O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem logrado
destaque em redes sociais e veículos de comunicação por diversos motivos, que
não incluem, entretanto, o bom desempenho em sua função.
Depois da desastrada gestão de Ricardo Vélez Rodríguez,
primeiro a ocupar a pasta no governo Jair Bolsonaro, Weintraub foi nomeado com
a expectativa de que ao menos retiraria o ministério da paralisia em que se
encontrava.
É verdade que ele imprimiu outra dinâmica ao cargo, mas o
fez com performances patéticas, diatribes em português tortuoso na
internet e, não menos importante, decisões estapafúrdias.
Para ficar em casos recentemente noticiados, Weintraub
compartilhou um texto
em que censurava a Prefeitura de Fortaleza por ter colado adesivos com
a marca do município em kits escolares que, segundo ele, haviam sido adquiridos
com verbas federais.
“Será possível que o prefeito de Fortaleza faria isso? É
verdade que ele é do partido do Ciro [Gomes], PDT?”, postou, tendo recebido
pronto apoio de Bolsonaro: “Inacreditável”. Ocorre que os kits não foram comprados
pelo MEC, mas com recursos do Tesouro Municipal da capital cearense.
A seguir, veio à luz o fato de o MEC ter assinado um
protocolo de intenções para ampliar parcerias
de universidades brasileiras com a Florida Christian University,
instituição americana especializada em “coaching” religioso.
O compromisso foi firmado no ano passado com a Secretaria de
Educação Superior e a Capes, órgão que coordena a pós-graduação.
Deploravelmente, a universidade cristã não tem bom histórico
no Brasil. Em 2016, a Justiça Federal potiguar já decidira que a instituição
havia oferecido de maneira irregular cursos de mestrado e doutorado em educação,
por meio de parceria com organizações privadas brasileiras.
A Florida Christian não reúne qualificações que a credenciem
a um protocolo dessa natureza. O ocorrido apenas destaca a indigência
intelectual a que está entregue a educação em plano federal.
Não se trata de área em que o país possa se dar ao luxo da
estagnação. Há desafios como a melhora da qualidade do ensino básico e o
financiamento do ensino superior, cuja regulação passa pelo MEC. Como o chefe,
Weintraub se esquiva das tarefas ao abraçar agendas ideológicas, açular
militantes e promover o obscurantismo.
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