Agressões contra a imprensa bateram recorde em 2021, diz Fenaj
A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgou nesta quinta-feira (27/1) os resultados do Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2021, que mapeou as violações contra a imprensa ao longo do ano passado, classificando-as por tipo de agressão, local, gênero das vítimas e dos agressores, motivos, entre outros.
Segundo o relatório, em 2021, o número de violações contra jornalistas e a imprensa em geral bateu recorde, chegando a 430 casos, dois a mais do que os 428 registrados em 2020. O principal agressor foi o presidente Jair Bolsonaro, responsável por 147 casos (pouco mais de 34% do total), sendo 129 agressões envolvendo descredibilização da imprensa e 18 episódios de agressões verbais contra jornalistas.
Destaque também para dirigentes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), responsáveis por 142 casos, seguidos por políticos e assessores (40) e manifestantes bolsonaristas (20).
A censura foi o tipo de violação à liberdade de imprensa mais frequente, com 140 casos (aproximadamente 32,5% do total). A descredibilização da imprensa, que ocorre quando o agressor tem o objetivo de desqualificar e desacreditar o jornalismo, foi o segundo tipo de agressão mais identificado, com 131 casos.
Em 2020 e 2019, a descredibilização ficou à frente da censura. Mas em 2021, a mudança se deu, segundo a Fenaj, pelos casos de censura ocorridos na EBC, sob direção do Governo Bolsonaro.
Em relação aos locais onde ocorreram as agressões, a região Centro-Oeste foi considerada a mais violenta, com 169 casos, o equivalente a quase 57% do total, seguida por Sudeste (69) e Nordeste (25).
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