O país tem a chance de dar continuidade ao ano de 2025
buscando ferramentas e metas educacionais a partir do panorama do Enem e do
novo cotidiano nas escolas
Nesta segunda-feira, o Brasil acompanhou a divulgação de
dois fatos relevantes ligados à educação. Um deles diz respeito ao resultado do
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024. O outro foi a sanção,
pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da lei que proíbe o uso de celulares
nas escolas públicas e privadas do país — do infantil ao nível médio. As notas
que garantem vaga em universidades e a mudança no dia a dia das instituições
devem ser motivo de reflexão e de inspiração para avanços.
A pontuação no Enem é importante para avaliar a qualidade do
que vem sendo trabalhado nas salas de aula. Pode, ainda, ser utilizada na
implementação de novas políticas educacionais e de incentivos. O resultado
médio foi de 546 pontos, três a mais do que em 2023 — aumento comemorado pelo
Ministério da Educação (MEC). O crescimento da adesão também mereceu destaque
da pasta: o número de inscritos foi de 4,32 milhões, com elevação de 1,6% em
relação ao ano anterior, quando houve 3,93 milhões de inscrições, e um
acréscimo expressivo na comparação com 2022, que teve 3,47 milhões de
registros.
Mas é necessário fazer mais. Como porta de entrada para o
ensino superior, a participação no teste precisa ser cada vez maior.
Simplesmente retomar o patamar pré-pandemia de covid-19 já tem se configurado
como um grande desafio. Em 2019, a quantidade de inscritos confirmados no exame
chegou a quase 5,1 milhões. A queda registrada é prejudicial ao país e
contribui para as desigualdades sociais, já que a presença dos estudantes
carentes cai proporcionalmente. Diante desse cenário, ações que promovam o acesso
dos alunos de instituições públicas devem ser executadas, assim como o
investimento no ensino gratuito precisa estar sempre na pauta dos governos das
três esferas.
Respostas estratégicas são fundamentais. Da mesma forma, as
decisões que deem as respostas necessárias para as questões atuais não podem
ser adiadas. Nesse contexto, a discussão sobre a aplicação da tecnologia na
educação é prioridade. A mais recente mudança veio com a Lei 15.100/2025, que
veda o uso de celulares durante as aulas, os recreios e os intervalos em todas
as etapas da educação básica — a proibição não se coloca para a utilização
pedagógica desses dispositivos.
Defendida pelo MEC e aprovada por grande parte dos
educadores, a medida pretende tirar o foco dos estudantes das telas,
recolocando-o nos conteúdos apresentados pelo professor. Não se trata de negar
as possibilidades de ampliação de conhecimento que a era digital proporciona,
mas apenas saber empregar da forma ideal para o pleno desenvolvimento
individual dos alunos. Recuperar a interação entre as crianças, os adolescentes
e os jovens é outro argumento válido e importante para a restrição.
Com grandes desafios sociais e muito trabalho a ser feito, o país tem a chance de dar continuidade ao ano de 2025 buscando ferramentas e metas educacionais a partir do panorama do Enem e do novo cotidiano nas escolas. Um melhor nível de ensino gera progressos no mercado. Além disso, é impossível competir em um mundo sempre em aceleração sem mão de obra qualificada. Muitas lições foram mostradas no decorrer da história, e o Brasil de hoje já sabe que precisa investir e acompanhar as demandas que a digitalização apresenta para fazer, definitivamente, da educação a base do seu desenvolvimento.
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