E quem liga?
Acumulam-se há meses perguntas que o presidente Jair
Bolsonaro simplesmente se recusa a responder – seja porque não sabe como, seja
para não cair em contradição, seja porque poderia se incriminar ou porque
prefere que sejam esquecidas. Não serão esquecidas.
Algumas delas:
- Frederick
Wasseff, seu advogado, e também do senador Flávio Bolsonaro, nunca lhe
contou que escondia Fabrício Queiroz, finalmente preso em um sítio no
interior de São Paulo?
- Por
que Rogéria, à época sua mulher e mãe dos seus três filhos mais velhos,
pagou em dinheiro vivo pela compra de um apartamento hoje avaliado em R$
621,5 mil?
- Por
que ele, Bolsonaro, e sua segunda mulher, Ana Cristina Valle, compraram 14
imóveis no Rio, hoje avaliados em R$ 5,3 milhões, e pagaram uma parte em
dinheiro vivo?
- Por
que Queiroz, entre 2011 e 2016, depositou 21 cheques na conta de Michelle,
atual primeira-dama, no valor total de R$ 72 mil? E, no mesmo período,
Marcia Aguiar, mulher de Queiroz, depositou mais seis cheques no valor
total de R$ 17 mil?
Outras perguntas poderiam ser feitas a Bolsonaro, mas delas
ele escaparia de responder sob a alegação de que não o envolvem diretamente.
Por exemplo: Queiroz, seu amigo há mais de 30 anos, nunca lhe falou sobre o
dinheiro que ele e Flávio extorquiam de servidores da Assembleia Legislativa do
Rio?
Embora seja um pai com forte presença na vida da família,
nunca soube que Queiroz pagava despesas pessoais de Flávio e da mulher dele em
dinheiro vivo – até parcelas do plano de saúde do casal e mensalidades
escolares dos filhos? E que com dinheiro vivo, certa vez, Flávio comprou 12
salas comerciais no Rio?
O silêncio, até aqui, tem sido a resposta de Bolsonaro a
todas essas perguntas, e a outras mais. E a levar-se em conta o crescimento de
sua popularidade, grande parcela dos brasileiros não está nem um pouco ligando
para isso. Tristes tempos, estes. Segue o baile.
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