Grande quantidade de pessoas que se movimentam descontrolada
e desordenadamente; confusão, desordem. Junção desorganizada de objetos, de
coisas; desarrumação. Esse é o significado da palavra que melhor ilustra a
relação do governo com o Congresso: barafunda. O governo não sabe qual é sua
prioridade no Congresso. Tramitam, simultaneamente, o pacote de medidas
emergenciais, que começou a ser mitigado pela Comissão de Constituição e
Justiça do Senado, e três projetos relativos ao Orçamento Impositivo, em
apreciação na Comissão Mista do Orçamento, enquanto o presidente da República
segura as reformas administrativa e tributária anunciadas pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes, aguardadas pelo Congresso.
Ontem, a Comissão Mista de Orçamento (CMO), integrada por
deputados e senadores, suspendeu os trabalhos sem finalizar a votação dos três
projetos enviados por Bolsonaro, em meio a negociações entre Executivo e
Legislativo pelo controle de uma fatia do Orçamento de 2020. Aprovou apenas o
texto que regulamenta a execução do Orçamento Impositivo. O senador Marcelo
Castro (MDB-PI) suspendeu os trabalhos por falta de quórum. Uma parte da
oposição e outra dos governistas querem devolver os recursos das emendas
impositivas do relator ao Executivo e esvaziaram a sessão. As outras duas
matérias devem ser analisadas hoje. Tratam da transferência de R$ 9,6 bilhões
para o Executivo e de regras para a ordem de prioridade dos parlamentares na
execução de parte das emendas. Os três textos, porém, precisam ser apreciados
em sessão do Congresso Nacional.
Bolsonaro chega hoje ao Brasil. Na sua passagem pelos
Estados Unidos, assinou um acordo na área de Defesa com Donald Trump, que deve
facilitar os negócios do setor para ambos os países, deu uma declaração
colocando em dúvida o resultado da votação no primeiro turno das eleições
presidenciais de 2018, prontamente rechaçada pela presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, e minimizou a epidemia de
coronavírus, que chamou de fantasia criada pela mídia. Também classificou como
“pequena crise” a turbulência provocada pela redução do preço do petróleo. Por
muito pouco, não a comemorou, ao dizer que era melhor do que subir 30%. Para
completar: articula com aliados a derrubada dos projetos de emendas
impositivas, acenando com a possibilidade de “desconvocar” a manifestação
prevista para o próximo domingo, contra o Congresso.
Ontem, as bolsas voltaram a operar em alta, com aumento de
mais de 2% no EUA e ao redor de 3% na Europa. No Brasil, a Bovespa recuperou
parte das perdas e subiu 7,14%. O dólar fechou em queda e voltou a ficar abaixo
de R$ 4,70. Na segunda-feira, bolsas em todo o mundo haviam sofrido fortes
quedas em meio à disseminação do vírus e ao aumento de temores de uma recessão
global com a disputa pelo preço do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita.
Houve quedas de mais de 7% em bolsas dos EUA, pior dia desde a crise de 2008. O
fantasma de uma pandemia assombra o mundo.Todos os 27 países da União Europeia
(UE) tiveram ao menos um caso confirmado de Covid-19, a infecção causada pelo
novo coronavírus. Em todo o mundo, pelo menos 107 países confirmaram casos do
vírus.
Epidemia
Dentro do bloco europeu, a Itália é o país que mais registrou casos da doença, com ao menos 7.375, segundo o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC). Na segunda-feira, registrou 168 mortes, o maior número em um dia até agora, contabilizando um total de 631 mortes, o que levou o governo italiano a pôr todo o país de quarentena. O Covid-19, infecção provocada pelo novo coronavírus, já causou mais de 4 mil mortes, 77% das quais (3.140 pessoas) eram oriundas da China, país onde se iniciou o surto.
Dentro do bloco europeu, a Itália é o país que mais registrou casos da doença, com ao menos 7.375, segundo o Centro Europeu de Controle e Prevenção de Doenças (ECDC). Na segunda-feira, registrou 168 mortes, o maior número em um dia até agora, contabilizando um total de 631 mortes, o que levou o governo italiano a pôr todo o país de quarentena. O Covid-19, infecção provocada pelo novo coronavírus, já causou mais de 4 mil mortes, 77% das quais (3.140 pessoas) eram oriundas da China, país onde se iniciou o surto.
No Brasil, o Ministério da Saúde registrou 893 casos
suspeitos (eram 930 na segunda-feira), 34 confirmados (eram 25 no balanço
anterior), 780 descartados e cinco pacientes estão hospitalizados, sendo a de
Brasília em estado grave. Ao todo, são 19 casos em São Paulo, oito no Rio de
Janeiro e dois na Bahia. Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Espírito Santo,
Alagoas e Minas Gerais têm um cada. Já são cinco casos por transmissão local,
por contato próximo com pessoas que foram infectadas no exterior, porém, não há
registro de “transmissão comunitária”, quando as autoridades de saúde não
conseguem rastrear de onde veio a contaminação.
Em Miami, com base nesses números, Bolsonaro concluiu que a
“questão do coronavírus” é mais uma “fantasia” propagada pela mídia no mundo
todo. Repete o mesmo equívoco de Donald Trump, que subestimou a epidemia e
agora corre contra o prejuízo, pois a pisada de bola pode pôr em risco a sua
reeleição. Trump tratou o surto como uma disputa política, subestimou as
medidas de prevenção e demorou a reagir. A epidemia se espalhou rapidamente por
34 estados, com mais de 550 casos. Oito estados declararam emergência. O Estado
de Nova York isolou uma comunidade inteira, New Rochelle, um subúrbio da cidade
de Nova York.
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