O deputado do baixo clero já anunciava a eliminação de
adversários e a necessidade de guerra civil
"O ideal como motivação. A abnegação como rotina. O
perigo como irmão. A morte como companheira", projetam-se os kids pretos, uma força especial de militares do Exército
preparados para atuar em missões de alto risco e sigilo, terrorismo, guerrilha,
insurreição, movimentos de fuga e evasão, resistência, sabotagem. Na cartilha
falta incluir a tentativa de matar Lula, Alckmin
e Alexandre
de Moraes, ensejando um golpe de Estado após a eleição presidencial.
O general Mário Fernandes, que está preso, organizou a
operação como um "evento disparador". Por isso mesmo de resultados
imprevisíveis, podendo estimular a eliminação de centenas de adversários
políticos ou mergulhar o país numa guerra civil. Contudo o plano, até onde se
sabe, era tosco. Abortada com militares já posicionados, havia uma data
definida para a execução de Moraes: 15 de dezembro de 2022. Jeca e Joca,
codinomes de Lula e Alckmin, seriam vítimas de envenenamento, como se
estivéssemos na Rússia de Putin ou num romance de Agatha Christie.
A ligação de Bolsonaro com os kids pretos é antiga. Era seu
grupamento preferido nas Forças Armadas. Tentou ingressar nele duas vezes e não
conseguiu.
Ressentido e com extremismo correndo nas veias, o capitão
planejou um atentado a bomba no sistema de água do Rio e foi afastado do
Exército. Em seus tempos de deputado chinfrim, espumava na televisão: "O
voto não vai mudar nada no Brasil. Só vai mudar quando partirmos para a guerra
civil, fazendo um trabalho que o regime militar não fez. Matando uns 30 mil,
começando com FHC". Parece o anúncio do que tentou fazer o bando de
oficiais fanatizados.
Os filhos de Bolsonaro apressaram-se em minimizar a trama
golpista, discutida na casa do general Braga Netto. "Pensar em matar
alguém não é crime", disse o 01, e as redes do ódio adotaram a estupidez.
É o expediente de normalizar o terrorismo, como fazem os que
não pensam no que estão dizendo ou procuram esconder o que realmente pensam e
desejam. Vão seguir o mesmo caminho agora que Bolsonaro foi indiciado pela tentativa de golpe de
Estado.
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