Enquanto o planeta Terra acelera o processo de confinamento
de sua população para estancar a disseminação do coronavírus, Jair Bolsonaro
quebra os protocolos de combate à doença e dá os piores exemplos ao país que
preside.
Neste domingo (15), ele saiu do isolamento recomendável a
quem fará novo teste. Ao menos 12 pessoas ligadas à comitiva presidencial da
viagem aos EUA contraíram o vírus.
Bolsonaro cumprimentou pessoas, juntou-se a aglomeração,
tirou selfies, pegou em celulares, ferramenta de fácil contágio, de
desconhecidos.
Antes, passeou com a estrutura oficial do comboio da
Presidência, com direito a ambulância médica de acompanhamento, para inflar o
buzinaço da carreata de manifestantes.
Embora grave, o componente político do gesto do presidente
de estar em um ato anti-Congresso fica até menor diante da irresponsabilidade
em ignorar medidas básicas para estancar a escalada do coronavírus.
Bolsonaro ainda compartilhou em suas redes imagens de
protestos pró-governo, respaldando que as pessoas corram riscos, coloquem a
vida de outras em perigo, na linha contrária do que os demais países têm feito
para impedir a contaminação.
Já chegam a 200 os casos no Brasil. Até a conclusão deste
texto, 24 eram somente no Rio de Janeiro. Pouco depois das 11h, Bolsonaro divulgou
vídeo de pessoas aglomeradas em Copacabana. “Brasil acima de tudo!”, escreveu.
De tudo mesmo, inclusive da pandemia assustadora.
Ato contínuo, ele publicou imagens de uma carreata em
Brasília, onde há seis episódios de coronavírus.
Há pelo menos 2.000 suspeitos. O ministro Mandetta tem dado
aulas de serenidade e planejamento mesmo tendo sob sua pasta uma estrutura de
saúde precária para enfrentar o tsunami que vem por aí com a explosão
previsível do vírus.
O ministro Paulo Guedes (Economia) estava sem rumo até sexta
(13), quando anunciou algumas medidas, ainda que insuficientes, de curto prazo.
Os gestos de Bolsonaro deveriam envergonhar os seus subordinados.
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