STF abre inquérito para investigar Carla Zambelli por perseguição armada
Em outubro de 2022, a deputada federal perseguiu um homem em São Paulo, após uma discussão política
Nesta sexta-feira (3/2), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, determinou a abertura de inquérito para investigar a deputada federal Carla Zambelli (PL) por perseguição armada. A decisão tem como objetivo apurar a conduta da parlamentar pelo uso de arma e fogo nas vésperas do segundo turno das eleições presidenciais.
O caso ocorreu em outubro de 2022, um dia antes do segundo turno do pleito presidencial. Na época, o porte de arma de fogo por Colecionadores, Atiradores Desportivo e Caçadores (CACs) estava suspenso por ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para as 24h antes e depois das votações.
Apesar da proibição, Zambelli foi filmada em uma discussão com um apoiador do então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em certo momento, o bate-boca se intensifica e a deputada saca a arma e aponta para o homem. Nas imagens é possível ver que o jornalista fica assustado com a situação, sai correndo, atravessa a rua e entra em um bar para tentar fugir da mira da arma.
Zambelli e seu segurança perseguiram o homem e ela entrou no estabelecimento com a pistola empunhada, mandando que a vítima deitasse no chão e pedisse desculpas. O vídeo foi divulgado nas redes sociais e gerou grande repercussão. A deputada e o jornalista chegaram a ir à delegacia, mas, apesar de não poder estar portando uma arma, conforme decisão do TSE, a parlamentar foi liberada.
O Correio entrou em contato com a assessoria de Zambelli para esclarecimentos sobre o inquérito instaurado por Gilmar Mendes nesta sexta-feira (3/2), mas até a publicação desta matéria a deputada ainda não se posicionou. O espaço segue aberto para manifestações.
PGR denunciou Zambelli por porte ilegal de arma
Em 25 de janeiro a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Carla Zambelli por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo. Além disso, no processo a PGR ainda pediu o pagamento de multa no valor de 100 mil reais por danos morais coletivos.
Se a denúncia for aceita pelo STF, Zambelli se tornará ré e responderá a uma ação judicial. Desde o episódio em outubro, a deputada tem sido alvo de algumas sanções. Em dezembro de 2022, por exemplo, endereços ligados à parlamentar foram alvos de busca e apreensão, na qual foram encontradas mais três pistolas. Além disso, seu porte de armas foi suspenso e ela teve de entregar sua pistola à Polícia Federal.
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