Consolidado como reduto petista na última eleição, o Nordeste não
tem nenhum representante na posse do
presidente Jair Bolsonaro (PSL). Todos os nove governadores
eleitos na região programaram as cerimônias de transmissão de governo para o
período da tarde, competindo com a posse presidencial - iniciada às 15h. Pelo
menos oito governadores do Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste estão em Brasília
acompanhando a chegada de Bolsonaro ao poder.
Entre os nordestinos, Fernando Haddad (PT) teve 69,7% dos votos
válidos, contra apenas 30,3% de Bolsonaro. Petistas estão à frente de quatro
estados nordestinos: Bahia, com Rui Costa; Ceará, com Camilo Santana; Piauí,
com Wellington Dias; e Rio Grande do Norte, com Fátima Bezerra. Além deles,
outros eleitos são alinhados ao lulismo, como Flávio Dino (PCdoB) no Maranhão;
Renan Filho (MDB) em Alagoas; e Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco. Todos
marcaram suas posses para o período da tarde, concorrendo com a de Bolsonaro.
Para estarem presentes, governadores aliados de Bolsonaro anteciparam
suas posses para a manhã desta terça-feira. É o caso do novo mandatário do Rio
de Janeiro, Wilson Witzel (PSC-RJ), eleito com base na associação de sua imagem
ao grupo político do presidente: iniciada pouco antes das 9h, o ex-juiz federal
ficou pouco mais de uma hora na sede da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj),
partindo logo em seguida para a capital federal. No início da cerimônia de
transmissão de cargo no Congresso Nacional, o governador fluminense fez uma
transmissão ao vivo em suas redes sociais falando do momento.
- A gente acordou cedo, viemos para cá, e agora vamos acompanhar a
posse do nosso presidente - disse Witzel, ao lado da mulher Helena.
O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT-AP), foi ainda mais longe e
assumiu o cargo pouco depois da meia noite. Ratinho Júnior (PSD-PR) também fez
uma cerimônia rápida para marcar sua ascenção ao poder. Ele chegou à Assembleia
Legislativa do Paraná às 8h15 e deixou o local pouco depois das 9h, após
discursar para os presentes.
Outros governadores que declararam apoio a Bolsonaro durante a campanha
também estão presentes em Brasília, caso de João Doria (PSDB-SP) e Ronaldo
Caiado (DEM-GO). Também estão presentes os governadores do Distrito Federal,
Ibaneis Rocha (MDB) ; e Mauro Carlesse (PHS).
O único governador eleito pelo PSL a prestigiar a posse de Jair
Bolsonaro foi Coronel Marcos Rocha, que foi empossado no comando do governo de
Rondônia pela manhã. Comandante Moisés, eleito em Santa Catarina, tinha posse
prevista para as 14h30, enquanto Antonio Denarium - novo governador de Roraima
- assumirá o cargo às 19h.
Partidos de esquerda esvaziam posse
Parlamentares
do PT e do PSOL decidiram não comparecer à posse de Bolsonaro no
Congresso, como é praxe. o PT divulgou uma nota na sexta-feira informando que o
partido justifica que faltou “lisura no processo eleitoral”, critica a
proibição da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diz que
houve “manipulação criminosa” das redes sociais para difusão de notícias falsas
contra seu candidato.
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, informou também, no Twitter,
que a bancada do partido não estará presente na posse de Bolsonaro.
"Como é de praxe, o TSE convidou toda a bancada do PSOL para a
posse do novo presidente. Mas como prestigiar alguém que despreza os direitos
humanos, promete colocar o Brasil de joelhos diante dos EUA e destruir os
direitos sociais? Não vamos à posse. Nossa resistência já começou",
escreveu.
Em 2015, na posse de Dilma Rousseff, parlamentares e lideranças do PSDB
e do DEM, que formavam a chapa derrotada pela petista no segundo turno, também
optaram pelo boicote à posse.
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