Tanta gente sumida com a pandemia. Pelo menos, Kim Jong-UN
apareceu na Coréia do Norte.
Outro dia, em mensagem a um amigo que ficou internado quatro
semanas, disse que encontraria um mundo muito diferente ao sair.
Alguns cientistas dizem que o vírus ataca também os
neurônios.
Mas não se pesquisaram ainda os estragos que fez mesmo sem
contaminar ninguém, apenas pela sua presença invísivel e ameaçadora.
Há muita gente nervosa. Imagino o espanto de alguém que
saísse em Curitiba, depois de uma longa jornada no hospital. As imediações da
PF estão cobertas, como aliás sempre estiveram, com bandeiras do Brasil. No
entanto, há grupos pró Moro e pró Bolsonaro trocando insultos e slogans. E um
cinegrafista da Record sendo agredido aos gritos de abaixo a Rede Globo.
Imagino também as dificuldades de negociação no motim que
explodiu esse sábado no Amazonas. Ninguém fugiu.
É que a situação está perigosa dentro e fora dos presídios.
Uma das percepções novas da janela é não ver mais ninguém
sorrindo, porque todos estão de máscara. As próprias vozes soam um pouco
abafadas.
Tinha um sonho de voltar a Portugal para ver minha filha.
Isso parece impossível. As empresas de aviação vão ter de
reduzir drasticamente seus voos no futuro. E as passagens vão ficar caras e
inacessíveis como no principio da aviação.
Mas isso tudo não chega a ser importante, diante do fato de
estarmos vivos e aqueles que ainda podem trabalhando em casa.
O perigo ainda não passou. Pelo contrário, a epidemia avança
no Brasil. Ouço relatos de pessoas que foram contaminadas mesmo sem sair de
casa.
Lá na frente, quem sobreviver poderá fazer um balanço mais
sereno desse momento que marcou para sempre nossas vidas.
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