Primeiro faço uma pequetita introdução antes de
republicar essa crônica que saiu originalmente no DOM TOTAL com um título menos
contundente. (clique
aqui) No texto eu aponto que os escribas em geral não estão dando as
costas a esse obtuso e aterrorizante desgoverno de quinta categoria. Até porque
acho que a essa altura escriba que passa ao largo de tudo isso não parece
ser isento. Parece ser omisso. Pois num comentário sobre esse texto na página
de um grupo de jornalistas um jovem profissional de imprensa, aparentemente
cheio de vida e vigor, lamentava ter se formado jornalista por conta de textos
como esse. Segundo o rapaz, totalmente fanatizado pela estética Bozonazi,
existirem textos como esse meu é sinal do que fizeram os governos
petistas com sua "pátria educadora". Não preciso sequer tecer mais
comentários sobre o que escreveu o jovem . Seu preconceito ,cegueira,
parcialidade dão bem a medida de que ele não nasceu para o verdadeiro
jornalismo. A não ser que um dia acorde da lavagem cerebral à qual foi
submetido. Em "homenagem" a esse jovem mas , mais ainda, aos jovens
profissionais de imprensa que entendem a tragédia que vivemos que eu coloco
agora em meu blog esse texto sobre o monotema Bozonazi.
Por Ricardo Soares*
Muitos de nós, escribas brasileiros, homens e mulheres que
juntam caraminguás para pagar o café com pão de cada dia, estão virando reféns
de um monotema que nos aflige o dia a dia , nos provoca urticárias e distúrbios
do sono que é esse desgoverno maldito que vem fazendo Jair Bolsonaro et
caterva. A gente cisca, ronda, contempla outros destinos textuais, mira o
chão, olha para o mar mas acaba por voltar a esse pesadelo que em pouco mais de
120 dias nos levou à vanguarda do atraso.
Sim, o que é ruim pode ficar pior como estamos vendo mas
chega a ser matéria de pesadelo — ou conto de horror de Clive Barker ou Stephen
King — o que essa malta de analfabetos funcionais extremistas vem fazendo até
porque esse presidente indigno acredita que o seu mandato representa a voz de
todos os brasileiros. Ele elege como sua única pauta combater inimigos
imaginários e exterminar as minorias rindo de qualquer fonte onde jorra
sabedoria e equilíbrio. Promove com seu tosco sorriso de parvo a lógica da
"burrice ostentação" que se calca em idiotices côncavas e convexas
fazendo arminha e jamais descendo do palanque das mentiras que o elegeram.
Bolsonaro é uma brutal aberração que despreza as instituições representativas e
incentiva o desequilíbrio entre os três poderes. Aos inimigos a lei, aos
aliados de passagens aéreas para destinos muitos com o upgrade de passaportes
diplomáticos.
Com a devida licença dos prezados leitores, no meu caso,
Bolsonaro detona minha entrada na terceira idade nesse ano de 2019. E pensar
que nasci sob a égide do governo JK, quase vindo ao mundo junto com Brasília e
toda a esperança — e critica — que a nova capital anunciava. Esse desgoverno é
justo o outro lado da moeda. Afunda a esperança, corrompe os direitos, solapa
os deveres, se pauta por uma agenda de desconstrução e ódio turbinada por uma
família que revela traços de consistente psicopatia. Sempre me pergunto como
foram "educados" esses monstrengos que entre outras barbaridades
cultivam laços próximos com milicianos e tudo de ruim que possa existir ao
redor da política.
Desde que tomou posse esse capitão de baixa extração sequer
cumpriu as promessas que fez ao seu eleitorado. Não faz nem aquilo que se
espera dele e cultiva uma sólida falta de coerência. A guerra imaginária que
ele julga comandar aposta em anacrônicas divisões entre comunistas e liberais,
gente da área de exatas e da área de humanas, gente que é a favor da
civilização e gente que, como ele, cultua a barbárie. Tudo que é polaridade e
belicosidade é com ele e seus ministros incompetentes e lunáticos.
Diante do panorama parece, pois quase impossível não voltar
ao monotema porque se processa hoje no Brasil um embate sério entre o futuro e
o mais retrógrado passado. Isso posto escriba que passa ao largo de tudo isso
não parece ser isento. Parece ser omisso.
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