de 2009 —os filhos foram avisados depois.
“É muito ruim viver sozinho e sou fã de mulheres, no sentido amplo”, disse.
Para levar a vida, dizia, usava três antidepressivos: o riso, uma boa noite de sono e a música.
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