O advogado e ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa
Seixas morreu nesta terça-feira (25), em São Paulo, aos 74 anos. Ele estava
internado no Hospital Sírio-Libanês, onde fez transplante de medula para
combater uma mielodisplasia – um tipo de falência da medula óssea na produção
de células.
Segundo a família, ele conseguiu fazer o transplante, mas
com baixa compatibilidade. Após a operação, o jurista ficou com baixa imunidade
e foi atacado por uma infecção.
O corpo de Sigmaringa Seixas será sepultado em Brasília. O
velório deve começar às 8h desta quarta (26) no cemitério Campo da Esperança,
na Asa Sul, e o enterro está previsto para as 16h30.
Nascido em Niterói (RJ) e formado em Direito na Universidade
Federal Fluminense (UFF), ele se mudou para Brasília na década de 1970. Na
capital, tornou-se conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF) de
1976 a 1984.
O jurista ficou conhecido por defender presos políticos e
estudantes durante a ditadura militar. Com a abertura democrática, foi eleito
parlamentar.
Sigmaringa Seixas foi eleito deputado federal para a
Assembleia Nacional Constituinte de 1987, pelo PMDB-DF, e transitava com
facilidade no ambiente político.
Ele teve outras duas passagens pela Câmara dos Deputados,
sempre por diferentes partidos: pelo PSDB, de 1991 a 1995, e pelo PT, de 2003 a
2017.
Em 1994, o advogado foi candidato ao Senado pelo PSDB, mas
recebeu 10,51% dos votos e não foi eleito. As vagas ficaram com Lauro Campos
(PT) e José Roberto Arruda (PP).
Repercussão
O presidente da República, Michel Temer, postou uma mensagem
de luto no início da tarde de terça-feira (25): "Lamento imensamente a
morte do grande advogado e homem público, Sigmaringa Seixas, um lutador pela
democracia brasileira. Meus sentimentos de pesar à familia e amigos".
A morte também foi lamentada pelo governador do Distrito
Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), nas redes sociais. "Sempre investiu no
diálogo para buscar soluções para o Brasil", escreveu. Ele decretou luto oficial
de três dias na capital.
A presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann,
chamou o advogado de "lutador incansável pela justiça e pela democracia em
nosso país".
Em nota, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) manifestou profundo pesar. O presidente nacional da Ordem, Claudio
Lamachia, diz no texto que Seixas teve atuação "memorável tanto na defesa
dos Direitos Humanos como também na dedicação a advocacia".
"Com longa dedicação a política, foi deputado federal
constituinte e teve atuação marcada pela defesa das causas humanistas",
diz a OAB. Seixas foi conselheiro da entidade no DF entre 1976 e 1984, além de
consultor da Anistia Internacional e vice-presidente do Comitê Brasileiro de
Anistia no DF.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias
Toffoli, afirmou em nota que Sigmaringa Seixas "deixou sua marca como
homem público, deputado constituinte e advogado primoroso, sempre pronto a
lutar pelos Direitos Humanos, pela Democracia e pela Liberdade em nosso País,
trabalhando com humildade pelo bem comum, sem buscar os holofotes. Entre as
características de sua personalidade, estavam a discrição e a vocação para o
outro."
Além de Toffoli, o ministro Gilmar Mendes também manifestou
pesar pela morte do advogado. "Um mestre na arte da conciliação e da
tolerância, um agregador por natureza e vocação", diz a mensagem publicada
no Twitter".
O pai dele, o também advogado Antônio Carlos Sigmaringa
Seixas, morreu
aos 94 anos em 2016.
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