O sol está firme, a crise política se agrava e o coronavírus
avança no Brasil. O sol dispensa comentários. A crise política ganhou novo
contorno com as denúncias do empresário Paulo Marinho, suplente do senador
Flávio Bolsonaro.
Ele disse que um delegado da PF avisou com antecedência que
Flávio seria envolvido na operação Furna da Onça, destinada a apurar as
rachadinhas na Assembléia do Rio. O delegado teria revelado as grandes somas
descobertas na conta do assessor de Flávio, Fabricio Queiroz.
Essa história é conhecida. O dado novo foi o aviso do
delegado. E a informação de que a investigação foi retardada para não
prejudicar a performance de Bolsonaro no segundo turno.
Uma coincidencia interessante: o delegado Alexandre Ramagem
era o encarregado das investigações. Hoje é diretor da ABIN e foi indicado por
Bolsonaro para Diretor da PF, manobra interrompida pela decisão do Ministro
Alexandre de Moraes.
Cloroquina, cloroquina, eu sei que tu me salvas, em nome de
Jesus.
As pessoas cantavam esse verso hoje diante de Bolsonaro, na
porta do palácio.
Sinto que vivemos uma situação especial. Segunda feira tem
reunião internacional da OMS para debater a pandemia. Há preocupação com o
Brasil. A imprensa europeia pergunta se somos dirigidos por um
irresponsável ou um maluco.
Quem vai falar pelo Brasil deve ser o general Eduardo
Pozuelo, interino no Ministério da Saúde.
Ele não é médico. Tem capacidade em logística pois organizou
a excelente Operacão Acolhida em Roraima. O recebimento de cem mil venezuelanos
foi feito de uma maneira tranquila e respeitosa, algo difícil e caro para
qualquer pais.
Toda vez que elogio uma ação do Exército levo pancadas. Uma
pena que as pessoas não conseguiram superar suas emoções e raciocinar
politicamente.
Minha intenção é de lembrar às Forças Armadas que elas têm
um capital de eficiência acumulado no Haiti, Nordeste, Amazônia e não podem
jogá-lo fora.
Minha posicão é semelhante à dos ex-ministros da defesa que
lançaram um manifesto pedindo que as Forças Armadas respeitem o artigo 142 da
Constituição e não embarquem numa aventura bolsonarista.
Há quem pense que elas já embarcaram nessa aventura e a
tarefa é denunciar sua cumplicidade. Sou dos acham que ainda é possivel evitar
essa tragédia.
Um dos pontos que as Forças Armadas precisam refletir é
exatamente a presença de um general no Ministério da Saúde. Bolsonaro com sua
política errática e negacionista coloca o Brasil como uma espécie de ameaça
internacional.
Já estamos em torno da cifra de 15 mil mortos. O Exército
vai pegar o maior rabo de foguete de sua história se respaldar com a presença
de um general a política de Bolsonaro.
Jogará fora o prestígio conquistado nos últimos anos porque
os mortos serão jogados no seu colo.
Espero que raciocinem: meu esforço é estimular esse
raciocínio.
Chavez cooptou as Forças Armadas da Venuzela colocando
militares em postos chaves e muito lucrativos. Hoje elas estão desmoralizadas
pois são a cara do governo autoritário.
Acredito que as Forças Armadas brasileira têm condicões de
resistir a esse enterro de seu prestígio.
Uma das minhas teses é de que se trata também de um problema
de segurança nacional. Se as Forças Armadas se desmoralizam, a defesa do país
fica mais vulnerável.
Creio que a tática correta é esta do manifesto dos
ex-ministros da defesa: criar um grande movimento para advertir às Forcas
Armadas do erro de seguir Bolsonaro.
Se falharmos além de tudo o que representa para nosso país, vou ter que aturar os mesmos caras de esquerda que, hoje, dizem barbaridades sobre mim, me enchendo o saco na cadeia.
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