A notícia de hoje é a investigação sobre fake news movida
pelo STF.
Empresários como Luciano Hang, conhecido como o velho da
Havan, e o ex-deputado Roberto Jefferson tiveram suas casas vasculhadas,
computadores, ipads e smartphones levados pela PF.
Da mesma forma, um grupo de deputados bolsonaristas foi
intimado a depor.
Falei sobre isso na tevê. Mas nunca se tem tempo para contar
a história em detalhes. Esse inquérito dirigido pelo Ministro Alexandre de
Moraes foi muito criticado quando surgiu.
Na verdade, ele foi ideia do Ministro Dias Toffoli que
decidiu usar Moraes pela sua experiência policial.
Os primeiros passos foram errados. Censuraram a revista
Crusoé porque ela divulgou notícias sobre a movimentação financeira de Tofolli.
Na época, protestei. Um inquérito desse tipo não era para
ser feito na instância máxima. Consistia também numa violência contra a
liberdade de imprensa. Cheguei mesmo a pedir que Tofolli e Moares deixassem seus
cargos.
Sabem quem defendeu esse tipo de inquérito? O governo
Bolsonaro, através do então advogado geral, hoje Ministro da Justiça, André
Mendonça.
Não sei se pela boas relações entre ele e Tofolli ou se pelo
acordo que já estava em gestação entre Tofolli e Bolsonaro. Tofolli suspendeu
as investigações sobre movimentação financeira por alguns meses. Ajudou Flávio
Bolsonaro e paralisou inúmeras iniciativas contra a corrupção.
A verdade é que o inquérito movido por Alexandre Moraes
tomou outro rumo. Fixou-se na fake news. É algo diferente de liberdade de
expressão.
Em política se diz que a pessoa tem direito as próprias
opiniões mas não tem direito aos próprios fatos. Estes são objeto de uma
avaliação coletiva, passíveis de verificação prática.
O novo rumo investigativo acabou desaguando num grupo que
move as fake news, financiado por empresários, utilizando máquinas e robôs para
propagar suas notícias.
A investigação converge para os resultados da CPI da Fake
News na Câmara que já havia apontado o escritório do ódio, montado no Palácio
do Planalto como dos centros de produção das fake news.
O que fazer agora? Voltar atrás aos primórdios do inquérito?
Quando se tratava apenas da liberdade de imprensa, o governo Bolsonaro apoiou o
inquérito. Agora que se volta contra ele, repete os argumentos legais que
utilizamos no passado.
O problema é o seguinte: com esse Procurador Geral da
República tão próximo de Bolsonaro, as descobertas de Alexandre de Moraes
teriam alguma consequência?
O Procurador Augusto Aras quer a suspensão do inquérito.
Talvez até prometa retomá-lo através de procuradores. Mas a esta altura, o
próprio Supremo vai entender como um recuo abandonar o inquérito e, mais do que
isso, a ida para outra instância como uma certeza de que não dará em nada.
Para mim que contestei, abertamente, Tofolli e Moraes no
principio do inquérito, só resta afirmar que mantenho todas as críticas no que
diz respeito à censura à Crusoé e as operações como as que fizeram na casa do
general Paulo Chagas.
Naquele momento não havia distinção entre liberdade de
expressão e fake news. Agora parece que sim. Mas continua problemática a ideia
de desenvolver um inquérito a partir do STF, passando por cima da Procuradoria.
O problema é que agora as investigações foram longe e a
audácia dos críticos ganhou novo tom.
Uma coisa é divergir no campo das ideias, outra é aparecer
com um fuzil na mão e incitar um movimento contra o STF, como fez Roberto
Jefferson. Ou mesmo a militante Sara Winter que promete perseguir o Ministro
Alexandre de Moraes por toda a vida, a descobrir quem são as domésticas que
trabalham em sua casa – enfim um cerco completo à esfera individual do
ministro.
Mais uma crise, enquanto o coronavírus avança. São Paulo
anuncia um plano de flexibilização.
A velha pergunta que sempre fiz sobre o coronavírus parece
começar a ser respondida. Minha pergunta é: por que algumas pessoas sofrem mais
que as outras?
Comecei com a hipótese de carga viral mais ou menos intensa,
mas fiquei um pouco em dúvida. Afinal se o vírus consegue capturar a célula e
obrigar a multiplicá-lo, bastariam poucos para fazer o estrago.
Agora, fala-se num outro rumo de pesquisa que não é
especificamente de anticorpos. Fala-se na “memória celular”. Células que foram
atingidas por outro tipo de coronavírus, o que é mais ou menos comum, parecem
se lembrar do ataque anterior e se defendem com mais intensidade.
Tenho de estudar um pouco, porque as notícias ainda são muito curtas. É difícil compreender esse vírus, ainda mais para um leigo como eu.
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