sábado, 2 de janeiro de 2021

CADÊ MINHA VACINA, PRESIDENTE ?

José Manuel Diogo, ISTOÉ

Presta atenção! Eu não estou querendo saber que se ela é Coronavac, Fáizê, Chinofarmi, Astrazénica, Ócsíford, Pé de jaca, Mão de vaca, Fio Cruz ou Butantan. O que eu quero é uma. Pegar uma. Uma vacina. Uma qualquer que seja boa. Depois vou tomar todas. Todas, meu velho. Que meu saco cheio e meu coração seco de tanta pandemia.

Doria, sai da frente. Bolsonaro fica quieto! Deixem por favor o mercado passar. Para de fazer joguinho com a minha dose. Essa vacina é minha não é nossa. Essa picada me pertence. Dá pra eu pagar meu pato? Só desta vez?

É verdade! A Pandemia colocou de novo os políticos na linha da frente da importância social, mas esses nove meses de poder absoluto, de março a dezembro, os viciaram completamente como há muito tempo ninguém via. E graças à pandemia.

Mas eles sabem que quando ela passar — que coisa linda que coisa boa — o poder deles vai se escafeder, e de novo serão os capitalistas — inovadores, empreendedores e financeiros que há mais de duas décadas controlam o fluxo global da grana — a ocupar o lugar que a globalização lhes dá.

Quando isso acontecer, Doria e Bolsonaro serão castigados pelo mau bocado que estão fazendo os cidadãos passar e, como sempre acontece, vão bancar o Hazazel da sociedade capitalista. Se desenganem românticos tribunos, pegar o Cristo é hoje um dos principais papeis que vos espera.

Resistam à tentação do poder meninos! O que hoje os cidadãos esperam do Estado é que ele garanta a qualidade das vacinas, segure a idoneidade das empresas que as produzem e regulamente sua utilização. Não que banque o santinho por cima da angústia do povo.

A tentação em transformar a vacinação contra o Covid-19 numa estratégia política de manutenção do poder é inadmissível.

Se na Europa os médicos estão sendo vacinados é porque a vacina é boa. E se ela é boa. Lá, nenhum político arriscaria, um milímetro que fosse, enfiar a “linha da frente” do combate à pandemia ocupando leitos nos Cuidados Intensivos.

O problema, gente, não é se a vacina é boa. É quando ela vem. E eu quero a minha, agora!

Bem-vindos a 2021. O ano da vacina!

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