Ministério Público pede cassação de prefeitos de Coreaú e
Moraújo por suspeita de compra de votos
MPE já ajuizou ações contra outros oito prefeitos
cearenses; casos podem mudar comando da Prefeitura nas cidades
Mais dois prefeitos de municípios cearenses entraram na mira
do Ministério Público Eleitoral (MPE). Ruan Lima (PSD), de
Moraújo, e Edezio Sitonio (PSB), de Coreaú, tiveram a cassação pedida
pela Promotoria por suspeita de abuso de poder econômico e compra de
votos. As investigações tratam da campanha eleitoral de 2024 e também
atingem os vice-prefeitos e parlamentares da cidade. Além da cassação, as ações
pedem a inelegibilidade dos envolvidos e o pagamento de multa.
Os dois gestores municipais não são os primeiros a serem
investigados pelo Ministério Público e terem a cassação pedida pelo órgão.
Antes mesmo da posse de prefeitos e prefeitas, no último dia 1º de janeiro,
pelo menos 8 prefeitos tiveram cassação pedida pelo MPE.
MP
denuncia prefeitos eleitos de oito cidades cearenses por irregularidades na
campanha
Em alguns casos, as investigações
levaram inclusive ao impedimento a que os gestores tomassem posse ou mesmo à
prisão dos prefeitos cearenses, como o caso de Choró e Santa Quitéria.
Coreaú
O MPE pediu a cassação do prefeito de Coreaú, Edezio
Sitônio, da vice, Patrícia, e de um vereador da cidade por abuso de poder
econômico e captação ilícita de sufrágio.
Segundo a ação, a investigação começou faltando poucos dias
para o dia das eleições de 2024, realizadas no dia 6 de outubro. No dia 3, um
homem foi detido com pouco mais de R$ 1,9 mil, santinhos dos então candidatos e
listas com nomes de eleitores.
A Polícia Civil analisou o aparelho celular encontrado com o
homem e comprovou, segundo o MPE, a ligação "pessoal e direta" dele
com Edezio, Patrícia e o vereador. Por conta disso, os três estão sendo
acusados de compra de votos, que ocorre quando há oferta, promessa ou entrega
de vantagem em troca de votos.
Além da cassação dos três, o MPE também pede a aplicação de
multa variando entre R$ 1,06 mil e R$ 53,2 mil.
Moraújo
O prefeito de Moraújo, Ruan Lima (PSD), também é acusado de
abuso de poder econômico e captação ilícita de sufrágio. A vice, Ana Sara
(PSD), e uma vereadora da cidade também são alvo da ação do MPE.
A Promotoria afirma que havia “um esquema sistemático de
compra de votos e oferecimento de vantagens financeiras em troca de apoio
político”. Segundo a ação, os valores oferecidos variavam de R$ 2,5 mil a R$ 5
mil.
O pai do prefeito, Alex Lima, nomeado chefe das Relações
Institucionais da Prefeitura de Moraújo após a posse de Rua Lima, também
estaria envolvido no suposto esquema.
Já foram realizadas buscas e apreensões nas casas dos
investigados. Foram coletados aparelhos telefônicos, documentos e outros itens
que estão passando por análise. Também foram colhidos depoimentos.
Além da cassação, o MPE pede a aplicação de multa que varia
de R$ 1,06 mil a R$ 53,2 mil.
Respostas
O Diário do Nordeste entrou em contato com
os investigados pelo Ministério Público por meio dos contatos disponíveis, mas
não teve retorno da parte de Coreaú. O espaço continua aberto para
manifestações.
Já o prefeito Ruan Lima, de Moraújo, informou por meio de
nota que ainda não foi formalmente notificado. "No entanto, reafirmo minha
total disposição em colaborar com as autoridades e fornecer todas as
informações necessárias para o completo esclarecimento dos fatos. Conduzi minha
campanha de forma limpa, ética e transparente, movida pela energia do povo de
Moraújo, que clamava por mudanças e por uma gestão comprometida com o
desenvolvimento da nossa cidade", afirmou.
"Confio que a verdade prevalecerá ao longo do processo
e sigo firme no propósito de trabalhar com responsabilidade e respeito, sempre
em prol do bem-estar da população", completou.
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