O prefeito de Camaragibe, na Região
Metropolitana de Recife, Demóstenes Meira (PTB), exigiu que servidores
comissionados da prefeitura participassem de um show de Carnaval, no último
domingo, de sua noiva, Taty Dantas. Ela é secretária municipal de Assistência
Social da cidade. Em áudios que circulam nas redes sociais é possível ouvir o
prefeito exigindo a participação dos funcionários “para dar força ao evento”.
— Vou fazer um cordão de isolamento ao redor do trio só para
ficarem os cargos comissionados. Então, por favor, divulguem e multipliquem. A
gente vai filmar e eu vou contar quantos cargos comissionados foram— afirma o
prefeito, na gravação.
Meira explica nos áudios que sabe “que tem gente que não
gosta de Carnaval”, mas que a noiva dele iria cantar.
— Depois que ela cantar as músicas dela, está todo mundo
liberado, mas eu quero todo mundo a partir de meio-dia — afirmou.
O prefeito diz ainda que a estrutura da prefeitura será
usada para apoiar o bloco:
— Já chamei 30 guardas municipais para fazer o cordão de
isolamento por fora e o resto da equipe dos guardas municipais. São mais 200
homens espalhados no meio da multidão para evitar confusão, arma de fogo e
droga.
O bloco carnavalesco Canário Elétrico, que teve a
participação de Taty Dantas, é organizado pelo secretário municipal de
Educação, Denivaldo Freire.
Após a divulgação dos áudios, o Ministério Público de
Pernambuco (MP-PE) disse que vai investigar possíveis práticas de improbidade
administrativa.
O procurador-geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros,
também determinou a abertura de uma investigação para apurar se o prefeito
cometeu crime de peculato (uso indevido de recursos públicos para patrocinar
fins privados e pessoais). Como prefeitos possuem foro privilegiado, uma
eventual responsabilização criminal ficará a cargo do procurador-geral.
O GLOBO entrou em contato com a Prefeitura de Camaragibe,
mas não obteve resposta até o fechamento da edição.
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