Para os próximos anos, o setor da cannabis medicinal
continuará em alta, de acordo com a consultoria Kaya Mind. Segundo os
especialistas, a previsão é de que o mercado brasileiro no setor alcance R$ 1
bilhão até o fim deste ano
O mercado de cannabis medicinal tem crescido
exponencialmente nos últimos anos no Brasil. Um levantamento feito pela
consultoria Kaya Mind — o 3º Anuário da Cannabis Medicinal no Brasil — mostra
um crescimento na receita gerada pelo setor de 22% em um ano no país — o
correspondente a R$ 853 milhões.
O perfil do paciente que utiliza a cannabis medicinal no
Brasil é de 45 anos de idade, sendo a maioria mulheres. A geração X, das
pessoas com 40 a 59 anos, apresenta a maior demanda do país em relação à
importação dos produtos derivados de cannabis.
Vários percalços foram superados, como a liberação da
distribuição e venda de produtos terapêuticos à base da substância em
farmácias; o tratamento à base de cannabis oferecido pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) para algumas (ainda que poucas) condições médicas em âmbito
municipal e estadual; e, mais recentemente, a importação, por parte de
empresas, de sementes e o cultivo do cânhamo industrial (que contém baixo teor
de tetrahidrocanabinol, o THC). Com isso, 2025 se apresenta como um ano
promissor no que diz respeito a novos tratamentos e pesquisas no Brasil.
Alguns projetos têm sido realizados por 40 instituições —
geralmente universidades — ao redor de todo o país. Destacam-se as regiões
Sudeste e Sul, que apresentam a maior parte das instituições e dos estudos até
o momento. Entre óleos, sprays, cápsulas e medicamentos de uso tópico, há mais
de 2.180 itens regulamentados no Brasil, em diferentes formatos. Até o segundo
semestre de 2024, havia 62 autorizações sanitárias concedidas referentes a 56
produtos. Mas o preço não é nada atraente, podendo ser vendido nas prateleiras
por até R$ 1,5 mil, em vidros de 60 mililitros (ml).
Quanto às importações, mais de 400 empresas enviaram seus
produtos para o país, cabendo à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) o papel de analisar as autorizações dos medicamentos em seu país de
origem. No primeiro semestre de 2024, mais da metade dos municípios brasileiros
recebeu pelo menos uma remessa de algum derivado da planta, mas, atualmente, o
Brasil produz somente 5% dos insumos utilizados na fabricação desses
medicamentos no país.
Fato é que temos muito o que evoluir. A começar pelo preço
médio do óleo importado: varia de pouco mais de R$ 450 até cerca de R$ 780. Há
ainda deliberações na Anvisa sobre a RDC 327/19, que limitam as opções
disponíveis no mercado e proíbem farmácias de manipulação de oferecer produtos
à base de cannabis, assim como o autocultivo (a não ser por via judicial).
Somente um medicamento foi aprovado no Brasil até o momento: um spray nasal com
finalidade antiespasmódica, contendo quantidades semelhantes de canabidiol
(CBD) e THC.
Para os próximos anos, o setor da cannabis medicinal
continuará em alta, de acordo com a consultoria Kaya Mind. Segundo os
especialistas, a previsão é de que o mercado brasileiro no setor alcance R$ 1
bilhão até o fim deste ano. Por enquanto, o Brasil ainda precisa melhorar na
estruturação regulatória para facilitar a entrada de novas empresas no mercado
brasileiro, aumentando assim a demanda por produtos.
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