Revisão histórica na galeria dos presidentes contaria o
que Lula não quer ouvir
Não vai acontecer. A história na galeria dos presidentes da
República no Palácio do Planalto não será reescrita como propôs Lula no afã
de se comunicar mais e sobre qualquer tema.
Seria a contratação de um caso complicado no âmbito das
notícias falsas que o governo se dispõe a combater com vigor em decorrência da
nova orientação da Meta sobre moderação de postagens em suas plataformas.
Isso o novo guardião da comunicação oficial, Sidônio
Palmeira, não poderia permitir, sob pena de queimar na largada a eficácia
de suas funções.
Levada adiante a ideia de incluir
informações sobre o contexto das épocas dos mandatários sem incorrer no
perigoso terreno da mentira deslavada, Lula, Dilma, o PT e parceiros
de jornada (alguns hoje na oposição) estariam em maus lençóis.
Mantida a fidelidade aos fatos, teriam de ser relatados os
acontecimentos relativos ao mensalão, que levou à condenação boa parte da
cúpula petista, o episódio de lobby indevido e a invasão de sigilo bancário na
gestão Antônio Palocci.
Se fosse para contextualizar, como cobrou o presidente,
seria necessário contar em detalhes precisos as razões pelas quais Dilma
Rousseff levou o país ao desastre da recessão.
Os desmandos na Petrobras desvendados pela Lava Jato
precisariam estar ali junto, claro, com os equívocos da operação que, contudo,
não elidem os prejuízos causados à empresa.
Diante da fotografia do emedebista Michel Temer,
o presidente reivindicou a versão de que ele não foi eleito e assumiu a cadeira
pós-impeachment mediante
um golpe de Estado.
Temer foi eleito na chapa de Dilma e, portanto, primeiro na
linha de sucessão. Na conformidade da lei, cujo rito foi seguido pelo Congresso
sob a supervisão do Supremo Tribunal Federal.
Processo na ocasião comandado pelo então ministro Ricardo
Lewandowski, hoje titular da pasta da Justiça a quem, pela versão que
advoga, o presidente Lula conferiria a condição de golpista.
Como se vê, melhor deixar os acontecimentos entregues ao
julgamento das incoerências da história real para absolvê-los ou condená-los.
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